Acordo

O majestoso noivado foi notícia por vários dias na cidade, o casal se tornou popular, assistindo e lamentando pela queda do maior mercado de armas do mundo.

Comemoraram sua vitória antecipada, em segredo trabalhei com os melhores engenheiros e designer de armas, dando vida aos projetos secretos de meu pai.

Sei que ele não queria vender essas armas, quando os desenhou, porém, nesse momento de desespero é tudo que tenho para nos salvar.

Entre o trabalho e o lançamento do produto final, assinei o acordo pré-núpcial de Andreia. Tivemos dois encontros para discutir detalhes do casamento cujo foi tratado como estrume.

Nosso diálogo se baseou em negócios e na herança que sua mãe passou para ela. Compreendi o fato do meu avô ter feito tanta questão de me casar com uma mulher nascida ilegítima.

Tudo era preparado para ser o dono do mundo, ter todos nos meus pés sendo bajulado. Obtido por terras infinitas de minerais, por vários anos não precisaria me preocupar com dinheiro ou falência.

— A terra está nas mãos do meu pai que se apropriou ilegalmente.

— Com esses documentos posso reaver.

— Não quero só reaver um pedaço, quero tudo.

— Será quase impossível recuperar toda a parte.

— Foi por isso que você perdeu.

— Andreia, por favor.

— VOCÊ NÃO CONSEGUE FAZER UM SIMPLES TRABALHO!

— Isso envolve mais do que imagina, minha família é poderosa, porém, tem outras famílias com mais poder.

— Como a família de Anabela?

— Sim.

Cansei de fugir, devo encarar meus erros de frente.

— Anabela o amor de sua vida, irônico que também foi a causa de sua destruição.

— Não foi ela que me destruiu, foi minha arrogância que me destruiu.

— Mesmo agora, a defender, deve ser isso o que chamam de verdadeiro amor.

Essa voz amarga, o tom arrogante e sarcástico, os olhos de pura maldade, é como olhar meu velho eu, no espelho refletido.

— Aceito suas condições, mas, vou incluir uma condição.

Ela riu em cinismo e continuei falando.

— Herdeiro.

A calmaria em seu rosto sumiu, ficando selvagem.

— Quero um herdeiro.

Andreia se levantou raivosa jogando o café que tomava sobre minha cabeça.

— NUNCA!

Levantei arrumando meu paletó limpando o líquido que escorre, determinado em minha decisão.

— Sem mais conversa.

Me virei para sair e ouvir o estalar de seus dentes rangendo em ódio infinito.

— canalha! — Enfatizou. — Como pode me pedir um filho depois do que fez?

De costas pra ela, respirei profundamente pensando em sua voz amarga e dolorosa.

— COMO PODE PEDIR PRA MIM?

Me virei e vi lágrimas escorrer de seu rosto, tremendo apertando suas mãos e os olhos fechados com força.

Tentei dizer o mais gentil que pude para aliviar essa pressão que sente.

— Me odeia, jamais passe pela sua cabeça me perdoar, pois eu continuo sendo o mesmo egoísta de sempre. Farei tudo para aprisionar por toda a vida ao meu lado, pode gritar, fugir, se esconder, irei até o inferno lhe perseguindo aonde for. Então me odeie Andreia.

Ela enxugou as lágrimas e assinou os papéis, empurrando o documento contra meu peito.

— Pois, saiba que serei o espinho de sua garganta, serei toda a sua vergonha e humilhação.

Seu corpo se aproxima de suas mãos vindo de encontro ao meu pescoço tocando o colar que jamais ousei retirar.

— A partir de hoje é meu cachorro.

Não resisti a essa dominação, puxando sua cintura roubando seus lábios.

— Cuidado, pois, cachorros mordem.

Fui idiota pra pensar que por fazer ela assinar uma cláusula, ver suas lágrimas, poderia a controlar. Sendo eletrocutada por uma arma de choque feita para as mulheres evitarem o estrupo.

— Uma vez a cada um mês. Será sua única chance para produzir seu herdeiro, um filho é nada mais.

Apesar da dor infinita e chamar que meu saco iria explodir, foi maravilhoso tocar seus lábios de novo.

Seu salto passou pelas minhas mãos indo embora com seus seguranças, furiosa por mim.

Fico satisfeito que já tenha sua mente, tenho o poder de fazer um enorme estrago além de ser o único que a faz chorar tão lindo.

— Do que está rindo idiota?

— Ela é minha.

— Ainda não acredito que esteja indo tão longe por uma mulher.

— Leve esses documentos para o tabelião, registre hoje mesmo. Se passar um dia, ela vai se arrepender.

— Ela, não você? Um único dia a cada mês, depois de engravidar não vai poder tocar, quer mesmo se casar nessas condições?

— Fui sortudo demais.

— Meu Deus! Boris enlouqueceu de vez.

Somente se ela engravidar perderei meu direito, só tenho que certificar que nunca engravidei. Benedicto fez o tabelião registrar os documentos mesmo estando fechados, foi na casa do juiz para assinar.

No outro dia de manhã cedo, como esperava, Andreia veio até a mansão dizendo que se arrependeu.

— Tarde demais, querida.

— NÃO VAI ME TOCAR!

— Quer sua vingança? O tratamento de sua mãe? Precisa de mim e do meu dinheiro.

— Você também precisa de mim. Talvez possa casar com outro jovem rico.

— Tente. Qualquer homem que arrumar vou garantir que não respire no outro dia.

— Isso não vai ser suficiente para me impedir.

— Então não se preocupe com as condições de saúde de sua mãe.

Sua mão veio tão rápido no meu rosto que não pude me defender. Inchando numa vermelhidão no local que pousou sua mão.

— DESGRAÇADO!

O local queima, mas, segurei as lágrimas.

— Uma vez a cada mês, depois de engravidar, perco o direito, esse foi um trato justo.

— Não tem consciência? Não tem dignidade?

— Não tenho.

— Seu...

Seus gritos e bufadas fizeram meu avô descer, vendo ela Eufórica andando de um lado para outro enquanto estou sentado no sofá.

Ele iria dizer algo, mas, se assustou com os outros quando um punhal saiu de algum lugar secreto do seu corpo atingindo perto do meu rosto.

Fingi por fora que está tranquilo, quase me mijando nas calças do seu olhar sanguinário.

— Uma vez a cada um mês. — Saindo uma aura assassina do corpo junto com respiração forte e rápido contínua.

Ela fechou os olhos abrindo novamente em calmaria, se recompondo do surto.

— Faremos o nosso noivado hoje.

— Hoje? — Perguntou meu velho.

— As pessoas que devem estar presentes estão aqui.

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