Capítulo 3

Maya

— Bom dia querida! — Minha mãe, Denise, me cumprimenta com

um beijo, enquanto coloca uma cesta de pães na mesa, para o nosso café.

D. Denise, mãe da Maya

— Bom dia, princesa!

Acho que alguém não dormiu muito bem essa noite. — Meu padrasto, Bruno, comenta, devido ao meu desanimo e as minhas olheiras.

Bruno, padrasto da Maya

Nós mudamos para o apartamento do Bruno faz um ano, logo

após o casamento dele com a minha mãe. Minha irmã se casou há alguns anos e

ficamos só eu e minha mãe em uma casa enorme, mas não foi por isso que ela

aceitou se mudar para cá, ela queria começar uma nova vida, sem os fantasmas da

vida passada. O Bruno levou cinco anos para conseguir colocar uma aliança no

dedo da minha mãe, resquícios do que o meu pai fez a ela.

Foi um pouco estranho no início do namoro deles, eu já tinha

percebido que minha mãe estava saindo a noite com uma certa frequência, e vivia

pelos cantos de segredinhos com a minha irmã mais velhas, mudando sempre de

assunto quando eu me aproximava. Até que um dia ela me contou, cautelosamente,

sobre o namoro. Acho que tinha medo da minha reação, já que não tinha sido boa

quando descobri que meu pai tinha alguém, mas no caso dela era diferente, ela

não estava traindo ninguém e merecia muito ter alguém que a valorizasse e a amasse,

assim como o Bruno.

Ela fez questão de me explicar que ele não ia tomar o lugar

do meu pai na minha vida e, que não dormiria na nossa casa... entre outras

coisas. Eu já tinha visto o Bruno rapidamente, durante a festa de casamente em que

se conheceram e eu conheci o Benjamin, mas quando fomos oficialmente

apresentados, gostei dele de cara, mas não dei o braço a torcer, precisava

avaliá-lo por mais algum tempo.

Estávamos na minha casa, e acabamos ficando alguns minutos sozinhos na sala, enquanto minha mãe e minha irmã terminavam de arrumar a mesa para o jantar, então, eu aproveitei o momento e disse: — Eu mato você se magoar a minha mãe!

Ele segurou o riso, me mostrou o distintivo e perguntou —Isso foi uma ameaça mocinha?

Pois é, minha mãe esqueceu de me contar que, o meu futuro

padrasto, na época, é delegado. Ficamos nos encarando tempo o suficiente para

cairmos na gargalhada, foi nesse momento que ele me ganhou, somos amigos até

hoje e converso mais com ele sobre os meus problemas, do que com o meu próprio pai.

— Bom dia!

Dormi tarde repassando a matéria da prova. — Respondo

bocejando.

— Alguma dificuldade?

Posso te ajudar com isso mais tarde, se quiser. — Bruno, gentilmente.

— Obrigada, mas está tudo sob controle. Eu e o Ben ficamos de estudar juntos hoje depois da aula. — Respondo e me sirvo de um pouco de suco de laranja.

— Vão estudar aqui, ou na casa dele? — Minha mãe pergunta, antes de dar um gole no seu café.

—Aqui mesmo. — Respondo e bocejo novamente.

— Tem comida no freezer, não vão ficar se entupindo de besteira, é para almoçar. — Minha mãe ordena e, antes que lhe responda, recebo uma notificação no celular.

— Não se preocupe, ficaremos bem. — Me levanto apressada da mesa, beijo o topo de sua cabeça e mando um beijo no ar para o Bruno.

— Aposto que era o Benjamin no celular, pela pressa... — Ouço Bruno comentar enquanto pego minha mochila no sofá da sala.

— Eu não tenho dúvidas, todo dia é essa correria, ela nunca toma um café descente. — Ouço minha mãe responder, antes de passar pela porta e ir em direção ao elevador. Moramos na cobertura de um edifício, em um condomínio cercado de seguranças e câmeras, totalmente apropriado para um delegado.

* ****

— Bom dia, gigante! — Ben me cumprimenta quando chego a portaria, e eu faço uma careta. Ele sempre me chama assim quando quer me irritar, só porque, ao contrário dele, sou meio desprovida de altura. Ele diz que não sai dos treze anos, que até o meu rosto é infantil para alguém de dezessete anos. O pior é que é verdade, as pessoas me olham duas vezes quando, por algum motivo, respondo minha idade. Mas eu e minha irmã, até temos alguns traços físicos do papai, mas, a altura, essa com certeza é da minha mãe.

— Bom dia Bebê! — Retribuo a gentileza, chamando-o pelo

apelido que detesta. Mas foi a mãe quem deu, e o chama assim até hoje,

independente de quem esteja por perto. Ele faz uma careta e bagunça o meu

cabelo, antes de passar o braço em volta dos meus ombros para caminharmos até a

escola. Um dos pontos altos de eu ter me mudado para a cobertura do Bruno, foi

a proximidade da casa do Ben, e também da escola. Desde que moro aqui, ele

passa todos os dias para me buscar e caminharmos juntos dois quarteirões até

nossa escola.

— Jaqueta nova? — Pergunto ao reparar a peça preta de couro por cima da camiseta do nosso uniforme, e o vejo contrair um sorriso ao perceber que notei.

— Ganhei do meu irmão. Ele voltou ontem de viagem e passou lá em casa para me entregar. — Responde, fingindo não ser nada de mais. Mas sei que é, ele é louco por esse irmão, e tudo que ganha dele, tem um valor muito maior do que custou na loja, embora eu ache que essa jaqueta custe o valor de um carro. Mas, poderia ser até um pacote de balas, que para o Ben teria o mesmo valor.

— Hoje que serão escolhidas as funções de cada um na festa. —Comento

desanimada, com a voz arrastada, e ele sorri, porque já sabe qual é a sua função.

— Ah, para vai! Eu estou animado! — Ele diz com um sorriso largo.

— Claro não é! Mais um ano beijando um monte de garotas! — Digo e reviro os olhos. Desde os quatorze anos que o Ben é um dos escolhido pelas meninas para ficar à frente da barraca do beijo na festa junina da nossa escola. E, é sério, ano passado, a fila ficou gigantesca. Ele ri e me desvia de uma poça d’agua na calçada.

— Quem sabe esse ano também não me escolham! — Brinco, pois sei que nem tenho chance. Além de não querer, as escolhidas são sempre as mesmas garotas. Eu prefiro ficar na barraca do milho ou coisa do tipo.

— O que disse? Você, na barraca do beijo? — Pergunta, parecendo indignado.

— Nem pensar! — Diz maneando a cabeça quando chegamos no portão da escola. E somos interrompidos antes que eu possa responder.

— Oi casal! — Samira nos cumprimenta. A Sam é da nossa turma e, não somos amigas confidentes como eu e o Ben, mas somos amigas.

Samira,17 anos

— Não somos um casal! — Respondo e ela dá de ombros.

— Então acho melhor vocês pararem de andar assim. — Apontando para o braço do Ben, que continua repousado em meus ombros. Ben faz uma careta e beija minha têmpora, antes de me soltar.

— Vou ali falar com os caras, encontro vocês na sala. — Diz e se afasta, caminhando na direção de um grupo de garotos do time de basquete, que ele também faz parte.

Percebo os suspiros da Samira quando ele passa por ela e contraio os lábios para não rir de sua paixonite pelo Ben, pois ela acha que ninguém percebe. Mas acho que só ele ainda não percebeu.

Continua...

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Comments

Dina Faria

Dina Faria

esse padastro lindo demais

2024-05-30

1

Marcia Cristina

Marcia Cristina

que isso autora que padrasto e esse putis grilo mr deu até calor

2024-05-03

1

Telma Souza

Telma Souza

Nossa Andressa!E que padrasto hem? kkkkk

2024-04-30

2

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