Capítulo 11

Liz acabara de completar três meses, era uma bebezinha saudável, alegre e muito esperta. Elisa já havia voltado à sua rotina de estudos, e sua mãe agora trabalhara meio período, apenas, pois assim podia ajudar sua filha a cuidar da netinha.

Otto mesmo havia sugerido, e Elisa e Marta aceitaram na mesma hora. Murilo estava cada vez mais próximo de Elisa, parecia que toda a mágoa que ele sentira dela havia desaparecido, e a cada vez que pegava Liz nos braços, seus olhos brilhavam. Elisa já não conseguia mais esconder seu sentimento por ele, pois todo cuidado, atenção e carinho que ele tinha com ela, fizera seu coração entender que sempre fora ele, desde o começo, e que amor está nas atitudes, e não em palavras bonitas, e Murilo demostrava muitas vezes que era um homem de verdade.

Ela não poderia mais negar que seu sentimento por ele, não podia deixar a oportunidade passar novamente, e sabia que Murilo estava se aproximando dela cada vez mais, pois ainda tinha sentimentos por ela, senão, não estaria tão perto assim. Os dois trocavam olhares, sorrisos, e quando se aproximavam um do outro, se arrepiavam por inteiro, como se tivesse uma corrente elétrica entre eles, era cada vez mais evidente que se amavam.

Elisa saía da universidade, num dia comum, quando encontra Murilo parado do lado de fora, encostado em seu carro e com as mãos no bolso, usava óculos escuros e nos lábios, o mesmo sorriso encantador de sempre.

— Posso leva-la para casa, Elisa?

— Pode sim!

Os dois entram no carro e partem, porém, Murilo desvia o caminho e os leva à um local um pouco longe do centro da cidade. Elisa nota que haviam entrado num imenso imóvel, com grandes portões, muito semelhante à mansão em que ele morava com seus pais.

— Onde estamos, Murilo? — Pergunta Elisa, descendo do carro.

— Este é um lugar muito especial...acabei de comprar esta casa, pois está na hora de me mudar. Estou crescendo muito, profissionalmente, abri mais alguns escritórios de advocacia, e está na hora de começar minha própria família.

Elisa ainda não entendera muito bem o que ele queria dizer, uma parte dela entrara em alerta, pois aquelas palavras poderia significar que ele queria se casar com alguma mulher, e que talvez não fosse ela, e pela primeira vez, descobre o que era sentir ciúme de alguém, pois o amava.

— Entendo! Você...você pensa em se casar, num futuro próximo?

— Isso vai depender da mulher que eu amo.

— Então, você tem alguém?........quer dizer, no tempo que esteve nos Estrados Unidos, você conheceu alguém? É isso?

— Eu não poderia ter ninguém por lá, pois a mulher que eu sempre amei, ficou aqui. Eu ainda a amo, Elisa. Na verdade, nunca deixei de amá-la, eu fui embora decidido a te esquecer, mas foi impossível. Quando voltei e a vi naquela cama de hospital, e você tinha acabado de dar à luz......bastou apenas alguns segundos a olhando, para todos os meus sentimentos voltarem, ainda mais forte.

Elisa chorava de emoção, pois se não tivesse dado brecha para Júlio, estaria feliz com Murilo há muito tempo. Sabia que algumas pessoas poderiam olhar para aquela situação e julgá-la indigna de Murilo, mas se ele era a pessoa interessada e ele estava se declarando novamente, por que ela própria deveria se recriminar eternamente?

— Eu estou aqui, de novo, Elisa...Estou de coração aberto, estou passando por cima do meu orgulho ferido, e afirmando que você é a única mulher que me interessa nesse mundo, quero saber, se desta vez, está disposta a me dar uma chance...quero saber se você me deixa ser seu marido, e o pai da Liz, pois amo aquela menininha como se realmente fosse minha. Aceita se casar comigo?

Elisa abre um sorriso sincero, entre lágrimas e corre para os braços dele, pois era evidente que não deixaria a oportunidade passar novamente. Elisa amava Murilo, e era mais do que evidente, pois o amor é provado nas coisas concretas, e tudo o que Murilo fazia por ela e por sua filha, fazia com que ganhasse cada vez mais espaço no coração dela, a forma como ele a olhava, como ele era cuidadoso, engraçado, educado, não tinha como não amá-lo.

Ela então se atira nos braços dele e cola seus lábios nos de Murilo, Elisa o beijava com paixão e urgência. Murilo não havia sido tão delicado como no primeiro beijo deles, pois tinha guardado seu amor e seu desejo por ela, por muito tempo.

— Isso é um sim, Elisa? — Pergunta Murilo, de forma ofegante.

— Sim! Eu quero muito ser sua esposa, me sinto uma tola por não ter percebido antes o quanto o amo, estava na minha frente o tempo todo, mas eu teimei em não ver, somente pela diferença de classe social, como eu fui tola, meu Deus! Na verdade........ acho que te devo uma bela explicação........nós dois nunca falamos sobre isso, mas, eu tenho que te pedir perdão, pelo passado.

— Não precisa, Elisa. Eu já coloquei uma pedra sobre esse assunto. Não me importa o que se passou.

— Mas eu quero te explicar. Eu quero que saiba que eu gostava de você, sempre gostei, mas.......eu tinha medo de que fosse somente fogo de palha de um homem rico, com uma garota pobre, algum fetiche do filho do patrão com a filha da empregada, sabe? E ainda tinha a situação da minha mãe, ela trabalha para sua família há muito tempo, seu pai paga meus estudos, eu senti medo, e......acabei caindo na conversa de um cara que nunca gostou de mim, mas ele me parecia mais acessível, entende? Ele era da mesma comunidade que eu, tem a mesma vivência, me pareceu natural. Ele conseguiu me iludir e dizia o que eu queria ouvir........acho que de alguma forma, eu achava que com ele daria certo, pois éramos do mesmo nível social. Me deixei levar por uma paixão adolescente, eu me iludi.......Eu sinto muito por ter feito você sofrer, mas acredite que eu me culpo até hoje, me perdoe, Murilo.

— Não posso te dizer que foi fácil, porque não foi. Eu te odiei algumas vezes, quis arrancar do peito o amor que sentia por você, mas me dei conta de que é impossível, mas ao mesmo tempo, não tínhamos nada um com o outro, então você não foi desleal comigo, mas saiba que eu te odiava num segundo, mas no instante seguinte, te amava ainda mais.

— Eu quero que saiba que aceito me casar com você, mas não é por estar grata por tudo o que faz por mim e minha filha, tampouco para poder dar um pai à minha filha, mas aceito me casar com você, porque hoje sei realmente o que é o amor verdadeiro, e eu o amo, Murilo. Hoje entendo que sempre foi você, desde o início, e te pedirei perdão em todos os dias de minha vida.

— Eu já a perdoei há muito tempo. Eu já tive dezoito anos, e sei que você era inexperiente, entendo que existem “homens”, ou melhor, canalhas que se aproveitam da ingenuidade das meninas, apenas para as levarem para cama e depois as descartarem como se não fossem nada. Agora que sei que me ama, quero ser seu único amor. Sei que não fui o primeiro, mas quero ser o último!

— Pois saiba que você é sim, meu primeiro amor, pois nada se compara ao que eu sinto por você. O que eu senti algum dia por aquele crápula, não era amor, mas por você, sim.

Murilo então cobre os lábios dela, com os seus. Finalmente os dois estavam dando o passo que deveriam ter dado há muito tempo.

— E então? Gostou da nossa nova casa?

— Então vamos morar aqui?

— Sim! Comprei pensando em você. Quero que tenha uma casa imensa, já que sua vida inteira morou em apenas dois cômodos. Quero que a partir de agora tenha tudo o que merece, além de muito amor, é claro.

— Não sei se eu mereço todo seu amor por mim, Murilo. Mas quero que saiba que honrarei seu amor, todos os dias de minha vida.

— Eu acredito em você, minha princesa! E eu quero também dar meu nome à pequena Liz, quero que ela seja oficialmente uma Hoffman.

— É sério?

— Sim! Ela já é minha filha, e sempre será.

Ao contarem a novidade para a mãe de Elisa e para os pais de Murilo, receberam a aprovação de todos, pois estava mais do que evidente o quanto se gostavam, era somente uma questão de tempo. Tão logo arrumaram a papelada, e os dois se casaram. A cerimônia havia sido simples e somente para os familiares mais próximos.

Murilo e Elisa decidiram não viajarem para lua de mel, pois Liz era apenas um bebezinho ainda, e não queriam se separar dela, então, depois da cerimônia, iriam direto para a mansão que Murilo comprara para morarem, e que a partir daquele momento, seria o novo lar deles.

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Comments

Ameles

Ameles

ele agora foi direto pro casamento sem namorar, noivar ou qualquer coisa

2024-11-27

0

Anonyamor

Anonyamor

Murilo um homem honrado digno apaixonado e passou por cima do seu orgulho ferido por amar incondicionalmente a Elisa e sua bebê Liz

2024-09-29

1

Maria Helena Macedo e Silva

Maria Helena Macedo e Silva

ainda bem que deu para ela converter o relacionamento com ele e dar um lar cheio de amor para Liz.

2024-05-28

2

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