Capítulo 5

...*Eros*...

Os meses passaram e a pequena Caterina se tornou a minha melhor amiga, ela era minha confidente, a única pessoa no mundo que parecia me conhecer de verdade, talvez mais que eu mesmo.

A família que eu sempre quis ter, encontrei na família dela, eu simplesmente amo tanto dona Anna e o seu Antônio que não saberia descrever, os vejo como meus pais, os pais que escolhi carregar no coração.

Sai do apartamento do meu pai e fui morar com o meu amigo Cedric na república, procurei trabalho de meio período, o meu sobrenome ajudou bastante, não foi difícil achar trabalho, mas sei que isso foi por eu ser um Arvenitis.

Eventualmente a convivência com a família Savóia me mudou muito, eles são pessoas tão humildes, honestas e trabalhadoras que comecei a mudar a minha percepção sobre a vida.

Eu queria ser independente e forte, me descobrir em cada passo desse processo deixava os meus "pais do coração" tão orgulhosos, que eu sentia cada vez mais a necessidade de ser alguém por mim mesmo.

E o sorriso dela...Porrä, aquele maldito sorriso entre os seus lábios fartos, cada vez que eu aprendia algo novo... Eu queria ser tudo, ser suficiente, ser mais que apenas eu e ter mais daqueles sorrisos, eu queria muito ter mais daqueles sorrisos.

Caterina não tinha tempo para nada, mas todo pouco tempo que tinha, ela era minha e isso, saber que eu jamais precisaria dividi-la com alguém, era bem mais do que suficiente para mim.

Deixei de dar valor para muitas coisas assim como, aprendi a valorizar outras que dinheiro nenhum compra.

Me desprender financeiramente do meu pai era o primeiro passo, eu pretendo cumprir com a minha palavra e não desistir da faculdade, mas quis escapar o máximo possível dessa cela com grades de ouro que eu mesmo me coloquei.

A sede principal da empresa do meu pai não ficava na cidade, ele tem trabalhado aqui por expandir a pouco para cá também por eu e Selene termos vindo para estudar, mas sei que é questão de tempo para ele voltar a Manhattan onde está meu irmão mais velho, então a empresa daqui ficará nas minhas mãos e isso não é algo que eu queira.

No início do ano letivo era fácil passar um tempo com Caterina, depois de alguns meses percebi que ela não estava dando conta de tantas coisas e agora só conseguíamos nos ver no horário de aula e se eu quiser passar um pouco de tempo com ela fora esse horário eu tenho que literalmente ir para sua casa e esperar ela chegar.

Seja lá como as coisas estão na empresa do meu pai, Catarina tem se dedicado e se exaurido, mas o sorriso, aquele sorriso com os olhos brilhando, o sorriso mais lindo que ela só dá para mim, está sempre alí independente de tudo e todos.

E que orgulho, aquela raiva toda, aquele ciúmes por ela ser tão perfeitamente incrível, se tornou um orgulho tão intenso que pensar nela já era o suficiente para me fazer sorrir.

Caterina é fodä e eu sou um desgraçado orgulhoso por ser o melhor amigo dela, por ser quem ela escolheu para dividir os momentos mais incríveis mesmo estando exausta.

Mesmo com a vida mais organizada ela nega-se em parar, levando para faculdade os seus doces e salgados e eu a admiro muito, ela tem uma fibra que eu não saberia explicar, aprendo com isso diariamente e graças a isso, agora sou mais realista.

Agradeço por Selene não se importar em eu ter roubado seu favoritismo, mas a Cate me ilumina tanto quanto o Sol ilumina o planeta.

Ela não fala muito sobre o trabalho, na verdade, os estudos são tão intensos que mal falamos sobre qualquer outra coisa, mas estarmos juntos por pelo menos alguns minutos, mesmo que em silêncio sempre foi mais que suficiente.

Percebo no dia a dia o quanto ela tem mudado e está super a frente de todos da turma na faculdade, o primeiro ano foi uma loucura, até eu cai de cabeça nos livros e apelidei Caterina de pequena Atenas, a deusa da sabedoria e da guerra, afinal, eu só estudava, jogava e já estava morrendo, ficava imaginando o quão desgastante era para ela ainda trabalhando como louca durante o resto do tempo.

Quando o fim do ano chegou, decidi largar o football para conseguir dar conta do trabalho e eu vi o meu pai novamente depois de quase um ano inteiro fugindo das suas vistas e foi vendo o meu pai, que entendi quase tudo o que não entendia até agora sobre ela, Caterina Savóia minha pequena garota maluquinha.

— Caterina parece mais minha filha que vocês três, eu deveria deserdar vocês e adotá-la. — Meu pai fala tentando nos afetar.

Diácono, meu irmão mais velho, pergunta finalmente o que todos nós queremos saber. — O que a menina fez para ganhar o seu coração de gelo dessa forma? —

A verdade é que nas poucas vezes que falei com a minha mãe durante o ano, ela contou que o meu pai estava realmente muito animado com o progresso da Cate, eu sei que ela ganhou muito espaço na empresa de uma forma rápida e o meu irmão que já trabalha com o nosso pai a um tempo, não cansa de dizer que para onde o velho vai, Catarina também está, inclusive ela foi uma ou duas vezes nas suas viagens.

— Dinheiro, ela faz dinheiro.— O meu pai responde animado.

— Fiquei curioso.— Digo sendo totalmente honesto.

— Ela se entrega ao trabalho, é melhor que todas as minhas secretárias juntas, tanto é que agora está trabalhando diretamente para mim. — O meu pai fala todo orgulhoso — Ela conseguiu uma parceria que jamais pensei, o tradutor atrasou para uma reunião e ela conduziu tudo sozinha com os novos sócios italianos, a Cate simplesmente fechou um contrato fora do país, coisa que eu teria dificuldade, ela sabia tudo, cada vírgula de cada linha de todos os contratos, ela fechou a parceria sozinha. — Ele da ênfase no, sozinha, deixando evidente o mérito ser todo dela.

Mas o que me choca realmente é, o meu pai, rei do gelo, chamando a MINHA Caterina de Cate.

— Ela é realmente muito boa, faço questão de pagar o que ela realmente merece.— Ele diz com convicção.

Eu nem mesmo sabia que ela recebia um salário, quanto mais um bom salário, sei que as coisas melhoraram para a sua família, afinal, vou todos os dias lá, mas nunca imaginei que seria por mérito e trabalho dela.

Porque diabos ela ainda vende doces e salgados? Que garota gananciosa, vai se matar assim.

Mas logo lembro da poupança do seu Antônio, é claro, o sonho da família Savóia, abrir uma padaria.

Ela nunca vai parar sem conseguir dar isso a eles, minha garota nunca decepciona.

— Ela também me ganhou pela barriga, as coisas que ela vende tem me deixado gordo, mas realmente não ligo.— Ele diz alisando a barriga um pouco maio que o habitual.

— Ela também vende os doces e salgados na empresa? — Selene pergunta antes de mim parecendo tão chocada quanto eu.

— Sim, vende e é um sucesso. — Meu pai responde com animação.

Acabo rindo, minha pequena deusa é uma garota de negócios.

A nossa mãe fala animada.

— Porque não a convidou para o jantar? Eu quero muito conhecê-la meu filho, sei que ao contrário do seu pai, ela te faz muito bem. — E essa foi a primeira indireta da noite, eles são assim, sempre achando um jeito de se atingir.

Ainda não sei como são casados.

— Ela tem família, um pai doente, ela não sairia de casa em pleno Natal.— O meu pai responde de forma ríspida e apesar de grosso ele esta certo, Cate jamais sairia de perto da família em pleno natal, na verdade, se eu pudesse, passava lá com eles.

A ceia de Natal que estamos é muito bem decorada, luxuosa e cheia de alimentos caros, mas não se compara a simplicidade da família Savóia, sei que lá eles estão realmente celebrando a vida.

— Quem me dera estar lá também. — E quem fala é minha gêmea, praticamente repetindo o meu pensamento.

— Espero poder conhecer essa menina logo, só alguém com o coração bom para trazer um pouco de felicidade para os membros dessa família. — Minha mãe fala.

— Seria algo impossível mãe. — Eu respondo sem humor. — Passar um minuto com Caterina é uma missão difícil depois que o nosso pai a tomou para si.

— Ciúmes, meu irmão?— Diácono diz rindo.

— De um velho quase barrigudo? Me poupe. — Reviro os olhos e Selene ri, ela sabe bem o quanto eu odeio o fato de Caterina e meu pai estarem se tornando amigos.

— Se você sente falta dela é só começar a trabalhar com ela, larga o seu estágio e faça ele na nossa empresa, Cate tem muito a te ensinar, sem contar que ela fica sobrecarregada, são muitas as responsabilidades que passo para a garota, você seria um grande apoio. — O meu pai diz de um modo muito sutil mesmo com toda a provocação e isso deixa a todos surpresos.

Ele nunca foi assim comigo, NUNCA.

Ele não tem uma boa relação com qualquer um dos filhos, na verdade, nem com a própria mulher, meu pai focou tanto em nos deixar ricos que acabou se perdendo no processo, ele nem de longe é um homem ruim, mas como marido e pai ele deixa muito a desejar, eu em especial pareço ser o seu maior desgosto, ele sempre me viu como meio para um fim, ser seu herdeiro, levar os negócios da família adiante e eu sempre fui o mais rebelde, também o mais folgado.

— Isso não me parece ideia sua e nem algo que você diria com tanta tranquilidade, faz menos de um ano que você destruiu meus sonhos sem se importar com minhas vontades, ser tão contido e educado comigo não faz muito o seu feitio. — Respondo intrigado.

— E não é, Cate tem feito eu rever a minha postura com você, ou melhor, com vocês. — Ele responde. — Não vou mentir, te fazer tão mal ao destruir algo de tanto valor emocional para você como aquela escultura, me fez sentir como se eu tivesse destruindo meus próprios sonhos, isso muda a cabeça de alguém, infelizmente percebi meu erro tarde de mais, mas ainda posso melhorar.—

— Santa menina, essa tem o seu lugar no céu por te aturar e conseguir colocar um pingo de discernimento nessa cabeça. — Minha mãe diz com certo amargor.

Que merdä de Natal.

O meu pai ignora a minha mãe, focando seus olhos em mim.

— Sei que tenho te forçado a algo que não quer Eros e sei também que destruí o seu sonho de ser um artista, mas não culpe a empresa e sim a mim, vá lá e aprenda, entenda o que fazemos para poder dizer que não é o que deseja. — Ele diz me olhando sério.

Ele para, respira fundo e fala com dificuldade.

— É um pedido, não uma ordem.—

Ele conclui, quase sussurrando.

— Um ano... Vou passar mais um ano nessa cidade, trabalhe comigo e Cate, de uma chance real para os nossos negócios, se até o fim do ano você decidir ter nada a ver com a Better World Company eu te libero de toda a responsabilidade, pago toda a sua faculdade de artes, te dou um estúdio luxuoso em Paris e te apoio em tudo que quiser referente a isso. — Ele pigarreia um pouco abalado e depois volta a falar. — E quanto a Cate, o salário dela assim como os planos, são mais que merecidos, ela vai se formar independente do que você escolher, quanto a isso não se preocupe.

O que caralhö ela fez com o meu pai?

Eu gelo, os meus irmãos estão me encarando chocados, minha mãe está chorando, putä merdä, a minha mãe está chorando...

— M-mãe, não chora.— Falo com a voz embargada, odeio ver ela assim, fico meio travado sem saber se a ajudo, se respondo meu pai ou brigo com ele por ser imbecil durante toda uma vida e agora querer remediar as coisas como se não fosse nada.

Ela olha o meu pai no fundo dos olhos por muito tempo ainda chorando e eu sei que essa questão já não é mais sobre trabalho ou Caterina.

— Sinto muito, meu amor, eu estou tentando. — É tudo o que ele diz antes dela se jogar no colo dele o abraçando com força ainda em lágrimas, ele abre um sorriso sereno a abraçando de volta e a consolando.

Que droga, ver a minha mãe assim, ver ele assim, ver os dois juntos, eu nem saberia dizer o que faz a situação ser mais esquisita, eles estavam se alfinetando a menos de meio minuto e agora a minha mãe virou o meu amor? Como assim? Eu nem lembro de já ter escutado ele a chamando dessa forma.

— Obrigada. — Ela diz para ele e da um beijo no seus lábios.

Isso é ainda mais estranho, caramba isso é muito estranho, a minha mãe não veio conosco para cá, pensei que eles estivessem separados a anos e apenas mantendo contato por pura conveniência, na verdade, foram raras as ocasiões que vi qualquer tipo de troca de afeto entre eles dois e tem muito tempo.

Esse Natal está maluco.

— Cate te ameaçou ou coisa do tipo?— Selene pergunta muito séria e se eu não conhecesse bem minha pequena Deusa eu diria que meu pai está sento chantageado ou sofrendo uma ameaça de morte para ter uma mudança tão brusca.

— Nós tivemos uma discussão feia semana passada, eu meio que xinguei algo sobre Eros na frente dela e ela virou café na minha camisa propositalmente. — O nosso pai ri ao contar isso. — Ela é uma petulante, atrevida e sem limites de fato, eu ouvi poucas e boas, mas não discordei dela em nada. Cate fez um barraco, saiu coisa que até Deus duvida, mas no fim das contas me ajudou a acordar, ela não fez por mal, eu tenho sido carrasco com todos e ela por passar todas tardes comigo, é a que mais sofre, essa foi a forma que a menina achou para me ajudar, tenho errado por muito tempo e me acostumei a não ser contrariado, ela deixou claro que os meus filhos não são meus funcionários e a minha família não é uma empresa.

Diácono cai na gargalhada, ele ri com tanta força que uma lágrima escorre por seu olho esquerdo e ele segura a barriga no processo, é desconsertante, ele ri enquanto eu e Selene trocamos olhares chocados de mais para reajir de qualquer forma, minha pequena deusa enfrentou o diabo sozinha, que orgulho.

— Vou pedir essa moleca em casamento, só esperem ela ficar mais velha.— Diácono diz entre gargalhadas.

E então meu corpo gela, Cate é praticamente uma criança perto dele, ela é território proibido para qualquer marmanjo fodidö.

Eu quase pulo no pescoço do meu irmão, mas seguro o ciúmes o suficiente para não acabar com as festas de final de ano.

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Comments

Marly Matias

Marly Matias

Rolei de rir da cena.kkkk

2024-07-24

1

Maria Izabel

Maria Izabel

🤣🤣🤣 imaginando a cena da Cate enfrentando o chefe e abrindo seus olhos perante a família dele kkkkk de fato ela opera milagres quando o assunto é família 👏👏👏👏😍😍

2023-08-23

3

Gih

Gih

😂😂😂

2023-08-03

1

Ver todos
Capítulos
1 Prólogo
2 Capítulo 1
3 Capítulo 2
4 Capítulo 3
5 Capítulo 4
6 Capítulo 5
7 Capítulo 6
8 Capítulo 7
9 Capítulo 8
10 Capítulo 9
11 Capítulo 10
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75 Capítulo 74
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77 Capítulo 76
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Atualizado até capítulo 78

1
Prólogo
2
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3
Capítulo 2
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Capítulo 5
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