...*Caterina*...
— Eu vou ficar bem mamãe, Dânae e o seu Nicolau vão cuidar de mim, Selene também está lá, assim como Diácono mora a alguns quarteirões e Eros também.— Digo pela quinta ou sexta vez.
Minha mãe trabalha o dia todo, assim como tia Luísa, não quero ser mais uma preocupação para elas, fora que o apartamento já é pequeno para às duas, eu acabaria atrapalhando muito e para chegar nos quartos tem que subir uma escada bem íngreme, o que não sei se consigo ainda.
...(Anna - Mãe da Caterina)...
— Tudo bem, não vou insistir, pois sei que meu apartamento não vai ser tão confortável para você que esta se recuperando, mas já aviso, vou te visitar todos os dias. —
— Eu mesmo mandarei um motorista para busca-lá no café quando acabar seu turno todos os dias madre mia, pretendo ficar na mansão também enquanto Cate estiver lá, nada vai faltar para ela, eu prometo. — Eros fala apelando para o italiano, ele sabe que minha mãe se derrete quando ele a chama de mãe também.
...(Eros)...
— Eu te amo meu filho, mas odeio o efeito que você tem na minha menina, é meu último voto de confiança Eros, não magoe Caterina. — Minha mãe diz de forma séria apontando um dedo para ele.
— Obrigado madre, não vou decepcionar, prometo. — Eros responde com um sorriso de orelha a orelha.
Era tudo o que ele queria, minha mãe não guardou mágoas dele pelo acidente, mas pediu que ele esperasse a minha alta para nos encontrarmos, diz ela que Eros precisa aprender a ser menos dependente de mim e ele estava esperando esse aval dela, para poder estar na minha vida novamente.
Ele abraça a minha mãe e a enche de beijos, ela logo se derrete e abre um sorrisão.
— Não pense que também vou facilitar as coisas para você irmão. — Diácono diz de forma ríspida.
Meu irmão Arvenitis menos humorado e mais irônico, parece não compartilhar da aprovação da minha mãe.
...(Diácono)...
— Ainda bem que sua opinião não importa, não é irmão? — Eros fala o encarando.
Diácono e Eros tem pouca diferença de idade, apesar de Diácono parecer ter bem mais idade que o irmão.
Eles têm essa mania fofa de disputarem a minha atenção e se provocarem sobre quem é mais importante ou tem mais intimidade comigo, Eros sempre foi muito ciumento e Diácono um cachorro quando o assunto é mulheres, o que só piora as coisas.
O irmão mais velho e que também é um grande amigo meu, sente prazer em deixar a nossa relação nas entrelinhas para todos, Diácono é provocativo e odeia mulheres no seu pé, por estarmos quase sempre juntos em viagens a imagem de amigos coloridos e também futuro marido e mulher, foi criada pelas pessoas para nós.
O fato de Dânae me chamar de nora só confirma essa suspeita quase certa de todos e eu jamais neguei também.
Eros nunca teve certeza sobre a nossa relação e isso o afeta muito, principalmente quando saio com Diácono a sós, como eu disse, não faço questão alguma de desmentir Diácono, essa possível relação sempre fez com que sócios e clientes babacas me respeitassem, o que para mim sempre ajudou, já que infelizmente nem sempre as mulheres são respeitadas no mundo dos negócios.
Nós já fomos flagrados propositalmente algumas vezes mais próximos, eu e Diácono temos motivos de sobra para aproveitarmos da situação, adorávamos provocar as câmeras, sendo flagrados em conversas ao pé do ouvido, mãos dadas e dançando coladinhos, sempre usamos isso ao nosso favor, a fofoca também é marketing, cada vez que íamos parar em algum site, nossas ações subiam assim como nossa popularidade, então isso nunca foi e nem é um problema, na verdade, além de todos os motivos que tenho para manter o povo falando, adoro como um irmão pega no pé do outro, mas quando se trata da minha saúde ou segurança, Diácono perde a linha com muita facilidade e infelizmente no momento, seu alvo é o Eros.
— Vocês parecem galos de rinha. — Digo sem paciência. — Vamos logo, não aguento mais um segundo nesse hospital. —
Me levanto e vou caminhando com calma para fora do quarto, Eros joga todas as minhas bolsas praticamente no rosto de Diácono e me segura firme.
— Quer uma cadeira de rodas, ou melhor, posso te pegar no colo.— Eros diz com uma preocupação visível.
— Nem em sonhos, vou sair daqui caminhando, não passei por tanta fisioterapia para isso, só tenho que ir com calma, ainda perco o equilíbrio com facilidade. —
— Tudo bem Alma, só vou te ajudar. — Eros diz, me guiando pela cintura com uma mão e com a outra firmando delicadamente meu braço.
— Você chamou ela de quê? — Diácono pergunta com o cenho franzido.
— Alma, eu chamei ela de Alma. — Eros responde sem vontade de dar mais explicações.
— Por que, Alma? — É minha mãe que pergunta.
— Já ouviu falar sobre a história do Deus Eros e da Psiquê, madre mia? — Eros pergunta.
Minha mãe diz que não, mas Diácono como bom grego que é, percebeu na hora.
Eros aproveita o momento que nós quatro entramos no carro e começa a contar a história para minha mãe.
— O meu nome foi uma homenagem que papai quis fazer ao Deus Eros, nós sempre fomos criados a aprender sobre a mitologia e cultura grega, é um fascínio que toda a nossa família compartilha, sempre tivemos orgulho disso, apesar de nós três termos nascido aqui nos EUA . — Eros fala animado, assim como o seu pai, ele adora falar sobre a Grécia e a sua cultura. — Eu costumava chamar a Cate de Atena, deusa da sabedoria, inteligência, do senso de justiça e das artes, mas apesar de Atena combinar com ela, Cate para mim, é mais que isso, eu sendo Eros só poderia considerar Cate a minha Psiquê.
— Resumido um pouco a história, Psiquê era uma princesa mortal de beleza tão exultante que fazia ciúmes à própria Deusa Afrodite, caso a senhora não saiba, ela é a deusa do amor, da beleza e da sexualidade. Afrodite deu instruções ao seu filho, Eros, para punir a audácia da princesa por ser tão linda, fazendo com que ela se apaixonasse pelo homem mais feio do mundo e Eros sendo o cupido, obedeceu à mãe. — Eros para por um momento e me olha, da um sorriso bobo e continua. — O pai da Psiquê vendo que ela era a única das suas três filhas que ainda não tinha casado, resolveu consultar o oráculo que revelou então que ele deveria preparar a filha para uma cerimónia nupcial e depois abandoná-la numa montanha junto de um rochedo, onde um monstro que seria seu futuro marido, a buscaria. —
Minha mãe que ia sentada no banco da frente junto com Diácono que dirige, vira todo o pescoço olhando para Eros apavorada.
— Por Deus, essa Afrodite é uma invejosa, pobre da menina, que horror, pra que fazer uma judiação dessas? — Minha mãe diz quase que indignada, arrancando gargalhadas de todos nós.
— Concordo madre mia, os deuses tinham as suas falhas assim como nós, mas continuando a história, após o pai dela fazer o que o oráculo mandou, Psique foi recolhida na montanha por Zéfiro que a levou para um lindo palácio, quando ela estava quase adormecendo na mesma noite, um ser misterioso apareceu na escuridão do seu quarto e disse-lhe que era o marido a quem ela estava destinada. Esse ser misterioso era o Deus Eros que fingia o papel de marido na intenção de castigar ela, como sua mãe ordenou, mas quando ele viu Psiquê, apaixonou-se imediatamente, eles tiveram a sua lua de mel e antes de desaparecer do fim da noite, Eros obrigou Psique a jurar que nunca tentaria ver o seu rosto. —
— Então ela não viu o rosto dele durante a noite? — Minha mãe pergunta animada.
— Não, ela não viu e mesmo assim com o passar do tempo conforme tinham as suas noites juntos, ela se apaixonou, mesmo sem conhecer a sua forma real. — Eros me olha e da uma piscadinha. — Resumindo, ela pediu-lhe para visitar a sua família, quando chegou lá, as suas irmãs insistiram que ela precisava ver o rosto do seu marido, ela resolveu seguir o conselho e quando ele estava dormindo, ela acendeu uma vela e viu o rosto do deus Eros, mas deixou cair uma gota de cera no seu corpo que o acordou, ele ficou furioso quando percebeu o que estava acontecendo e foi embora.
— Assim que ele partiu o palácio desapareceu e Psique viu-se nas montanhas, triste ela tentou suicidiö, atirando-se em um rio, mas as águas levaram-na de volta às margens, a partir daí, ela vagou em busca dele, perseguida pela ira de Afrodite ela passou por vários desafios, sofrimentos, sujeita a muitos perigos, mas nunca desistiu de procurá-lo.— Eros me olha e sorri. — Eros que também sofria com a ausência da amada, impressionado pela fidelidade e amor dela, implorou a Zeus que deixasse ela juntar-se a ele, Zeus a transformou numa imortal e concedeu a ela a honra de ser a deusa da Alma por mérito, Eros e Psiquê vivem juntos, inseparáveis pela eternidade, Eros Deus do amor e Psiquê Deusa da alma retratam a união, um complementa o outro, em grego Psiquê significa tanto borboleta como alma, ela para mim, é a mais forte das Deusas, simboliza a alma humana frágil e suscetível a falhas, ela mostra que mesmo sendo criada entre os pecados humanos, mesmo passando por todos os sofrimentos do mundo, a lealdade e bom coração a fizeram merecer os céus, sua força a fez receber o maior dos prêmios o verdadeiro amor pela eternidade. —
Minha mãe chora como uma criancinha, ela é assim, se emociona por tudo e eu acabo rindo com a sua expressão.
— Bom, agora eu acho que a senhora entende o que a sua filha é para mim, o porque do apelido....... Essa pequena deusa aqui. — Eros aperta a minha bochecha. — Nunca deixou de amar e cuidar de mim, mesmo eu tendo falhado diversas vezes e assim como Eros, ter ido embora.......Cate assim como Psiquê enfrentou cada obstáculo sem se desviar, sem deixar de ter um bom coração, sem deixar de querer o melhor para todos, minha pequena deusa me mostra todos os dias que com dedicação e esforço todos merecem o perdão e bondade, sendo a melhor das pessoas, não perfeita, mas a mais humana entre todas, Cate é, assim como Psiquê mortal e cheia de falhas, mas merecedora dos céus e do título de deusa, por isso Cate é minha alma.—
Eros para de falar, respira fundo e olho nos meus olhos. — Assim como a Psiquê mostrou o amor verdadeiro para o cupido, Caterina Savóia mostrou o verdadeiro significado do amor para mim, minha pequena Alma, o amor que levarei pela eternidade.—
Da história eu sabia, mas isso....... Essa explicação.......Essa fala....... O que meu apelido significa.....Isso quase me fez entrar em combustão, droga Eros, que drogaaaaaaa.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 78
Comments
Jéssica Santos
que perfeição, já quero ler o livro.kkkk
2024-11-30
0
Marcia Regina
eles se amam a muito tempo
2024-10-18
0
Marly Matias
Se declare Eros.Você é muito devagar.
2024-07-25
1