contando para o irmão que ele agora é casado.

Marcos

— Assina, amor. — Falo, tentando ser carinhoso com ela, mas a vontade mesmo é de dar uns berros em seus ouvidos.

Ela fecha os olhos, e a lágrima escorre. Me aproximo do ouvido dela e falo só para ela ouvir.

— Assina essa droga de certidão, ou será mais do que uma escrava doméstica na minha casa.

Ela arregala os olhos para mim, e nesse mesmo instante, ela assina a certidão tremendo.

O juiz de paz, ou sei como se chama esse homem, olha para ela e pergunta se está tudo bem, ela balança a cabeça rapidamente concordando.

Ele finaliza, entregando a certidão autenticada para nós, e eu pego. Agora somos marido e mulher. Ops, cunhados. Rsrs

Pego em suas mãos, e como um momento único de carinho, a beijo na testa, e dou um sorriso para ela, que se encolhe achando que vou tentar alguma coisa com ela aqui na frente de todo mundo.

Até poderia fazer, se eu não estivesse tentando incorporar o Marcelo. Se eu demonstrar qualquer atitude verdadeira minha, já era tudo, e o Bernardo vai saber que eu não sou o meu irmãozinho.

Me despeço dele, e vou para casa com a minha cunhada, e só quando chegamos em casa, percebo que ela não colocou o cinto de segurança, isso para que eu não me aproximasse dela novamente.

Até parece que sou um bicho, tenho certeza que ela também gostou do nosso encontro em seu quarto, está só fazendo charme.

— Somos casados agora, não precisa ter medo de mim, já te transformei na senhora da casa, o que mais quer?

— Eu não pedi nada disso, você me comprou como mercadoria, mas não vou ser usada como uma.

— Hummm, mas isso sou eu quem decide, e não você. Como você mesmo disse, eu te comprei e não há nada que eu não possa fazer com você, querida.

Falo me aproximando do seu rosto, e ela vira a cara para o lado da janela. Mas a faço olhar em meus olhos, puxando seu rosto com a minha mão.

— Olhe para mim quando eu estiver falando. Me obedeça quando eu mandar, ou as consequências serão severas para você. Não pense que só porque é a minha esposa, pode montar em mim e fazer o que quiser. Posso te dar o divórcio e te vender em qualquer casa de prostituição, e só vou tirá-la de lá quando receber todos os meus cinco milhões que paguei por você. Então, comporte-se como minha mulher e pare de fazer charme.

Abro a porta do carro, e desço. Ela demora para descer. Paro esperando por ela, e ela percebe que estou impaciente, e desce do carro e me segue.

E quando eu entro, já aviso para a Dadá e o mordomo Joseph que ela é a nova senhora Garcia, minha esposa.

Eles me olham estranhando isso, mas mando um olhar para ficarem quietos, e eles se fecham.

— Mestre, a senhora Amber está aqui, ela trouxe as roupas para a senhora Garcia.

— Ótimo, a leve até lá, e a faça trocar de roupa, como a nova integrante da família, ela deve estar à caráter. E você, na hora do jantar, quero que se sente naquela mesa, do meu lado vou te apresentar ao meu irmão, só cuidado para não babar, pois a surpresa vai ser grande.

A Dadá me responde com um "sim, mestre", e chama a Emilly para ir com ela. Eu vou para a empresa, agora que está tudo certo, vou contar para o meu irmãozinho que agora ele é um homem casado.

Assim que eu chego, vou direto para a sala dele, entro me sentando na cadeira de frente, e ele me olha desconfiado.

— O que você aprontou que está com essa cara, Marcos?

— Nada demais, apenas você se casou com a Emilly Smith. — Ele fecha a cara, e não entende do que eu estou falando. — Acabei de chegar do cartório, forjei a sua assinatura, e agora você é um homem casado, parabéns, meu irmão.

— Você fez o que? — Ele fala se levantando, bem irritado, e estou com medo de ele ter um treco.

— Te casei, mas não se preocupe, foi só no civil, o casamento religioso você se vira para fazer, não tenho paciência para esse assunto besta de festa de casamento. Já escolhi a noiva, já casei no civil, agora é por conta sua.

— Você tá maluco, Marcos? Eu... eu vou pedir o divórcio, eu não me casei com ninguém... Melhor, vou mandar prender você por fraude, como pode fazer isso comigo, sabendo que eu amo a Laila?

— Que ama o quê, Marcelo? A mulher roubou tudo que era seu e fugiu, Deus sabe para onde, e você ainda espera ela voltar? Não me envergonha dessa forma, para mim, isso já é demais.

Ele coloca as mãos sobre a mesa, e respira com certa dificuldade, e me olha, querendo me matar.

— Faz assim, você nem viu a sua esposa, depois de vê-la, você decide se mantém o casamento ou não. Ah, e só para constar, casei com separação de bens, ou seja, ela não vai te dar o golpe também, porque eu sou o inteligente da família.

— Você é um lunático, eu vou mandar te internar em uma clínica psiquiátrica, você não está bem da cabeça não.

— Tem alguns termos nesse casamento, mas vou mostrar para você, só quando estiver mais calmo. Acho que a notícia de você não está mais solteiro, já foi demais, não é?

Ele abaixa a cabeça e balança em negativo. Me levanto e antes de sair da sua sala, aviso para ele bem calmo, sobre a nossa troca de personagem nesse casamento.

— Ah, só mais uma coisa, Marcelo, ela não sabe que foi eu que a levei para o casamento, ela não sabe que somos irmãos gêmeos, então, você terá que fingir que sou eu. Não conte nada a ela, ou ela vai embora e você vai ficar sem mulher.

Fecho a porta às pressas ao ver ele pegando um porta-canetas de vidro, e assim que a fecho, só escuto o barulho dos estilhaços...

Bom, ele já sabe, agora só falta ele aceitar...

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