...*Eros*...
Meses vivendo dentro da garrafa de whisky, varias escolhas ruins, excesso de culpa, uma ex insuportável e estelionatária ao qual eu me sentia em débito, me levaram a maior burrada da minha vida.
Se era cair mais fundo o que eu precisava para acordar.............. Eu definitivamente cai.
Quando pensei que não existia mais nada que eu pudesse perder, a vida me mostrou que eu estava muito enganado.
É errado sentir mais dor agora do que quando perdi a minha filha que nem chegou a nascer?
Estou de arrasto, mais de raiva e culpa que qualquer outra coisa.
Minha válvula de escape? Caterina.
Ela me disse que eu e Leandra não precisávamos de mais um problema, eu sabia que ela estava tentando preservar a minha relação com Leandra e eu entendia que o momento delicado pedia por isso, mas eu não pretendia deixar Caterina se afastar novamente.
Então Leandra nos viu juntos no escritório, estávamos trabalhando, na verdade em meio a uma reunião muito importante e então ela entrou surtando, quase batendo novamente em Cate, dessa vez Caterina apenas saiu e quem quase matou Leandra foi eu, Leandra parecia totalmente instável e Cate apenas pediu que eu a levasse para casa, tivesse calma e cuidasse muito bem dela, afinal ela tinha perdido um bebê a pouco e poderia estar passando por algum tipo de trauma.
Tentei ser um apoio para Leandra, continuo a ser, mas após esse episódio no escritório Cate infelizmente se afastou, diz ela que pelo bem da própria Leandra que precisava de mim inteiramente, contudo pela primeira vez, eu não podia mais lidar com isso sozinho, eu precisava dela, precisava de Cate e eu não sei nem dizer como.
E Leandra? Bem, ela não precisa de mim, ela precisa de médicos e tratamento, foi o que dei a ela.
Com Leandra surtando no meu ouvido e insistindo em reatar algo que já não existia há muito tempo, só vi uma forma de Caterina deixar de ser minha CFO e voltar a ser minha pequena Alma, eu não estava nem um pouco disposto a perde-lá novamente.
Eu estava mal, me sentia fraco e os surtos de Leandra me levaram a exaustão, Cate era como um oásis, mas eu só deixava de ser o Sr. Arvenis quando estava no limite.
Cate me empurrou para fora e não deixou espaço para eu entrar de qualquer forma, eu fui totalmente rejeitado.
Cate podia ser a mulher mais profissional do mundo, mas sempre que eu precisava dela, tinha o seu colo e de momentos desesperadores se fazem homens desesperados.
Acho que a bebida foi a forma que encontrei de me aproximar, minha vulnerabilidade fazia com que ela baixasse os muros entre nós, ela ia me buscar, se preocupava, sempre que me imaginava em risco dava um jeito de estar comigo e aquilo era meu momentâneo alívio, as poucas horas que Cate me cuidava.
Mas eu preferia seguir sendo Sr. Arvenitis para o resto da vida, ser empurrado para fora de sua vida para sempre, do que ver....Uma Caterina em coma, por sair no meio da madrugada para me ajudar, pela milésima vez.
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...Atualmente.........
Caterina está em coma induzido devido a pancada que levou na cabeça durante o acidente, ela tem traumatismo craniano grave e precisou ficar desacordada para o inchaço no cérebro diminuir.
Curei a minha ressaca com o pavor que foi saber sobre ela, descobri sobre o acidente de manhã quando apareceu no noticiário da televisão do bar 24 horas que adormeci ontem a noite.
Eu reconheci a placa do carro, reconheci tudo, afinal eu mesmo comprei o carro para ela, a princípio o Audi A8 que eu queria não tinha sido lançado aqui, tive que conversar com um grande amigo para ele trazer o carro para mim, Cate passou todo esse tempo usando o carro do meu irmão e eu tinha mandado personalizar aquela nave de um jeito muito especial para ela.
Não tinha como eu não reconhecer aqueles aros que valem tranquilamente um carro popular, o carro da minha Cate era único e agora parecia uma latinha amassada.
A porrä de um bitrem a arrastou por metros, o filho da mãe do caminhoneiro dormiu no volante e tinha a droga da chuva no meio da madrugada...
Porrä, como eu me odeio.
Por que diabos eu liguei para ela tão tarde?
Por que deixei todo o trabalho na responsabilidade dela? Por que não fui um bom chefe, um bom...amigo?
Sempre foi sobre mim, meus problemas, minhas situações, meu relacionamento, ultimamente mais discutíamos que qualquer outra coisa, ela estava exausta, no limite.
Eu e Cate nos afastamos muitas vezes ao longo desses anos de amizade, mas nunca discutíamos como fazíamos agora.
Desde que Leandra voltou, eu comecei a beber, Cate a ficar com todas as responsabilidades da empresa, nossa relação já estava cheia de problemas então com a sobrecarga do trabalho, tudo começou a ruir entre nós.
Eu e ela parecíamos cão e gato, nunca nos víamos, mas quando tínhamos que trabalhar juntos era um inferno, discordamos de tudo nos últimos tempos e logo os problemas pessoais entraram nas discussões que nos machucava de formas terríveis.
Nossa amizade estava a uma fina linha de se romper e então eu mais uma vez a coloquei em uma situação fodidä.
Merdä, merdä.... merdä.
— É culpa sua Eros, ela só queria que eu fosse te buscar, ela nem mesmo se preocupou com a própria segurança, que merdä irmão, que merda você está fazendo da própria vida? — Diácono diz enraivecido. — Se perdermos Caterina eu nunca vou te perdoar, o papai está vindo, ele e a mamãe, se prepare, eles vão te matar, isso se eu mesmo não fizer. —
Dona Anna me esbofeteou a cara diversas vezes assim que cheguei no hospital, nem reagi, realmente é minha culpa, mas após os tapas ela me abraçou e chorou, o que só me faz sentir pior.
A filha dela está em coma por minha causa e ela já perdeu tanto...
Já faz 17 horas desde o acidente, não consigo sair daqui, mesmo sabendo que não posso vê-la.
Minha irmã gêmea entra como um furacão no hospital, ela estava em Milão.
— Onde ela está? O que aconteceu? Minha amiga, minha... a minha...— Selene estremece em lágrimas, quando os seus olhos finalmente encontram os meus ele avança. — Seu desgraçado, como pode deixar isso acontecer?
Selene assim como dona Anna me esbofeteia a cara, eu nada faço novamente.
— Se acalma irmã, estamos em um hospital. — Diácono fala, segurando a nossa irmãzinha nos braços para que não consiga mais me bater.
Selene começa a me bordar xingamento em grego, eu a tudo escuto e nada faço.
Saio do hospital para minha casa, nem mesmo tomo um banho, caio imundo na cama e começo a chorar.
É tudo minha culpa.
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...*Caterina*...
Tudo dói, até músculos e ossos que eu nem sabia ter.
Não sei por quantos dias a minha consciência ficou indo e vindo.
Minha audição demorou a voltar, falar foi ainda mais complicado, lembro do vai e vem de pessoas conhecidas, que eu amo muito.
Minha família e amigos sempre apareciam todos os dias, meu quarto era enorme e tinha muitas, muitas flores de todas as cores, também ursos de pelúcia e balões.
Depois de muito tempo internada, consegui dar as minhas primeiras palavras.
— E-Eros, on-onde, Eros? — Falo com a voz baixa e rouca.
Diácono revira os olhos, não é que Eros seja mais importante que todos, mas ele foi o único que não apareceu.
— Ele está proibido de entrar e antes que você surte foi uma decisão geral e unânime, mas sei que você quer noticias então, lá vai, ele está bem e virou o seu vizinho de leito, já que deu um jeito de conseguir o quarto do lado para ficar aqui de olho em você 24 horas por dia. — Diácono responde sem humor.
— Que..ro V...Veee...Ver ele. — Digo e sinto gosto forte de sangue, minha garganta arde muito, mas nada comparado ao resto do meu corpo.
— Quando a dona Anna chegar ela decide, sua mãe está chateada com ele e Eros precisa crescer, amadurecer, principalmente com você, ele é toxico para você Cate, ele teve que te ver quase morrer para tomar vergonha na cara, o mínimo que você deve fazer é dar um gelo nele por uns 10 anos.—
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Atualizado até capítulo 78
Comments
Marneide Wanderley
Ele n tem pulso de homem, a ex pinta e borda com ele e ele n faz nada, vai para Cate a mesma fica incentivando ele voltar pra ex, oxe que doideira...
2024-10-12
0
Marly Matias
Tem que mandar essa namorada catar comunhões e reconhecer que ama a Cate.
2024-07-25
1
Teresinha Galvão
tem que ver sim ,so ele e ela entendem esse amor...
2023-12-14
4