Capítulo 12

...*Eros*...

Minha Alma realmente cumpriu com a sua palavra, Cate me apoiou de todas as formas possíveis e assim como disse, se manteve afastada, sendo sempre totalmente formal comigo na empresa, conversando o mínimo possível e somente quando ninguém estava por perto.

Ela percebeu que Leandra a via com uma rival, então mantivemos a formalidade e cordialidade, agora ela não foge mais de mim como antes, me ajuda sempre enviando arquivos, livros e pesquisas para o meu projeto, pega as minhas reuniões para eu poder ficar com Leandra e também poder viajar por mais tempo.

Óbvio que mesmo estando afastados, continuamos tendo um carinho enorme um com o outro, pelo menos uma vez na semana, normalmente nas segundas, sou agraciado com um pacote de salgados que ela pede para sua mãe enviar por um entregador exatamente na hora que estou chegando na portaria da empresa, ela seleciona tudo que mais gosto, junto do meu típico café gelado grego sem açúcar e o toque final é o bilhete.

Uma folha de bloco de notas cor de rosa, com estrelinhas desenhadas a mão com canetinha azul, sempre dizendo a mesma coisa.

..." Para o meu CEO e melhor amigo, se alimente e tenha uma ótima semana."...

..."Alma"...

Esse é sem dúvidas o ponto alto do meu dia, já não aceito entrar a semana sem o meu “kit da felicidade."

Eu faço questão de guardar todos os seus bilhetinhos na minha gaveta, quando o dia está do cão e a minha mão coça para ligar ou mandar mensagem para a minha melhor amiga e desabafar, pego o seu bilhete, o leio umas dez vezes e essa é minha dose de calma para seguir em frente o resto do dia.

Na sala de reuniões da liderança sempre mando deixar uma bandeja com frutas variadas, as vezes nós ficamos horas lá e é impossível não sentir fome.

Cate por ser diretora financeira usa a sala com a sua equipe de líderes financeiros mais vezes que todos nós, então toda vez que ela tem uma reunião, eu vou dez minutos antes de organizarem a sala, descasco uma tangerina e coloco os gomos soltos em uma taça grande sobre a mesa em frente a sua cadeira, deixo também o meu recadinho em um papel do bloco de notas verde néon, com vários corações feitos de canetinha preta.

..." Para a minha CFO e melhor amiga, se alimente e tenha um ótimo dia."...

..."Deus Grego."...

Essas eram as formas que encontrávamos de demonstrar estarmos ali pelo outro, na verdade era o máximo que conseguíamos chegar a ter de troca, mas tudo bem, Cate ainda fazia parte da minha vida assim como eu da vida dela.

Meu pai e a minha mãe voltaram da Grécia, Dânae não aguenta ficar muito tempo longe dos filhotes e o que estava indo muito bem começou a desandar novamente.

Eu e Leandra nos acertamos após minha conversa com a Cate, não menti para ela em nenhum momento, deixei claro a importância da Caterina na minha vida, ela sempre foi uma amiga e ficaria afastada de mim para nos respeitar, já que Leandra não gostava dela, mas eu jamais a trataria de forma rude ou iria a ignorar.

Leandra sempre foi consciente da minha amiga, mesmo quando começamos a namorar e eu ainda não falava com Cate, sempre disse para ela a importância que essa amizade tinha para mim, falei e ainda falo todos os dias que Caterina nunca sequer cogitou me olhar de outra forma.

Jurei mais mil vezes que nunca tivemos qualquer envolvimento, mas parece que isso não é o bastante.

Leandra começou a vir quase que diariamente no meu escritório em horários aleatórios, creio que esperando encontrar qualquer coisa suspeita, isso nunca me incomodou, eu costumava adorar a presença dela, sei que ela sente ciume e se precisa ver que não existe nada com os seus próprios olhos, que assim seja.

O escritório da Cate teve que vir para o meu andar, apesar da minha sala ser a principal, meu andar contava com mais dois escritórios menores, um do meu irmão e agora o outro para ela, já que depois dele, ela assume o papel de maior importância aqui e tem uma porcentagem considerável de ações.

As reuniões da Cate ficavam inviáveis do lugar que ela estava, os nossos funcionários normalmente tinham que fazer uma grande viagem para troca de documentos e informações.

Creio que essa alteração da Cate para o escritório vizinho, também deixou a minha noiva super irritada.

Eu ainda não tinha visto a minha mãe depois que chegou da Grécia, aproveitei que Leandra estava aqui e pedi para minha mãe vir nos ver, às duas nunca tiveram uma relação boa, apesar de nunca terem tido algum problema.

Minha mãe só seguia muito o coração e a intuição, bastou pregar os olhos na Leandra para decidir que não gostava dela e isso é algo que tenho tentado mudar.

Quando a minha mãe chegou, foi simplesmente óbvio, Cate aparentemente estava na recepção falando com alguma das secretárias, pois deu para ouvir perfeitamente a minha mãe gritando aos quatro ventos que finalmente ia matar a saudade da sua nora.

Eu sabia perfeitamente que ela não estava falando da Leandra, até tentei falar com ela antes que fosse tarde, mas mesmo assim a minha noiva abriu a porta da sala e se deparou com a cena.

Minha mãe viu Cate e saiu quase correndo até ela, gritando e dando pulinhos de felicidade, eu de dentro da minha sala ouvia com clareza as palavras "Minha norinha amada, quanta saudade" e varias outras coisas fofas em grego.

Leandra já sabia desse apelido, pois a minha irmã fez questão de contar o quanto TODOS amavam Cate, mas sua reação não demostrou que ela soubesse de tal fato.

Caterina até tentou fugir, mas minha mãe a puxou para um abraço de urso ali mesmo na recepção e em questão de segundos Leandra já tinha começado um barraco digno de filme, foi uma cena vergonhosa, os gritos dela chamaram a atenção de todos, meu irmão estava em reunião com toda a equipe do RH e saíram da sala para ver o que estava acontecendo, eram muitas pessoas, todas secretarias, todas nossas assistentes pessoais e toda a liderança de um setor.

Só consegui ver Cate se colocando na frente da minha mãe para levar um tapa em cheio no rosto no seu lugar.

A Leandra ia bater na minha mãe? Céus, qual o problema dessa louca?

Vi a minha deusa inchar de raiva, Cate me olhou e a sua expressão praticamente berrou que ela ia quebrar Leandra ao meio, eu conhecia aquele olhar como ninguém, vi Cate pular em marmanjos no meio do campo de Football por muito menos, mas ela fechou os olhos e respirou fundo e porrä, eu sei que ela fez isso por mim, não que eu fosse tentar arruma minha relação depois disso, Leandra sairia da minha vida com passagem só de ida.

Só que infelizmente Leandra não parou aí, quando percebeu acertar Cate e não minha mãe, ela deu mais outro tapa e esse ela acertou com tanta força que Cate desequilibrou e caiu, corri da minha sala para a situação o mais rapido que pude.

A situação se desenvolveu muito rápido, cheguei junto com Diácono no meio da briga, fui direto para Cate com preocupação evidente e Diácono foi na direção da Leandra, ajudei Cate a ficar de pé inspecionando qualquer tipo de machucado grave, imaginei que o meu irmão afastaria Leandra dali, minha mãe tentava pular por cima de mim e voar nela, mas Diácono já estava se cobrando pelo tapa dado em Cate.

Meu irmão estava com Leandra presa pelo pescoço com apenas uma das mãos, a sufocando com toda força que tinha e por um momento imaginei que ele a mataria, eu demorei mais que o esperado para reajir a isso, eu estava absorto de mais na minha mãe furiosa e na Caterina com cara de dor.

— Nunca mais encoste em um fio de cabelo dela entendeu? Você será uma mulher morta.— Diácono diz com tanto ódio, que as suas palavras saem de forma animalesca. — Toque em Cate ou qualquer um da minha família e viverá o inferno em vida e isso é uma promessa, sua suja de merdä.— Ele repete ainda com ela presa na sua mão.

Cate salta do meu abraço e corre desequilibrada para meu irmão, abraçando a cintura de Diácono por trás.

— Por favor Diácono, solte ela.— Cate sussurra.

E tão rápido quanto avançou, ele a solta.

Foi tudo muito rápido, rápido de mais.

Eu fico entre eles. — Você está maluco irmão? — Digo desnorteado, ele acabou de atacar uma mulher na frente de muitas pessoas.

— Ela chamou a nossa mãe de cafetina, ela bateu na Cate, a chamou de prostituta para pior, vai mesmo ficar do lado dessa ratazana Eros?—

— Sem lados, só quero que se acalmem.— É tudo que consigo pronunciar, tem muitos olhos aqui e meu irmão é homem, sei que suas ações serão as que mais terão peso aqui.

Eu sempre relevei os shows da Leandra por gostar dela, mas quando ela ofendeu a minha mãe e bateu em Cate, qualquer tipo de vínculo entre nós deixou de ser cogitado, minha raiva é tão intensa quanto a de qualquer um ali, mas se eu perder a linha também, teremos um problema muito grande, ainda mais por Leandra ser uma pessoa pública e por meu irmão quase lhe matar a segundos atrás.

Respiro fundo, tentando contornar um ódio descomunal, se fosse qualquer homem e não uma mulher magra e fisicamente delicada eu provavelmente estaria prestes a cometeu um homicídio, porra ela machucou a minha Cate, a minha Caterina.

Isso não vai ficar assim, não vai mesmo, mas não será agora o momento de resolver.

Fecho os olhos e respiro fundo mais uma vez, contando até dez.

Diácono abraça Cate e começa a tirar ela e a minha mãe dá cena, agradeço mentalmente por isso, pois preserva-las é o mais importante agora.

— Eu peço desculpa a todos pelo que aconteceu aqui, espero não precisar relembrar sobre os termos de confidencialidade que todos vocês têm conosco. — É Cedric, meu diretor de relações-públicas e melhor amigo que fala.

— Saiam agora.— Digo de forma ríspida, sem conseguir contar a raiva na minha voz.

Todos saem, mas minha irmã que parece ter chego só agora, vai com tudo para cima de Leandra, eu realmente não sei se ela viu tudo que aconteceu, mas pela forma que pulou na outra mulher sei que percebeu o suficiente.

— Você bateu na minha amiga sua putä? — Selene grita já com os cabelos da Leandra nas mãos.

Às duas começam a rolar pelo chão, puxando uma, o cabelo da outra, uma coisa de loucos.

Eu e Cedric tentamos intervir, separá-las, meu irmão ri com a situação sem fazer absolutamente nada e sem intenção alguma de ajudar, agora Caterina quer se envolver para tirar a minha irmã dos braços da outra, enquanto eu seguro Cate pela cintura com uma mão e minha irmã com a outra.

Como foi que essa merdä aconteceu?

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***