Capítulo 13

...*Eros*...

É meu pai que finalmente dá fim ao estardalhaço, nem mesmo vi quando ele chegou, ele simplesmente entrou no meio de todos nós e foi pegando Leandra e Selene pelos cabelos, rente a nuca e as levantando no ar como se fossem dois chaveirinhos.

Soltei minha irmã e Cate sem saber ao certo se devia tirar minha irmã das mãos do meu pai ou deixar que ele resolvesse.

— Agora chega.— O meu pai diz com a maior calma do mundo.

E isso foi o suficiente para acalmar todos.

Tive que arrastar Selene e trancá-la no banheiro, pois a minha irmã não parecia querer parar a briga, minha mãe se conteve em observar a situação com raiva, no seu olhar vi a decepção comigo por deixar a minha até então noiva, chegar a isso.

Acredite ou não, de todas as pessoas no mundo, a mais decepcionada comigo era eu mesmo.

Minha mãe é uma das poucas pessoas que teve coragem de me alertar sobre a minha noiva desde o início, Leandra sempre foi conhecida por ser polêmica, mas até aí, eram sites de fofocas que poderiam ou não estar falando a verdade, minha mãe foi a fundo, sondou de algumas pessoas e percebeu que os funcionários temiam Leandra, aparentemente ninguém durava muito tempo trabalhando diretamente com ela.

Deixei as especulações de lado e decidi nos dar uma chance, afinal no início do nosso namoro tudo era mais uma parceria de negócios que qualquer outra coisa, Leandra então se tornou a namorada perfeita, assim como noiva perfeita e eu me envolvi mesmo, afinal quem não iria amar alguém tão incrível.

Ocasionalmente eu descobria seus surtos aleatórios com seus funcionários por outras pessoas, ela sempre teve justificativas incríveis para tudo e eu sempre confiei, hoje, já não sei se deveria ter pensado assim.

Minha mãe me olha e praticamente diz em silêncio: Eu te avisei.

E droga eu sei que ela avisou.

Cate nada fez ou disse, ela só parecia visivelmente preocupada com Selene, ela foi para o banheiro ficar com a minha irmã até um dos meus seguranças levar Leandra embora.

Minha preocupação agora é com o meu irmão, a situação fugiu do controle, ele asfixiou Leandra e se ela resolver conduzir um processo contra ele, sei que ela ganha fácil, afinal, testemunhas não faltaram e eu não acho que os seus fãs doentes deixariam isso passar tão facilmente se viesse a público.

Diácono não parece ligar para a própria situação, ele está tão furioso quanto antes.

— Já liguei para os nossos advogados, vamos dar um jeito de reverter a situação antes que ela tente entrar com uma ação, ela bateu primeiro, faremos com que seja legítima defesa, eles vão conversar com todos que estavam aqui, ninguém vai saber o que ouve Eros, entraremos com uma ação apenas se ela tentar isso antes. — Cedric fala confiante.

— Ótimo.— É tudo que consigo responder.

— Isso nunca deveria ter acontecido, a culpa é sua, Eros, como pode deixar que Cate se anulasse dessa forma na sua vida, sendo ela quem é e tendo a importância que tem? Como pode ter dado tanta liberdade para essa coisa notoriamente peçonhenta? Caterina estava fugindo dessa cobra que você chama de noiva como diabo foge da cruz, por se importar com você.— Diácono acusa com raiva.— Não duvido nada que essa mulher não tenha tentado fazer algo contra Cate antes, só te peço, resolva os seus assuntos, não ligo se ela me processar ou mandar me prender, a única coisa que sei é, Caterina vivia muito bem antes de voltar a ter contato com você, se ela não cabe na sua vida é melhor deixar isso claro.

Diácono sai, creio que atrás de Cate e eu sinto cada uma das suas palavras, eu sei, eu nem deveria ter tentado arrumar esse relacionamento, no momento em que Cate precisou se afastar de mim, para eu permanecer com Leandra, eu já deveria ter colocado um ponto final em tudo.

Tudo isso é culpa minha.

Meu pai não perde tempo falando comigo, na verdade nem a minha mãe, o pavor se instala em todos nós quando percebemos um médico indo até o meu irmão e em menos de dez minutos estão todos incluindo eu na sala da Caterina tentando entender o que houve.

Meu irmão carrega ela do banheiro para a sala no colo, percebo os seus saltos agulha de mais ou menos 10 centímetros no seu colo e nesse momento já sei o que aconteceu, confirmo a minha suspeita quando o médico começa a analisar com cuidado o seu pé direito.

— Eu percebi que ela foi atrás de mim em um pé só, olha o tamanho que está esse tornozelo, imagina se Diácono não chama um médico?— Selene diz preocupada.

— É só uma torção, eu desequilibrei com o tapa. — Ela diz sem dar importância, mas suas feições mostram o quanto está com dor.

Depois de um tempo o médico finalmente fala.

— Vamos precisar de um raio-x para confirmar, mas a suspeita é que o seu tornozelo realmente quebrou com a queda.

Mil vezes merdä.

...****************...

Sim, ela quebrou o tornozelo e o meu irmão me prometeu um soco caso eu me aproximasse dela.

Todos da minha família praticamente criaram um escudo entre eu e Caterina, ela até tentou convencê-los de que não era minha culpa e queria me ver, mas todos nós sabemos que é minha culpa sim, deixei Leandra passar dos limites e todos me avisaram.

Meu pai deixou claro que enquanto eu não resolvesse as coisas com Leandra eu estava proibido de ver a Cate, eles estavam a levando para casa após a consulta quando descobriram que ela ainda estava em um hotel e eu confirmar que sabia de tudo piorou muito.

Não foi por falta de eu tentar, eu comprei um dúplex lindo para ela no centro de Manhattan, porrä, eu escolhi ele a dedo, meu segundo apartamento fica no andar superior, sei que ela não gosta de casas enormes por ser trabalhoso para uma pessoa só, pensei em cada detalhe, mandei um arquiteto deixar tudo perfeito e do jeitinho que ela gosta, cada mobília escolhida a dedo, assim como comprei um Audi A8 para ela no dia seguinte ao que vi o estado do seu carro, também comprei um iPhone, Ipad, MacBook, AirPods e sinceramente não lembro mais todas as outras coisas que ainda estão em caixas lacradas no seu apartamento, mas foi muita coisa, muita mesmo.

Minha querida Caterina não aceitou nada, além de ter ficado bem irritada por eu ter gasto todo esse dinheiro.

Minha mãe queria me matar por eu não ter contado sobre como ela estava vivendo aqui em Manhattan e meu pai já estava negociando uma mansão para ela, então eu expliquei a situação e me arrependi de não ter feito antes, tudo que eu lutei para ela aceitar as coisas e ouvir um não, meu pai resolveu em minutos, ele simplesmente não deu a Cate a possibilidade de dizer não, junto de uma boa mentira de que a empresa que disponibilizaria isso para ela, ele simplesmente pegou os documentos da propriedade assim como do carro, a fez assinar sem ler e pronto, tudo resolvido.

Mesmo com o dúplex, Diácono levou Cate para o seu apartamento, tentei não surtar tanto, mas surtei mesmo assim, maldita possessividade de merdä.

Caterina berrando comigo não foi o suficiente para que eu controlasse meus nervos, houve uma leve comoção e troca de socos entre eu e meu irmão na frente do hospital, afinal Diácono fez questão de lembrar que minha noiva provavelmente estava me esperando em casa, junto dessa lembrança ele frisou que agora Cate era uma mulher solteira assim como ele e foi Selene quem impediu que eu arrebentasse mais aquela cara patética e cheia de ironia.

Filho da mãe desgraçado deixou claro que Caterina era agora uma responsabilidade dele e que a minha responsabilidade estava me esperando na minha casa, fodidä infeliz essa Leandra, eu colocaria fogo nela dormindo se pudesse, eu não a detestava, eu a aturava e ainda tinha esperanças de que o nosso relacionamento pudesse ser proveitoso na medida do possível, mas depois disso, céus eu imagino o prazer que foi para Diácono estrangular ela, eu teria certamente feito pior se ele não fosse mais rápido e o meu foco não fosse Cate estatelada no chão.

Voltei de madrugada para meu apartamento pronto para resolver minha situação com Leandra, fiz três voltas no quarteirão para tentar acalmar meus nervos e não acabar cometendo um crime, eu fiquei com a minha família e Cate no apartamento de Diácono até tarde, nem esse tempo foi capaz de afugentar minha raiva, jamais alguem machucou Caterina assim e eu certamente não deixaria isso barato, Cate não me culpou, ela simplesmente deixou quieto e isso me aborreceu mais, pois a conheço o suficiente para saber que estava evitando o assunto para não termos uma discussão.

Lidar com Leandra era inevitável e eu queria resolver o quanto antes, mas ela não estava em casa me esperando como eu pensei, na verdade o que eu não imaginava é que ela iria sumir por três dias e me mandar a bomba por e-mail.

No início pensei ser uma procuração, talvez até um processo ou coisa do tipo, mas era um BHCG dela, confirmando uma gravidez.

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