...*Eros*...
— Só 17 aninhos, do tamanho de uma criança e consegue virar o mundo de cabeça para baixo. — Diácono ri, falando de Cate e isso me irrita muito.— Como o nosso pai consegue carregar a garota para tudo quanto é lado? Quer dizer, a contratação dela é legal? Como ficam as faltas na faculdade? E como ela consegue aguentar estudar e ainda lidar com ele? — Diácono me pergunta com curiosidade algo que eu certamente não sei direito também.
— Nada que o dinheiro não resolva Diácono, o nosso pai investe pesado nos projetos de Harvard, ele é um dos melhores patrocinadores que eles tem e quase todos os trâmites para contratação dela são feitos de forma confidencial, o nosso pai tem autorização dos pais dela por escrito para quando precisa e sim, ela é só uma estagiaria, a contratação é legal apesar de o resto não ser totalmente. O salário e os benefícios não são repassados pela empresa e sim pelos advogados pessoais do nosso pai, para não dar nenhum tipo de problema, o mesmo segue para manter algumas bocas fechadas, principalmente em Harvard. — Acabo sorrindo ao dizer. — Cate é sem dúvidas uma das pessoas mais fortes que conheço, a faculdade ela faz com facilidade mesmo não acompanhando todas as aulas, tenho certeza que o nosso pai a auxilia também, a relação deles é inusitada, mas parece ser bem funcional para ambos.
— E o que você vai fazer sobre o pedido do velho Nicolau? — Ele pergunta se referindo ao pedido que nosso pai fez para eu estagiar por um ano na empresa.
— Não vou perder a oportunidade de estar ao lado dela, amanhã mesmo pretendo rescindir o contrato com a empresa que estou, trabalhar para nosso pai será inevitável e ele sabe, melhor fazer isso junto de alguém que me apoie nas horas difíceis.— Digo feliz por saber que logo vou passar todas as minhas tardes com Caterina.
— Cassetë muleque, você tá apaixonado.— Ele diz parecendo horrorizado.
E essa simples menção faz com que o meu coração bata aos tropeços.
— Não começa, ela é minha família, nunca na vida a olhei com outros olhos. — Digo de forma ríspida e muito irritada.
Essa merdä me afetou.
...****************...
Não precisei de um ano para me apaixonar pela nossa empresa, passei por todos os setores até finalmente virar a segunda sombra do meu pai, pois a primeira era a Cate.
Me aproximar do velho Nicolau foi inevitável, começamos a nos suportar e por fim estávamos trabalhando muito bem juntos, percebi que eu sempre fui a chave do relacionamento dele com a minha mãe, desde que começamos a nos entender, ela começou a aceitá-lo novamente e até vir mais para cidade.
Minha pequena deusa Atenas já está encaminhada no setor financeiro e eu no administrativo, no início foi bem difícil, não vou mentir, mas entender todos os processos da empresa e como nos tornamos tão grandes, tudo isso, me fez admirar mais o velho desgraçado que é o meu pai, que agora não é, tão desgraçado assim.
Estávamos indo para o terceiro ano na faculdade, o meu pai voltou para Manhattan.
Diácono assumiu a empresa, minha irmã se formou antes de mim, já que eu saí de um curso e migrei para outro.
O meu amigo Inácio começou a trabalhar na empresa como engenheiro junto com a Selene e nós três, criamos muitos projetos juntos, eu quis focar em outros setores que a empresa não abrangia ou deixava a desejar.
O meu pai entendeu o meu pedido, eu não me sentia pronto para assumir ainda, eu queria fazer algo novo, a minha criatividade sempre me fez voar alto e eu usei isso como pude, mal percebi estar nos levando para caminhos inexplorados, expandindo intensamente e inovando cada vez mais.
Eu tive carta-branca para inovar, a única objeção do meu pai era Caterina, enquanto ele fosse o Ceo da corporação, Caterina seria dele e eu só teria direito sobre ela como funcionaria quando eu finalmente aceitasse toda a corporação, essa era a arma dele, meu pai sabia o quanto eu queria apoiar e fazer de Caterina o meu braço direito, então ele só me daria isso quando eu desse o que ele tanto queria.
Diácono sempre deixou claro que jamais assumiria a responsabilidade por toda a corporação, apesar de ser incrivelmente inteligente e dedicado, meu irmão mais velho é o maior farrista que conheço e a sua propensão a jogos de azar, fizeram com que o meu pai visse em mim a melhor opção para seguir o legado Arvenitis.
Minha irmã deixou claro a vida toda que burocracia nunca foi seu forte, Selene sempre foi inovadora e criativa, é um tipo de pessoa que gosta de sujar as mãos, trabalha duro até criar algo novo, ela sempre testou os seus limites e tem o temperamento ainda mais instável que a nossa mãe.
Selene nunca daria certo atrás de uma mesa analisando pilhas de relatórios e dando sorrisos mornos para clientes arrogantes.
Como eu disse, eu sempre fui a melhor opção.
Diácono é quatro anos mais velho que eu e Selene, sua mãe faleceu durante o parto, meu pai conta que surtou na época, minha mãe era a pediatra do Diácono, ela conta que se sensibilizou pelo homem sozinho e perdido com um bebê recém nascido nos braços.
Não preciso nem dizer que ela se apaixonou por Diácono e sem perceber se tornou sua mãe, consequentemente o convívio fez com que se apaixonasse por meu pai, eu e Selene, os seus queridos gêmeos, fomos fruto de uma noite casual entre eles e demorou mais de 5 anos para os dois casarem de fato.
Mesmo tendo nós três como filhos, Dânae continuou tão arisca com o nosso pai quanto uma mamba-negra, palavras dele.
Isso sempre fez com que a relação entre os dois fosse muito instável, o que só piorou conforme fomos crescendo e nos distanciando ainda mais do velho Nicolau.
Caterina agora é o braço direito do meu irmão e só responde a ele ou diretamente ao nosso pai, confesso que a aproximação deles não me agrada em nada, ainda mais conhecendo o cachorro do meu irmão, mas trabalho é trabalho.
Mesmo odiando isso, meu pai tem razão ao dizer que Caterina é a única que pode por rédeas em Diácono, já que ela conseguiu derreter até o gelo que era o seu próprio coração.
No último ano as nossas vidas foram incríveis, os seus pais conseguiram abrir finalmente a padaria que sempre sonharam e ela conseguiu relaxar mais, aumentar o círculo de amizades e curtir mais a vida.
Nós nunca nos afastamos, ela é meu alicerce, no trabalho é raro termos tempo, na faculdade só aproveitamos os intervalos, pois todas as matérias que tínhamos juntos já acabaram, mas sempre achamos uma forma de estarmos juntos, de nos falarmos e isso nunca vai acabar.
...****************...
Os últimos anos na faculdade foram realmente loucos, eu assumi de vez os negócios em Cambridge seis meses depois que o meu pai foi embora, pois o meu irmão voltou para a Grécia sem dar satisfação alguma, em pouco tempo eu tinha feito muita coisa pela empresa, os nossos sócios queriam ver o meu rosto, minha liderança, a faculdade ficou para escanteio, eu fui ao limite para passar de ano e me livrar logo, tudo foi uma loucura, eu criei seguimentos e quando menos percebi já estava em outros lugares, viajando, expandindo e colocando filiais em outros países.
Caterina passava todos os fins de semana fora, indo e vindo de Manhattan, pois trabalhava diretamente com o meu pai.
Na empresa não nos víamos nunca, os nossos setores eram opostos e ela não lidava com nada da minha administração, tanto eu quanto ela, íamos só nas aulas obrigatórias e tínhamos o máximo de faltas que eles deixavam, claro que molhei alguns bolsos para conseguirmos faltar um pouco mais, não foi difícil, pois, estávamos sempre fora.
Percebi que Cate se afastou um pouco quando me viu ficando com uma das suas colegas do financeiro, ela sempre foi super correta no trabalho, nunca teve problemas com os meus vários casos da faculdade, já no trabalho ela não levou isso tão de boa, mas nossa relação nunca mudou, mesmo não tendo tempo um para o outro e discordando às vezes, sempre trocávamos mensagens e eu ia pelo menos duas vezes na semana para casa dela.
...****************...
— Falta pouco para você se formar irmão — Selene diz enquanto mata tempo e toma café no meu escritório.
— Nem me fala, não aguento mais, tenho ido forçado. —
Selene está distraída parece querer me contar algo.
— Quer dizer algo mana?—
— Na verdade sim, eu percebi que Caterina ficou chateada com o seu caso com a Mirella do financeiro. — Ela diz sem humor, sei que a minha irmã também não gostou.
— Ela não foi a primeira e nem será a última que ficarei, Caterina me conhece e você também.— Falo sem dar importância, sempre fui um cara de encontros casuais, uma relação com qualquer pessoa jamais passou pela minha mente.
— Acredito que a Cate gosta de você e já tem um tempo.—
Quase cuspo o meu café.
— Não seja ridícula Selene, Caterina é uma menina.—
— Uma mulher mano, ela é uma mulher e uma mulher muito linda.—
— Sim linda, mas inocente, pura, uma menina sem experiência, apenas isso, uma menina, assim é e assim deve ser e nada mais que isso.
— Faz quase quatro anos que somos unha e carne, já dormimos juntos na mesma cama muitas vezes, nunca rolou nada e nem vai, ela não me vê dessa forma e eu também.—
— Cate não conhece a maldade, a malícia, ela nunca esteve com alguém e felizmente, creio que vá demora muito para estar, Caterina é superior a qualquer imbecil que eu conheça, ela nem pensa nessas coisas e eu dou graças a isso.—
— Ela mudou Eros, Cate deixou de ser uma menina há muito tempo e ela... Bem, ela é uma mulher lindíssima, maravilhosa e ela tem vontades, desejos, sei que ela nunca foi de ficar com ninguém, mas uma hora as coisas mudam.—
Isso eu sei, aquelas curvas não são de uma menina, não sou cego, mas em todos esses anos ela nunca quis sequer ficar com alguém, não penso que mudará agora.
— Cate não é assim, a mentalidade dela não é voltada para isso, tenho certeza que vai demorar alguns anos para ela amadurecer esses pensamentos e também quando acontecer, não vai ser da minha conta. — Digo, mas minha voz sai falha.
Tento respirar fundo, mas não consigo, o ar parece mais pesado, quase sufocante, odeio esse tipo de conversa, detesto mesmo.
Imaginar Caterina saindo da sua bolha de inocência é quase como assistir a um filme de terror, felizmente eu sei sobre ela o suficiente para ter certeza que nunca sequer teve curiosidade de estar com alguém.
— Ela me contou que aquela garota loira da sua turma não saí de cima de você. — Selene diz mudando de assunto quando percebe que eu estou mexido.
— Ariane. —
— Sim, vocês estão juntos mano? —
— Se qualificar juntos como ir para cama com alguém, significa que eu estou junto com praticamente todas as minhas colegas. —
— Você é nojento, não é atoa que Caterina não investe. —
— Investir? Ela é como uma irmãzinha, a garota é tão pura que poderia estar em um convento e acredite, eu não reclamaria e mesmo que ela não fosse tão inocente e inexperiente, ela está em outro nível, um nível que filhos da puta como eu não se atrevem desejar, pelos deuses gregos, não diga mais essas bobagens, eu e Cate, nunca vai rolar. —
— Era o que eu precisava ouvir.—
— Como assim Selene?—
— Cate é uma mulher linda, eu sempre imaginei que vocês...Bom, não importa mais, se ela é uma irmã então que assim seja, para alguém ela vai ser mulher, não é?
— Não brinque com isso Sol.—
Me levanto transtornado, passando as mãos pelos cabelos na tentativa de acalmar meus pensamentos.
— Não estou brincando, essa é a verdade mano.—
E isso me causa uma fisgada forte no peito, até tento disfarçar, mas só de imaginar alguém perto da minha deusa, sinto o meu coração sangrar.
E no dia seguinte nos corredores da faculdade eu vi.
Entendi exatamente onde a minha irmã queria chegar e para que ela estava tentando me preparar.
Eu esperaria qualquer coisa no mundo, estaria pronto até mesmo para o apocalipse, mas nada, nada poderia me preparar para ver isso...
...Caterina de mãos dadas com alguém...com um homem...Porrä, outro homem...Homem esse que não sou eu e certamente não a vê de forma tão inocente.
Eu estava sentado com Ariane no meu colo, estava inerte eu uma ligação quando ela passou e me comprimento com um aceno de mão animado.
Eu saltei de pé quase derrubando Ariane no chão, desliguei o celular e fui correndo até ela.
— Quem é esse idiota? — Pergunto gritando, praticamente partindo para cima do cara.
Eu racharia o planeta terra no meio com o tamanho da raiva que senti ao ver ele a tocando.
Cate trava de surpresa, nunca me alterei com ela.
— E-ele é um amigo e nós estamos nos conhecendo. —
Caterina me olha com as bochechas coradas, ela está com vergonha?
— Nada disso, sem essa...Não ouse...Eu mato ele. — Falo gritando e com convicção, o cara da um passo para trás assim que percebe que eu vou fazer uma loucura...
— Você vem comigo Caterina.—
A puxo pela mão e ela trava, se afastando assustada.
Eu estou muito alterado, mas Cate nunca foi de ficar quieta para ninguém, a menina logo da espaço para o tornado que só ela sabe ser.
— Você está maluco Eros? Você me machucou.—
Só então percebo que a puxei rápido de mais e com uma força desnecessária, mas não recuo.
— Você, nem sonhe em ter alguém, jamais sonhe em namorar, Caterina você... você não pode...—
—Você dormiu com a faculdade inteira nesses 4 anos, até o jeito que você trepa eu tive que escutar durante todas as tardes no trabalho porque nem profissional você consegue ser, como sua amiga nunca te impedi de ser feliz, essa é a primeira vez na vida que me permito ficar com alguém e viver, como pode agir assim seu egoísta? — Ela está muito chateada.
Merdä, merdä, mas porrä eu não ligo, eu não ligo se ela está triste ou decepcionada, eu só preciso que ela saia de perto dele.
— É assim? Vai escolher ele? Eu sou seu melhor amigo a anos e você vai escolher ele? — Digo cheio de ódio.
Ela me olha quase chorando.
— Escolher? Eros você é tudo pra mim...Uma das poucas pessoas que tenho...Eu não entendo...Eu não fiz nada de errado, não há o que escolher aqui.—
Nesse momento percebo que dei outro rumo para nossa relação, minha possessividade, algo que eu não tenho nem com a minha irmã Selene, fez eu virar as costas para ela.
Fui embora ouvindo o seu choro nas minhas costas conforme me distanciava.
De onde saiu esse ciúme? O meu melhor amigo Inácio ficava com Selene a meses e eu nunca me importei.
O que eu tinha na cabeça?
Saio sem rumo, pego meu carro e vou para um bar, encontro algumas garotas e terminamos a noite em um motel, no dia seguinte acordo grogue com meu celular tocando.
— Irmão onde você está? — Escuto a voz de Selene, ela parece estar ...Chorando?
Me sento na cama preocupado.
— Estou te ligando desde ontem a noite, céus Eros.—
— O que ouve? —
Ela demora a responder.
— O-o...O seu Antônio, Eros...O pai da Cate... — E ela não consegue dizer mais nada, pois desaba em lágrimas.
Não, não, não.
Não pode ser.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 78
Comments
Marly Matias
Não reconheceu a tempo, agirá que lute.
2024-07-24
0
Maria Izabel
Eros babaca vc toda a faculdade inteira com varias garotas só vc pode ?
Cate te amou em silêncio e vc não deu valor ou melhor não demonstrou seu sentimento por ela 🤣😂🤣 a fila anda 😂🤣😂🤣
2023-08-23
3
Gih
q engraçado ele pode ficar com quem quiser ela não pode conhecer alguém a seu cabeçudo😂😂😂😂😂😂
2023-08-03
2