Emilly
Ele não tinha o direito de fazer isso, quase me deixou pelada ali. Droga, e ele ainda viu as marcas nas minhas costas, eu deveria ter procurado um vestido que cobrisse tudo.
Saio da empresa, e me encosto no carro do Marcelo, e fico ali de braços cruzados, esperando que ele venha.
Demora alguns minutos e ele aparece, sai da empresa olhando de um lado para o outro, e quando me encontra, acelera os passos vindo até a mim.
— O que aconteceu com você? — ele pergunta parando de frente para mim.
— Nada, eu só precisava de um pouco de ar... — ele nem me espera terminar, e faz o mesmo do irmão dele, me vira de costas para ele, e levanta a minha blusa.
Tudo rápido demais, não me dando a chance de me esquivar. Mas assim que sinto ele levantando a blusa, me viro de frente para ele.
— O Marcos chegou me acusando de bater em você, quem fez isso?
Não quero arrumar problema, o que aconteceu já passou e não quero que ele se meta nisso.
— Responde, Emilly.
— Eu caí...
— Caiu? Isso não são marcas de queda... Só fala quem foi?
Abaixo a minha cabeça, percebo que ele está ficando um pouco alterado. Ele coloca a mão no carro, e abre a porta e manda eu entrar, eu obedeço, e ele segue para casa.
Assim que chegamos, ele me arrasta até o quarto dele, e pede para eu explicar tudo.
— Deixa isso para lá, Marcelo, já passou, e eu não gosto de tocar nesses assuntos.
— Me conta. — ele fala se escorando na cômoda cruzando os seus braços.
— Um dia antes de você ir me buscar lá no apartamento dos meus tios, à noite fui dormir, e esqueci de limpar a área que fica o Trovão, o Pitbull que meu tio tem no apartamento. Ele me dá medo, meu tio deixa ele dias sem comer nada, e isso deixa ele muito bravo parecendo que vai nos comer viva. E eu só limpo ali, quando ele ou a Belly vai passear com o cão, os dois são os únicos que ele deixa tocar sem ir para cima. E como ninguém tirou ele da área, eu acabei não lavando lá.
Paro um pouco, não queria que ele tivesse visto isso, nem mesmo o irmão dele. Eu não gosto de mostrar minhas marcas, marcas essas que comecei a colecionar depois da morte dos meus pais.
Mas, ele está tão sério diante de mim, esperando que eu conte tudo. Ele manda eu continuar, ou não sairemos do quarto.
— Tá bom! Então, nessa noite acordei com ele dando cintadas entre as minhas costas e pernas, e me fez lavar o espaço do Trovão com ele lá dentro. Minha sorte é que o cachorro tem medo de água, e nessa que eu estava lavando toda dolorida, ele estava dentro da casa dele. Mas mesmo assim, às vezes ele rosnava para mim, por conta da Amy ficar mandando ele me pegar.
Ele fecha os olhos e solta um suspiro. Olha para mim, e pede para que eu mostre. Como eu já contei, não tem porque eu esconder mais.
Me levanto ficando de costas para ele, de vagar ergo a minha roupa.
— As suas pernas também estão assim? — concordo com a cabeça. — seu tio é sócio da empresa, vou conversar com ele amanhã.
— Não, se algum dia você me mandar embora, eu vou ter que voltar para casa dele, imagina o que ele fará comigo?
— Do jeito que as coisas andam, você não vai embora nunca. — ele fala soltando um sorriso, e isso me deixa confusa.
— Como não? Eu sei que a mulher que você ama vai voltar, e assim que isso acontecer, eu não vou ficar no seu pé, vou permitir que você seja feliz com ela. Você tem sido tão legal comigo, que tudo que eu quero é a sua felicidade.
Ele sorri e abaixa a cabeça. Vem até a mim, e manda eu colocar a camiseta de volta.
— Independente se ela voltar ou não, você sempre será a senhora dessa casa. Estou com algumas coisas na minha cabeça, e estou colocando tudo à prova, e cada vez mais, isso está me dando a certeza de uma coisa. Não se preocupe, você nunca mais voltará para aquela casa, a não ser que você queira fazer uma visita.
— Deles lá só da minha tia que eu sinto falta, ela era a única que cuidava de mim de verdade. Eu não sabia fazer nada, sempre fui paparicada pelos meus pais, e tive que aprender na raça a fazer, e sempre que estávamos sozinhas, ela sempre me ajudava.
— Então, se arrume, peça ajuda da Dadá, ela vai te deixar como uma verdadeira dama. Vamos jantar na casa deles hoje.
O que será que ele está planejando? Ele me leva até a porta, e eu vou em busca da empregada. A encontro no jardim, conversando com um senhor. Assim que ela me vê, se aproxima de mim.
Digo a ela o que o Marcelo pediu, e ela diz ser um prazer me ajudar. Seguimos dentro da casa, mas na porta vejo o carro do Marcos, e não entendo nada, já que foi nesse carro que o Marcelo foi me buscar na casa dos meus tios.
Ele desce e segue me olhando, para de frente para mim, com sua cara séria de sempre, me olhando bem nos olhos.
Uma forma única de me intimidar, já que ele sabe o quanto ele me bota medo.
— Está atrapalhando a minha passagem, sai da frente.
Ignorante, saio do caminho, e ele passa. Entro com a Dadá e ele sobe as escadas, olhando toda hora para trás, para mim.
Assim que ele termina de subir, eu e a Dadá subimos para o meu quarto, mas antes de entrar o Marcelo vem e manda eu esperar.
— Decidi fazer diferente, liguei para ele, e o convidei para jantar em um restaurante de luxo. Mandei a Joana da loja de roupas de grife vir, ela vai te trazer alguns vestidos e você vai colocar. Dadá, eu preciso que ela fique toda poderosa, a mais bela possível, tenho planos, e a aparência dela será fundamental nisso tudo.
— Sim, senhor.
Entramos no quarto, e eu olho para ela e pergunto:
— Porque no dia que eu cheguei aqui, você disse sim, mestre, e agora sim, senhor. E eu já percebi que você diz sim, mestre para o Marco. Pode me explicar isso?
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Atualizado até capítulo 100
Comments
Jaildes Damasceno
Que saia justa hein Dadá? E agora?
2025-02-21
1
Cida Santos
estranho
2024-12-30
0
FBJ💞
olha ela.... é isso aí garota
2024-12-20
1