capítulo 16

Depois do meio-dia. Bela acordou com o seu cabelo desgrenhado sentindo a falta do conde, com o seu robe de ceda verde. A senhora Reik sentou-se de frente ao espelho para pentear os cabelos, não demorou muito para ela ver a carta. O cheiro era inevitável, suspirava para amenizar a falta. Lendo a carta, Bela não parava de chorar e não parava de fazer as perguntas: — Por que me deixou aqui sozinha? Já sinto a sua falta. Bela pensou em ir à mansão atrás do seu marido. Deixando a carta sobre a penteadeira. Com pressa abriu o guarda-roupa tirando um vestido menos panos, o dia estava quente. A garota se vestiu a deixar o espartilho de lado e saindo de cabelos soltos. Ao sair do quarto Bela observou se Maria e os seus pais estavam por perto. Saindo de fininho para fora de casa. Ao observar que o sol estava de rachar, não deu muita importância e saiu atrás do seu conde. O caminho era longo, a senhora ia a pé até a cidade. Seu Olímpio voltava da cidade com a sua charrete, o senhor ficou surpreso pela senhora andar descalço e no dia tão quente. O senhor parou Bela perguntando para aonde ia. — Filha porque está descalça e no solo tão quente? Para aonde vai?

— Irei para a casa da minha sogra, irei-me despedir do meu marido, William irá viajar e ficará três meses. Poderia me levar até a cidade senhor Olímpio?

— Claro filha, sobe aí.

Bela agradeceu a subir na charrete. Olímpio estava em silêncio, todo o percurso. Bela começou a conversar com o senhor, perguntando: — O que houve, está tão calado?

— Está a fazendo uma bobagem, minha filha. Se o conde deixou na casa dos seus pais, porque ele não queria que ficasse na casa da bruxa velha da Catarina.

— Mais senhor Olímpio, não quero que o meu marido vá para essa viagem e eu como fico nessa história?

— Esperando em casa e segura. Catarina vai fazer você sofrer e mais... Aquela mulher Olivia não deixará em paz. Vamos voltar para o vilarejo?

— Não, não quero, irei ver o meu marido e levá-lo até a estação de trem. Não me peça para não ir. Olímpio por que não irei te ouvir.

Ao chegar na cidade, Bela desceu da charrete agradecendo o senhor. A senhora era abordada por todos e sendo cumprimentada pela sociedade. Andando duas quadras para chegar a mansão. Bela abriu o portão gigante. Correndo com pressa. O mordomo Simon abriu a porta principal para a senhorita entrar. Bela entrou indo para o seu quarto. Ao abrir a porta William estava tomando banho, sem se importar com os sermões do marido não esperou ele terminar indo até ele. Will ao perceber que a sua mulher estava perto dele seu coração faltou sair do peito. — Meu marido não irá me abraçar? Não sentiu a minha falta? Perguntou ela parada na porta.

O conde ficou furioso e, ao mesmo tempo, feliz. — Estou feliz em te ver. Eu ordenei que ficasse na casa dos seus pais, minha esposa? Não me ouviu. O que faz aqui, Bela? Perguntou ele. Will se aproximou da sua mulher abraçando-a. — Volte agora para casa, sim.

— Não irei voltar Will, irei te acompanhar amanhã para a estação de trem. Por favor, ouça-me-me e deixe-me dormir aqui essa noite. Vai que horas partir?

— Bela, minha Bela. Eu não irei de trem, Fahret irá levar-me até Dallol — Etiópia levará três dias de viagem. Irei hoje à noite. Recebi uma carta dizendo o local e o dia da partida, perdoe-me minha esposa.

Bela começou a chorar e disse para o marido: — Como ficarei sem você? Estando duas cobras dentro de casa, a sua mãe é péssima e tem uma vaca que está aqui no meu lugar roubando o lugar que é meu, não William eu não vou para casa da mamãe, ficarei aqui. Te esperarei aqui, aqui é minha casa.

— Bela por favor ouça-me, não dificulte as coisas, sim. Não pode ficar aqui, irei ficar preocupado com você. A senhora não deixou o seu marido terminar e beijou a boca macia dele. — Deixe-me sentir-te um pouco mais. Me deixe aqui por um tempo nos seus braços, William.

Will sorriu, abraçando a sua mulher que se escondia nos seus braços. Não demorou muito para acabar com a intimidade dos dois. O conde enrolou-se na toalha abrindo a porta. Olivia entrou sem ser convidada. Bela revirou os olhos ao ver aquela mulher no seu quarto. — O que quer aqui Olivia? Não sabe deixar os outros em paz? A minha mulher e eu estávamos conversando.

Olivia sorriu sacartiscamente. A sua mão tocava no corpo do lorde, Bela enciumada pegou a mulher pelo braço sussurrando: — Não vai ter tempo que responda ao meu marido, eu quero que saia do meu quarto. A esposa virou-se para Will: — Não voltarei meu marido, agora, sim, eu fico na minha casa, é aqui que eu devo ficar. O conde ouviu indignado. Bela voltou para mulher magrela, tirando do quarto. — Nunca mais volte a se referir ao meu marido, estou farta dos seus caprichos. Daqui eu não saio e daqui ninguém me tira. E ouça bem Olivia, não deixarei nunca roubar o meu marido, não me chamo Isabela Reik. Gritou ela fechando a porta na cara da mulher. — Estou farta dessa mulher, eu tenho que acabar com isso, Will. Saberei lidar com ela e com a sua mãe. Não sei como, pensarei em algo que possa-me ajudar.

— Minha mulher, não quero que se machuque. Deixe elas para lá, fique e viva bem na casa dos meus sogros. De repente mudou de ideia.– Está bem Bela, com uma condição. — Qual o meu marido? — Fique aqui durante o dia e às nove em ponto da noite, volte para os seus pais, está bem? — Está bem William.

Olivia desceu as escadas aos gritos. Catarina tocava o seu piano na sala de estar. A senhora parou e perguntou: — O que aconteceu? Por que está estérica?

— Aquela mulherzinha do vilarejo tirou-me a força do quarto do William. Não aguento ela.

Catarina sorriu o que acabara de ouvir em seus pensamentos. – Bem feito. Naquele momento, Catarina pediu que Olivia se calasse por um instante e que saísse de casa para dar um sossego a senhora. A garota saiu da sala, batendo a porta com força. — É só o que me faltava. Disse Catarina. A senhora pegou o telefone ligando para a família de Olivia para devolvê-la. O conde segundo estava de volta a Maine, que visitava a casa da família Reik. A senhora ficou sem palavras o que acabara de ouvir.