Maya
Passei o fim de semana inteiro esperando um pedido de desculpas Benjamin, mas tudo recebi, foram notícias do namoro dele, pelas redes sociais da Sabrina, que em praticamente todas as fotos e vídeos que publicava, dava um jeito de mencionar a banda do irmão dele, e, sinceramente, não sei como o Ben ainda não percebeu isso.
— Seu pai já está lá embaixo. — Minha mãe avisa encostada na porta do meu quarto, enquanto termino de arrumar as últimas peças de roupas na mochila que levarei.
— Já estou descendo. — Respondo e ela senta ao meu lado na cama.
— Querida, sei que não é fácil para você frequentar a casa do seu pai, mas já se passaram anos e, deu tudo certo, não deu?
Estamos todos bem e eu sou feliz com o Bruno, às vezes nos lamentamos e não entendemos o porquê de certas coisas acontecerem em nossas vidas, mas todo aquele processo me trouxe o Bruno e trouxe de volta a mulher que eu era, claro que eu preferia que fosse por caminhos menos sofridos, mas já passou.
E já está na hora de passar para você também, não precisa se tornar a melhor amiga da esposa dele,
mas ela sempre tratou você bem, só tenta ser gentil e se divertir um pouco.
Você tem andado tão tristinha esses dias... — Diz, ao perceber meu desanimo para passar alguns dias sob o mesmo teto que a ex amante do meu pai.
A Verônica não é má pessoa, sempre me tratou com respeito e paciência, mas isso não apaga o fato do quanto ela e meu pai nos fizeram sofrer. E as palavras do Benjamin doeram porque eram verdadeiras, eu realmente tenho medo de me relacionar e sofrer como a minha mãe sofreu, só errou na parte da inveja, não tenho inveja da namorada megera dele.
— Não se preocupe mãe, eu vou me comportar! — Forço um sorriso e ela beija a minha testa.
*****
— Que saudade que eu estava da minha filhota!
Nem parece que moramos na mesma cidade! — Meu pai diz ao me abraçar forte, na portaria do condomínio.
— Andei um pouco ocupada com as provas. — Digo e ele abre a porta do carro para eu entrar.
— Eu sei. Acha que foi bem? — Pergunta e eu repondo que sim com a cabeça. E lá vamos nós, para dias que, tenho certeza que, passarão arrastados. Pelo menos, só o meu pai está de férias, e eu só verei a Verônica a
noite, quando chegar do trabalho.
— Vamos parar em algum lugar para almoçarmos e, à noite, teremos um jantar especial, precisamos ter aquela conversa que te falei por telefone, eu, você e a Verônica. — Sinto um calafrio só de imaginar o teor dessa conversa. Já pensei em várias hipóteses, principalmente em um possível divórcio deles, já que o casamento não parecia tão bem nos últimos tempos, mas não seria motivo para um jantar especial.
****
— Algum namorado? — Meu pai pergunta durante o almoço, e eu respondo que não com a cabeça, por estar mastigando minha comida.
— Melhor assim, namoro atrapalha os estudos. — Ele diz, sendo hipócrita.
— Atrapalham amizades também! — Penso. Lembrando de como o namoro do Ben nos afastou.
Terminamos o almoço, fomos para seu apartamento e me acomodei no quarto rosa e lilás que decoramos quando eu tinha dez anos. Meu pai insiste para que eu mude a decoração, mas não tenho interesse, quase não durmo aqui, e não pretendo dormir mais depois que completar dezoito anos.
— Visitei a Mia ontem, como o Gael está esperto! — Meu pai, todo encantado pelo neto, enquanto adiantamos o jantar. Passamos a tarde assistindo filmes e tomando sorvete, mas já está quase na hora da Verônica chegar e ele me pediu ajuda para preparar o jantar, e eu nem sabia que ele tinha alguma habilidade na cozinha, mas parece feliz fazendo isso.
— Ele é, sim!— Respondo com um sorriso no rosto, ao lembrar das gracinhas do meu sobrinho.
— Que cheiro bom! — Ouço a voz da Verônica se aproximando da cozinha e sinto meu estômago se contrair.
— Tudo feito com a ajuda da Maya! — Meu pai lava as mãos e a cumprimenta com um beijo.
— Como vai querida? — Verônica me cumprimenta com um sorriso gentil.
— Vou bem! — Repondo e retiro as batatas do forno.
— Bem, eu... vou tomar um banho rápido e volto para o nosso jantar. — Ela diz enquanto troca olhares com meu pai.
****
— Isso está delicioso! — Minha madrasta elogia o jantar, e me faz algumas perguntas sobre a escola e sobre o que pretendo fazer quando terminar... coisas para quebrar o gelo entre nós. Mas, não adianta, mesmo com toda sua simpatia, não consigo gostar dela como gosto do meu padrasto.
— E, o que vocês tinham para conversar comigo? — Pergunto, a fim de acabar logo com o mistério. Eles se entreolham e meu pai estende sua mão sobre a da esposa.
— Bom, é que, você e a Mia... vão ganhar um irmão, ou irmã, ainda não sabemos, está muito recente. — Meu pai conta em tom cauteloso. E mais uma vez, em poucos dias, sinto meu coração apertado, e não consigo decifrar o que estou sentindo.
— Parabéns! — Respondo sem emoção e termino meu jantar em silêncio, na verdade, nem termino, só mexo a comida de um lado para o outro, tempo o suficiente para que possa me levantar da mesa e desejar boa noite, antes de me trancar no quarto e chorar. E nem sei o verdadeiro motivo das minhas lágrimas, sei que o meu pai tem direito de ter outro filho, mas acho que estou emocionalmente desgastada.
Tenho medo de não conseguir gostar de um filho da Verônica, mesmo sabendo que é meu meio-irmão. Pelo menos esse quarto terá um novo dono quando não for mais obrigada a voltar aqui.
Continua...
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Atualizado até capítulo 81
Comments
Bernadete Lopes
Maya é uma garota 👧 sensível, por isso que ela está sofrendo. Calma , procura conhecer melhor o Breno , acho que ele vai te fazer muito bem , mesmo que seja para sempre.
2023-10-18
4
Saalem Pontes Braga
coitada da maya ela tá se sentindo perdida
2023-09-11
2
Professora Graça de Língua Portuguesa e Filosofia
O Brn foi um grosso com a Maya ,dizer que ela é invejosa , foi demais ...
2023-08-31
2