...*Eros*...
Nós demoramos a nos reerguer, mas saímos do carro, juntos e de braços dados como costumávamos fazer no passado.
Entramos em uma bela cafeteria e padaria quando percebo ser o lugar que ela comprou para sua mãe.
— É aqui?— Pergunto animado e já entrando no local incrível e acolhedor.
Ela abre um sorriso enorme e aponta com o dedo para algo atrás das minhas costas, quando me viro percebo dona Anna me olhando em lágrimas.
— A meu menino, que saudade.— Anna grita e faz a volta no balcão.
A envolvo em um enorme abraço, o quanto senti sua falta não pode ser posto em palavras, a mãe da Caterina sempre foi como uma mãe para mim e ela quase me derruba se jogando nos meus braços, Cate ri, madre como gosta que eu a chame, me aperta como se eu fosse feito de pelúcia, ficamos assim por um bom tempo, trocando palavras de carinho, até que ela nos leva para uma mesa em um canto muito confortável e começa a levar todos os tipos de guloseimas para comermos.
— Obrigado Cate, acho que se você não me trouxesse aqui, eu mesmo nunca teria coragem de vê-la, eu sempre achei que ela sentia raiva de mim, assim como você por tudo que fiz no passado, mas tudo que senti agora, foi o mesmo amor que sua mãe sempre me deu, eu realmente precisava disso, desse abraço.— Digo engolindo o choro, tentando não parecer tão comovido.
— Você sempre será nossa família, mesmo sendo um babacä na maioria das vezes.— Ela pisca e enche a boca de torta.
Ficamos o dia todo no café, conversando, relembrando, nos perdoando e nos conhecendo novamente.
Percebemos que Duda foi o principal causador do nosso desencontro e afastamento a anos atrás.
Ele minou ainda mais nossa relação que estava muito frágil na época, sei que eu errei muito com ela dando um show de raiva e ciúmes na faculdade, mas deixei claro o quanto me arrependo do meu comportamento.
Aquele otário contava mentiras para ela, dizendo que eu estava farreando feliz na faculdade enquanto ela estava de luto pelo pai, ele escondia as minhas ligações, bloqueou o meu número do celular da Cate, que por sinal segue o mesmo, sendo tão surrado quanto o seu carro e percebemos que ele apagava todas as mensagens que eu mandava.
Cate tentou me ligar algumas vezes também, minha pequena deusa é tão insistente em provar a sua versão que rolou as chamadas do seu celular até dois anos atrás para me provar isso, mesmo eu acreditando nela sem precisar de qualquer prova.
Minha pequena não ligou apenas algumas vezes, ela ligou muitas e muitas vezes, durante meses, até quando já estava na Grécia e isso me partiu o coração.
Ela devia estar se sentindo só, angustiada e perdida, precisou de mim e eu não estava lá.
Meu ego me fez perde-lá por dois anos.
O meu número estava bloqueado para ela, meu celular nunca sequer tocou e nós dois eramos orgulhosos de mais para contarmos para outras pessoas que sentíamos falta um do outro, sei que bastaria um de nós ter contado isso para Selene que ela faria uma ponte entre nós dois, mas nunca aconteceu, sempre fomos orgulhosos de mais para isso.
Assim como Duda disse pra mim coisas que agora eu sei, nunca terem saído da boca dela, ele falou coisas há ela que eu nunca falei ou fiz.
Nós acreditamos naquele idiota, estávamos chateados demais um com o outro para termos certeza se era real ou não, mas agora tudo foi esclarecido e os anos longe parecem terem sido dias, pois a conheço, sei exatamente quem é a mulher na minha frente, ela é tão transparente para mim quanto água cristalina e eu também não sei esconder nada dela, Cate me desvenda como ninguém e é simplesmente certo tê-la do meu lado.
Quando a noite cai o que menos desejo é voltar para casa, ajudo ela e sua mãe a fechar o café, vou até o apartamento que Cate comprou para sua mãe e sua tia junto com às duas.
Quando chegamos no apartamento sou devidamente apresentado para a senhora fofa e linguaruda chamada Luiza, me encanto em como Cate é parecida com ela, Luiza é a irmã mais velha da madre Anna e Cate parece amar muito a sua tia.
Jantamos juntos e eu comi como já não fazia há muito tempo, o tempero secreto italiano do seu Antônio permaneceu com Cate e a sua mãe, é como se ele estivesse entre nós, é como se eu sentisse a risada gostosa que ele costumava dar, sei que do céu ele deve estar muito feliz com essa noite, a troca entre às duas não deixam espaço para dúvidas do quanto se amam e nessas poucas horas com elas me senti acolhido de formas que não lembrava ser possível.
...****************...
Sei que Leandra voltou de viagem hoje e sei que pela hora, vou retornar para meu apartamento com uma grande guerra me esperando, então desligo o celular e me deixo curtir com a única pessoa capaz de me arrancar sorrisos fáceis.
Ficamos bebendo vinho na varanda, sua mãe e a sua tia vão dormir e aproveitamos para seguir colocando todos os nossos assuntos em dia, afinal, temos mais de dois anos de informações para trocar.
— Então você está com problemas no paraíso, eu simplesmente odeio como isso está acabando com você e o seu jeito de ser nos últimos meses.— Cate fala com um tom sério.
— Mais ou menos por aí, também estou com o meu PHD em processo e não tenho conseguido desenvolver bem.—
— Eu não pretendo fazer um PHD, me contento com o meu mestrado, felizmente o que sei me serve e eu aprendo trabalhando, o PHD é só um papel, eu cansei de estudar como louca pra provar meu valor, mas você sabe que posso te ajudar certo? —
— Mesmo? — Pergunto animado.
Cate é uma das pessoas mais inteligentes que conheço e só de sonhar passar um tempo com ela, já me sinto mais feliz.
— Sim, mas como sei que sua noiva não vai com a minha cara, acho melhor não estreitarmos muito os laços.— Ela respira fundo e segue falando.— Eu amo você Eros, de verdade e isso não vai mudar, mas se você quer que sua relação de certo, não acho que voltar a ter uma proximidade comigo seja o ideal, sabe, eu entendo ela, eu também ficaria insegura, ainda mais viajando tanto como ela está agora, vai saber o que ela já ouviu por aí sobre a nossa relação, vê se dá um desconto para garota, sei que se a pediu em casamento é porque a ama profundamente, então não deixe coisas tão fúteis estragarem a relação de vocês.—
Ela sorri e acaricia o meu rosto.
— Pense assim, não é porque não seremos amigos como antes, que deixaremos de ser o melhor amigo um do outro, só precisamos nos limitar, uma amizade entre homem e mulher exige limites, principalmente quando um dos dois está em uma relação, se conseguirmos mostrar a ela que não existe nada de mais entre nós, quem sabe ela posso me considerar uma amiga no futuro também, não é? — Cate diz mais para me animar que outra coisa.
Eu travo com as suas palavras.
— Quando ela quiser que você a acompanhe para alguma viagem, me passa o seu trabalho, as suas reuniões e as suas pesquisas do PHD também, eu vou te ajudar como puder, quero que seja feliz Eros e se ela te faz bem, vou ficar feliz em te apoiar.—
Não sei lidar com o que ela diz, sei que Cate tem razão, ver como ela é compassiva mesmo sabendo o quando Leandra a odeia me faz adorar ela ainda mais, a única coisa que me dói é saber que eu nunca poderei ter Cate na minha vida.
Eu aprendi a amar a Leandra, mas abrir mão da minha melhor amiga é algo que dói, ainda mais agora que nos acertamos, mas ela tem razão, eu tenho uma relação, uma noiva, até pouco tempo Leandra parecia perfeita para mim, nós só tivemos problemas, todos casais tem e ninguém nesse mundo é perfeito.
Eu preciso tentar, preciso me dedicar a essa relação, afinal eu também tenho deixado a desejar.
— Você é incrível sabia? Tem uma alma tão linda que faz com que você se torne algo além do humano.— Falo verdadeiramente bobo. — Sabe, achei um novo apelido para você, você não é Atenas, você é Psiquê, a humana que se transformou em deusa por merecer, você pequena, é minha Alma. —
Caterina fica corada instantaneamente.
— Por favor, nunca me chame assim na frente de alguém, eu adorei, mas eu realmente não quero atrapalhar a sua relação e não acho que sua noiva vá gostar disso.—
— Então esse apelido carinhoso será o nosso segredo, um dos muitos que sempre dividimos como melhores amigos, eu sou seu Eros e você a minha Psiquê, como Amor e Alma. —
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Atualizado até capítulo 78
Comments
Cleusa Dias Do Amaral
os dois têm que ficar junto e precisa largar daquela modelo esse ano e quero que ele seja feliz na escritura não empurrãozinho aí/Chuckle//Chuckle//Chuckle/
2024-01-07
3
Jaira Cervantes
precisamos ficar ❤️
2023-08-07
2
Gih
so acho q eles combinam mtooooo
2023-08-03
2