Dois dias depois...
Breno
— Deixa que eu abro! — Grito, descendo as escadas correndo, ao ouvir a campainha.
— Não é que você veio mesmo! — Comento ao abrir a porta e encontrar a baixinha mais linda do mundo.
— Você me convidou... estou aqui! — Responde sorrindo, e me vejo perdido novamente nas pintinhas de seu rosto.
— Não vai me convidar para entrar? — Pergunta e eu desperto.
— Desculpe, entra!
— Você cresceu? — Provoco ao perceber que está usando sandálias de salto, que combinam perfeitamente com seu vestido delicado, mas que só lhe deu alguns centímetros a mais, que nem fazem muita diferença, mas eu gosto da sua altura. E, ela soca o meu braço ao passar por mim.
— Feliz aniversário! — Diz ao me entregar a grande sacola brilhante que carrega.
— Não precisava de presente, bastava um beijinho! — Pisco para ela, que revira os olhos, mas se aproxima para me abraçar, e eu a ergo em um abraço apertado, tirando seus pés do chão.
— Essa é a sua convidada? — Meu pai pergunta, após pigarrear ao aparecer na sala.
— Maya, muito prazer! — Ela se apresenta estendendo a mão para o meu pai, assim que a devolvo seus pés para o chão.
— Muito prazer, Maya, eu sou o Jean, pai desse rapaz! — Meu pai retribui gentilmente o cumprimento.
— Fique a vontade, o jantar já será servido, só precisamos esperar a minha sogra desenformar o pudim da sobremesa, que ela fez questão de fazer para o aniversariante. — Pois é, mesmo após tantos anos viúvo, meu pai ainda chama a minha avó de sogra.
— Ela sabe que é a minha sobremesa preferida! — Comento e ele faz uma careta, porque pretendia fazer uma sobremesa mais elaborada.
— Mas eu vim de longe para cozinhar para você, ela poderia ter deixado tudo comigo pelo menos hoje. — Resmunga voltando para a cozinha.
— Não vai abrir? — Maya pergunta apontando para a sacola em minha mão. Aceno exageradamente com a cabeça e a conduzo até o sofá, onde tiro uma caixa grande de dentro da sacola, vejo um par de patins e gargalho.
— O que quer dizer com esse presente? — Pergunto achando graça, e ela dá de ombros.
— Que você precisa treinar! — Responde e observa uma fotografia em uma mesinha de canto.
— Isso é um convite para voltar naquela pista de patinação com você? — Pergunto, me inclino na sua direção e ela se afasta.
— Se for, eu aceito!— Enrosco uma mecha de seu cabelo em meus dedos.
— Não mesmo! — Responde sem me olhar.
— Aquela é a sua mãe? — Pergunta, apontando para a foto que observa desde que sentou, uma em que estou no colo da minha mãe com três anos, respondo que sim com a cabeça.
— Ela era linda! — Elogia com sinceridade, minha mãe era mesmo linda.
— Você se parece muito com ela, até os olhos! — Comenta e eu tento conter um sorriso.
— Quer dizer que, você me acha lindo? — Pergunto e ela me olha corada.
— Eu não disse isso! — Responde e eu gargalho da sua expressão desesperada.
— Disse sim, mas pode deixar, é um segredo nosso! — Pisco para ela, salva pela chegada da minha avó na sala, porque eu estava prestes irritá-la um pouco mais, já que fica uma gracinha corada!
— Essa é a minha avó, D. Joana! — Faço as honras e ela se levanta para cumprimentá-la.
— Muito prazer D. Joana, eu sou a Maya! — Cumprimenta estendendo a mão para minha avó, que abre os braços para um abraço.
— Desculpe querida, mas apertos de mãos são para estranhos, e algo me diz que nos tornaremos amigas. — Minha avó diz abraçada a Maya e piscando para mim. Mas eu já imaginava que ela pensaria algo a respeito de nós dois, ela não para de me fazer perguntas desde que disse que tinha uma convidada para o jantar.
******
Sentamos todos a mesa e nos deliciamos com os pratos belos e deliciosos, feitos pelo meu pai, enquanto ele conta suas experiências engraçadas com alguns clientes do restaurante. E, claro, minha avó encheu a Maya de perguntas sobre sua família.
— Vocês estão namorando? — Meu pai pergunta e a Maya quase se engasga com o pudim feito pela minha avó.
—Pai! —Repreendo-o
— Sua avó disse que você nunca trouxe uma garota em casa... e também nunca convida amigos para o seu aniversário... — Ele diz e põe mais um pouco de pudim na boca, como se não estivesse me envergonhando.
— Somos apenas amigos. — Maya responde e sorri para mim, me tranquilizando.
— O que é uma pena, porque você é uma gracinha de menina! — Minha avó a elogia, e Maya sorri com as bochechas coradas.
— Nunca convido ninguém porque faço aniversário durante as férias, e geralmente, meus amigos estão viajando. — Tento explicar, mas, pelo jeito que a Maya está me olhando, acho que me compliquei.
— Então, só me convidou por que eu estava disponível? — Maya pergunta parecendo ofendida, curvando levemente seus lábios para baixo.
— Não quis dizer isso! — Respondo de imediato. Ela semicerra o olhar para mim por alguns segundos e gargalha em seguida, provavelmente achando graça do meu desespero.
— Mais pudim, Breninho?— Minha avó pergunta e percebo a Maya conter uma risada.
— Não vó, obrigado!— Respondo e encaro a mesa envergonhado.
— Não é nada pessoal, gostei muito de você, mas, até acho bom que sejam apenas amigos. O Breno vai morar comigo na França no próximo ano e, não seria bom ter que deixar um relacionamento para trás. — Meu pai comenta desnecessariamente, e eu engulo em seco suas palavras. Maya dá um breve sorriso gentil para ele e volta sua atenção para o pudim. E vejo tristeza no olhar baixo da minha avó, meu pai não foi nada sensato.
— Isso ainda não está decidido, tenho alguns meses para pensar a respeito. — Digo, eu e meu pai nos entreolhamos, e a tensão na mesa é palpável.
— Nunca comi um pudim tão bom, derrete na boca! — Maya, aliviando a tensão e fazendo minha avó sorrir. E agora me sinto grato pelo fim desse jantar.
Continua...
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Atualizado até capítulo 81
Comments
Bernadete Lopes
Queria muito que ela ficasse com Breno, é um doce, vamos ver 👀 o que acontece.
2023-10-18
6
Saalem Pontes Braga
eita
2023-09-11
2
Nadja Borges
eita que balde de água fria o pai do Breno jogou
2023-08-05
3