Marcos
Me afasto ofegante, olho para ela, que se senta no chão, e começa a chorar.
Sem conseguir dizer nada, mas com o meu corpo pegando fogo, saio do seu quarto e vou para o meu.
Solto o nó da minha gravata e retiro ela, jogando no chão. Ligo o ar-condicionado e abro os primeiros botões da minha camisa.
Me escoro na cômoda e respiro e inspiro, até acalmar o meu corpo. Quando tudo aqui dentro se normaliza, eu vou para o banho.
Isso não está certo, não posso sentir nada, nem mesmo atração por ela. Ela será a mulher do Marcelo, e isso que eu preciso colocar na cabeça.
Saio do banho e me troco, eu preciso distrair a minha mente com outra coisa. Ao descer as escadas, dou de cara com a Dadá com uma bandeja de comida para levar para ela.
— Diga para não sair do quarto por nada. Quando eu chegar, eu falo com ela.
— Sim, mestre. — ela fala e depois continua a subir.
O Marcelo não pode vê-la até que eu tenha assinado a certidão de casamento. Antes disso, ele não vai aceitar.
Assim que eu chego na porta para sair, ele chega, olho no relógio, e nem vi o tempo passar.
— Não vai sair não, vamos jantar como sempre fizemos.
— Tá, vamos. — dou meia volta e ele sobe para o quarto, e eu fico esperando ele na sala de jantar.
Ele volta de banho tomado, e juntos jantamos. Uma das coisas que combinamos sempre é isso, de sempre jantarmos juntos.
Isso vale até um dos dois se casar e mudar de casa, enquanto vivemos aqui, assim será.
Durante o jantar, tento convencê-lo sobre o casamento, falo como se fosse uma coisa maravilhosa, mas eu mesmo corro disso. Só que mais uma vez ele fala que vai esperar a vagabunda.
Espero nunca me apaixonar na vida, se for para ser um imbecil como meu irmão, prefiro só ter meus rolos mesmo, e depois, acabou.
Porque o amor, paixão ou sei lá o que, deixa as pessoas tão cegas e burras? Levou o golpe, mas ainda sim, vive esperando pela mulher.
Eu ainda saio para as baladas para me divertir, e o idiota se conserva para aquela que não o merece, é muita burrice para um homem como ele.
Termino de jantar, e vou para o meu quarto, faço a minha higiene, e me deito na cama.
Pego o meu celular, e ligo para meu advogado, mando ele ajeitar um casamento no civil amanhã com urgência, digo que o meu irmão irá se casar.
A linha fica muda, espero enganar ele também, mando ele me retornar assim que possível, e desligo o celular. Sei que vou ter que ser igual a ele, se eu quiser enganar esse monte de gente. Fecho os meus olhos e durmo, amanhã será um longo dia.
Acordo com o meu celular tocando, e quando eu abro os olhos, vejo que é o meu advogado.
— Está marcado para hoje, às 10:00 da manhã.
Minha alma ainda nem posou no corpo, eu ainda nem sei do que ele está falando, e tento entender. Mas ele me explica, e aí me lembro do que tenho que fazer.
— Certo, vá para lá nesse horário com as testemunhas, pois meu irmão tem que ir e voltar rápido, por causa da empresa.
— Sim, senhor, aguardo vocês lá no cartório.
— Eu não irei, só vai o Marcelo e a noiva dele, aguarde por eles. — desligo o celular me levantando. Deixo ele em cima do criado-mudo, e vou fazer a minha higiene matinal.
Desço e peço para a Dadá levar o café da manhã dela no quarto, essa vai ser a última refeição que ela fará lá dentro, depois ela comerá na mesa, como a esposa do Marcelo.
Tomo café com ele, e ele segue para a empresa sozinho, invento uma desculpa que preciso resolver umas pendências, mas depois vou para lá me encontrar com ele.
Ele concorda e sai, e eu vou direto para o escritório, e fico esperando dar o horário. Isso vai dar certo, tem que dar, ela faz totalmente o estilo dele, e se ele não quiser, não vai ter como voltar atrás, pois vou dar um jeito de prejudicá-la, caso isso venha acontecer.
Assim que dá o horário, eu mesmo subo até o quarto dela para convidá-la para o seu casamento comigo.
Assim que eu entro, ela pula da cama com tudo, seu olhar de medo me faz lembrar de tudo que passamos ontem, olho para o canto da parede, e minha mente viaja. Fecho meus olhos e balanço a minha cabeça, tenho que esquecer que isso aconteceu.
— Vamos sair, vamos nos casar agora mesmo. Se arrume aí como dá e vamos.
Ela se levanta, quase caindo, e vai para o banheiro. Poucos minutos depois ela sai, e eu vou na frente, e ela atrás de mim.
Entro no carro, e mando ela entrar, ela se senta, e começa a puxar o cinto para colocar, mas não consegue, porque a burrinha está puxando com muita força.
— Isso é um cinto de carro, e não uma corda de carroça, tem que puxar devagar.
Vou até ela, e puxo o cinto. Percebi que ela se afasta de mim, pois ficamos muito próximos.
Olho para ela bem de perto, serrando meus olhos, ela olha para baixo, não segurando o meu olhar. Bufo com isso, e volto para o meu banco, puxo o meu cinto, e sigo para o cartório.
Ao chegar, o meu advogado já está aqui nos esperando com mais duas testemunhas, advogado bom é assim, prestativo com tudo.
— Vai mesmo se casar com ela, senhor Garcia? Eu lembro que o senhor...
— Não lembra de nada, vamos que tenho que me casar logo.
Ele me olha suspeitando que eu não seja o Marcelo, esqueci da parte de ser educado, isso é tão difícil...
— Desculpe, vamos, eu estou apaixonado pela Emilly, quero me casar logo, está bem?
Mesmo desconfiado, ele nos guia até o local para assinarmos a certidão de casamento.
Assino e passo a caneta para ela, meio trêmula, ela pega, mas antes de assinar, ela me olha com os olhos cheios de lágrimas...
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Atualizado até capítulo 100
Comments
Valcira De Deus Barbosa Silva
Estou lendo pela segunda vez esse livro, gostei muito é maravilhoso.
2025-02-02
2
Karina clea peçanha
comecei no dia 29/01/2025
2025-01-30
0
norma Braga
/Sob//Sob//Sob//Sob/
2024-12-11
0