Marta chega à mansão dos Hoffman e vai direto se trocar, todas as manhãs ia direto ao banheiro das empregadas e colocava seu impecável uniforme. As empregadas eram bem tratadas, não eram humilhadas ou tratadas com indiferença, mas os Hoffman eram exigentes, e gostavam de tudo correto. Ela termina de se arrumar, e começa seu trabalho, lavava os banheiros, passava as roupas, ajudava na limpeza em geral, e ainda fazia algumas compras quando precisava. Não era um trabalho nada fácil, pois cuidar de uma mansão, não era tarefa fácil, e ela, e as outras três empregadas, se esforçavam ao máximo para ar conta de tudo, mas sabia que o que recebia, valia a pena.
Numa manhã tranquila de trabalho, Otto Hoffman chama Marta ao seu escritório, e junto com ele, seu filho Murilo, que já era um recém formado advogado, e nos últimos tempos, virara a sombra de seu pai, pois queria aprender o quanto fosse necessário, para ser o melhor advogado que conseguisse.
— O senhor quer falar comigo?
— Sim! Sente-se senhora Marta. Bem, a chamei aqui porque quero ter uma conversa muito importante sobre o futuro de sua filha.
— O futuro de Elisa? Não estou entendendo!
— É muito simples. Eu sei que vocês duas moram sozinhas no morro das Laranjeiras, sei também que aquele lugar é extremamente violento, e quero ajuda-las.
— Nos ajudar?
— Isso mesmo. Sei muito bem que você trabalha mais do que qualquer empregada dessa casa. A observo não é de hoje, e com muito esforço a senhora criou sua filha sozinha, por isso, está na hora de ajudá-la. Sei que sua filha Elisa acabou de terminar o colegial, e que ela tem o sonho de estudar odontologia, então estou disposto a pagar os estudos de sua filha.
— É sério, senhor Otto? Eu não acredito nisso! Que bênção! Elisa vai ficar muito feliz, não sei como agradecer o senhor!
— Peça para ela vir falar comigo ainda hoje, quero acertar tudo e saber se ela realmente está disposta a estudar.
— Mas é claro que ela está disposta, é o sonho da vida dela, mas...infelizmente não será possível ela vir falar com o senhor ainda hoje, pois Elisa está viajando.
— Viajando? Ela foi acompanhada? — Pergunta Murilo, muito interessado no paradeiro de Elisa.
— Elisa foi sozinha, senhor Murilo. Eu fiz questão de presenteá-la com uma viagem, afinal, Elisa sempre foi boa aluna, sempre foi boa filha, nunca me deu trabalho algum, e ela aguentou muita coisa ao meu lado, então agora que tive um aumento no salário, graças ao seu pai, eu quis retribuir minha filha.
— Fico satisfeito em saber que a senhora e sua filha estão em condições melhores! Mas então ficamos acertados, senhora Marta. Assim que sua filha chegar, peça que ela venha direto falar comigo, pois o quanto antes ela entrar na faculdade, melhor!
— Claro, senhor Otto! Elisa virá falar com o senhor o quanto antes. E mais uma vez, obrigada por essa oportunidade.
— Você e sua filha fizeram por merecer.
Marta sai do escritório de seu patrão, radiante. Naquele dia faz seu trabalho de forma mais impecável possível, pois não conseguia esconder sua felicidade em saber que sua filha teria a oportunidade de estudar, muito diferente dela, que mal completara o ensino fundamental.
Finalmente Elisa retorna de sua viagem, e ao se encontra com sua mãe, na humilde casinha na comunidade, a abraça euforicamente.
— Senti tanta saudade, mãe! Obrigada por esse presente, foi a melhor experiência da minha vida!
— Também senti saudades, meu amor! Que bom que gostou, você merece! Mas agora eu tenho uma novidade para te contar.
— É mesmo? Do que se trata?
— O senhor Otto quer falar com você.
— Falar comigo? O que ele pode querer falar comigo?
— Ah, minha filha! Você não vai acreditar, mas ele se ofereceu para pagar seus estudos, ele quer pagar sua faculdade! Você vai realizar seu sonho, minha filha, será uma dentista!
— Como é? Não posso acreditar! A senhora tem certeza disso?
— Claro que sim! Ele me chamou no escritório dele e me disso que sempre me observou, disse que viu meu esforço em cria-la sozinha e que sabia que você merecia a chance de estudar, então ele quer te ajudar.
— Eu não acredito nisso! Me parece bom demais para ser verdade!
— Está vendo, minha filha? Quando andamos no caminho correto, mais dia, menos dia, recebemos a recompensa.
— Sim! E pode ter certeza que eu vou agarrar essa oportunidade com unhas e dentes, e muito em breve a senhora não vai mais ter que limpar a casa de ninguém, eu vou poder sustentar nós duas, está na hora da senhora descansar, e pode ter certeza que eu vou te dar o mundo, mãe!
— Ah, minha filha! Você já me dá o mundo. Você é a coisa mais importante que eu tenho.
— Eu ainda te darei muito orgulho, mãe!
Na manha seguinte, Elisa vai até a mansão dos Hoffman com sua mãe, e em pouco minutos, Otto a chama em sua sala.
— Sente-se senhorita, Elisa! Sua mãe deve ter te adiantado o assunto, não é?
— Sim. Ela me disse que o senhor está disposto a arcar com os custos da minha faculdade.
— Isso mesmo! E o que a senhorita acha disso?
— Bem.... Na verdade, estou bem surpresa com tudo! Mas eu agradeço por fazer isso, pois de outra forma não teria condições, a não ser que eu ganhasse uma bolsa de estudos integral.
— Como eu disse a sua mãe, ela é uma boa funcionária, está conosco há muitos anos, e eu a observei durante muito tempo, sei que ela a criou sozinha, e também sei que a senhorita sempre foi uma aluna exemplar e uma boa filha, e já que eu tenho condições de sobra, não me custa ajuda-las.
— Tudo isso ainda me parece surreal. Não sabe como agradeço seu gesto, senhor Otto!
— Pois agradeça dando valor em seus estudos. Espero que se saia muito bem. Quero que procure uma universidade o quanto antes e preste o vestibular, eu tenho certeza que passará.
— Muito obrigada, senhor Otto! O senhor não vai se arrepender.
Ao sair do escritório de Otto, Elisa vai direto falar com sua mãe, mas Marta havia saído juntamente com o motorista, para fazer as compras que faltavam. Ela então estava prestes a sair, quando Murilo a chama.
— Elisa!
— Sim?!
— Você está animada com a universidade?
— Estou sim! Seu pai está sendo incrível comigo, ainda ne acredito que vou realizar meu sonho!
— Meu pai é um homem muito justo, e bondoso!
— Sim! Agradeço muito o que sua família está fazendo por mim.
— Elisa...quero saber se um dia desses, você........quero saber se aceita sair comigo.
— Sair com você? Está me chamando para sair, senhor Murilo?
— Isso mesmo! E não me chame de senhor. Você aceita sair comigo?
— Bem, eu.......não sei se seu pai aprovaria isso, afinal, sou filha da sua empregada.
— Acha mesmo que meu pai se importa com isso? E além do mais, eu é que decido com quem quero sair ou não, sou um homem de 28 anos, posso muito bem decidir sobre minha vida. E então? Aceita sair comigo?
Elisa pensa por alguns instantes, pois até aquele momento, jamais havia imaginado que um homem como Murilo pudesse se interessar por ela, mas não podia negar que ele era incrivelmente bonito.
— Por que, não? Aceito sim! Acho que podemos ser bons amigos, não é?
— Acho que para começar, uma amizade está de bom tamanho! Então eu passo para te buscar essa noite, o que acha?
— Acho melhor não entrar na comunidade com seu carro. Não me leve a mal, mas.......você chamaria muito a atenção, e lá não é lugar para alguém como o senhor........digo.......você!
— Estou disposto a correr o risco, Elisa! Você vale a pena!
Elisa acaba ficando com vergonha daquele comentário, pois em nenhum momento havia prestado atenção em Murilo, ou percebido interesse da parte dele. Mas não podia deixar de notar o quanto ele era um jovem bonito, charmoso, e apesar de terem dez anos de idade de diferença, Elisa não era indiferente à ele. Quem sabe, o que o futuro reservaria para os dois?
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Atualizado até capítulo 45
Comments
Anonyamor
Que lindo gesto do sr Otto e o Murilo já se interessando pela Elisa
2024-09-29
1
Maria Helena Macedo e Silva
o que é predestinado chega ao seu destino mesmo com obstáculos.
2024-05-28
0
Márcia Jungken
desde jovem Murilo já estava interessado na Elisa , acho que foi ele que pediu para o pai dele ajudar ela com os estudos
2023-09-23
5