...*Caterina*...
Aulas e estágio, minha vida virou uma correria sem fim, mas nunca estive tão feliz, estou adorando trabalhar na empresa e as aulas tem sido incríveis.
Óbvio que festas das fraternidades e eventos extracurriculares não faziam parte do meu honorário, eu mal consegui acompanhar as aulas, provas e estágio, quanto mais viver a fase louca dos adolescentes nos melhores anos em Harvard.
Para mim tudo isso é muito sério, ser uma das poucas alunas que não nasceu em berço de ouro também me fazia ver essa oportunidade de forma mais severa, eu realmente não estava disposta a colocar a minha bolsa de estudos a perder, então sou uma ótima CDF sem vida social.
Ao contrário do que imaginei Eros só foi gentil comigo no dia em que me viu quebrada, o moleque parece sentir ódio de mim e me evitar a todos custo, o que não o faz muito diferente do seu pai, que parece engolir em seco a minha presença na empresa.
O tempo foi passando e eu fiz de tudo um pouco no estágio, aprendi a ajudar em vários setores diferentes e com o tempo entrei nas graças do seu Nicolau principalmente quando ele descobriu que eu levava salgados e doces para vender no meu horário de intervalo, o senhor Ceo tem uma conta mensal bem gordinha comigo, o que fez o meu pai vir vender aqui na empresa também durante as manhãs quando eu não estou.
Estamos economizando para montar uma pequena padaria, é a primeira vez na vida que o nosso dinheiro sobra um pouco, então estamos trabalhando arduamente para isso, eu levo os nossos doces e salgados para a faculdade, depois para o trabalho e se sobra algo, vendo no ônibus de volta para casa.
Tudo está dando certo, muito certo.
Eu achei que na universidade eu passaria pelo mesmo que passei na escola, afinal ninguém gosta da pobretona, com pai deficiente, que vende salgados e doces nos intervalos, mas felizmente foi tudo diferente, a maioria do pessoal já me conhecia do café, eu sempre fui muito simpática e tagarela com todos, afinal, eu sou assim, acho que o fato dos professores gostarem muito de mim, assim como todo o pessoal da administração e também o reitor, me fizeram ter uma ótima aceitação.
Só de não sofrer bullying me sinto aliviada.
Não vou mentir, eu não tenho muitos amigos, na verdade eu só tenho a Selene, mas nem tempo tenho pra isso, então tanto faz, sou bem tratada por todos, conheço quase todas as pessoas das quatro fraternidades, desde as mais esquisitas até as patricinhas mais esnobes e dificilmente alguém não me conhece, mas é algo de vista mesmo, de cumprimentar nos corredores e saber o nome, mas isso me faz um bem danado, o pessoal adora comprar comigo e me sinto confortável para andar e conversar por aí, apenas por saber que ninguém me quer mal como antes na escola.
Eros é meu colega em várias cadeiras, ele é muito inteligente apesar de ser bem preguiçoso, começamos a ser menos hostis um com o outro, confesso que uma ou duas vezes perdi a linha com o ser arrogante, ele me tratava de forma ríspida e eu logo dava um jeito de devolver, mas percebi que era só comigo, então o confrontei diretamente como a boa atrevida que sou, isso o fez recuar um pouco no seu jeito amargo de ser comigo.
Selene é nosso vínculo e ela não tem mais pessoas fora nós dois, tanto eu quanto ele temos facilidade com pessoas, já ela não tem e por ela, aprendemos a nos aguentar nos intervalos, em momentos de lazer e estudo.
Isso até o senhor petulância precisar de mim no aniversário da irmã, nós passamos o dia todo organizando uma festa surpresa, o seu Nicolau até me deu folga para organizar tudo, então Eros e eu descobrimos que o desgosto por seu pai era uma das muitas coisas que tínhamos em comum, apesar do velho estar mansinho com nós dois.
Só foi ficando mais fácil conversar e entender o Eros, quanto mais eu convivia com o seu pai, mais entendia o seu jeito de ser, dois dos seus amigos acabaram virando meus amigos também, Cedric e Inácio.
Inácio é colega da Selene em engenharia, mais conhecido por nós duas como Bombonzão, porque ele é um chocolate delicioso MESMO.
Claro que ele não tem ideia que chamamos ele assim, afinal ele não precisa saber que também achamos ele um gostoso.
Ele é do time de football junto com o Eros, o Inácio é meio que uma sombra mal-encarada da Selene, se a coitada já tinha dificuldade em socializar, tenho certeza que o belo homem negro de dois metros de altura, com cara de pitbull raivoso e toneladas de massa muscular, não ajuda em nada nesse quesito.
O Inácio está literalmente sempre com a gente, ou melhor, sempre com ela, ele não fala muito e nem tenta aproximação de mais, só fica ali fazendo companhia todo o tempo que eu ou Eros não estamos, mas qualquer um que olhe de fora, percebe que ele tem uma quedinha por ela, ou melhor, um precipício.
O nosso Bombonzão é muito simpático com quem considera amigo, o que se resume a nós duas e o time, ele está sempre animado, rindo, fazendo piadas e aprontando com os caras, é um pegador nato, um cachorro mesmo, mas não da moral pra ninguém com dá para Selene.
Já o Cedric é o nosso Lobo, claro que ele não sabe desse apelido também, ele é do time junto com os garotos, todos o chamam de Rick, ele é meu colega em algumas poucas matérias e está sempre colado no Eros e no Inácio, consequentemente em mim e na minha amiga, Cedric não é de muitos sorrisos mesmo, é da personalidade dele ser centrado, ele é o maior em altura e o que dá mais medo dos três, mas é sem dúvidas o mais gentil e sensível do bando, o cara tem aquela barba estilo lenhador e um cabelo comprido que trazem um visual de homem maduro e brutal, a falta de sorrisos e a fama de desmontar os oponentes em campo também não ajuda, mas ele é um fofo, pelo menos comigo e com a Selene.
E por último e não menos importante, o líder do bando, Eros Arvenitis, nosso Azedinho, uma parede de músculos que atraí até homens heteros, mas também um velho ranzinza que não mostra os dentes.
O ser mais mandão e chato de todos os tempos, todos tem medo dele, o cara é um lunático em campo, literalmente um Alfa, estrategista, inteligente, ameaçador, protetor e sagas, eu não sei quantos caras ele já quebrou em campo e também fora dele, uma briga com um dos seus jogadores é uma briga com ele, um olhar torto para mim ou para a Selene é sentença de morte social, ele é o Rei sem vontade nenhuma de ser, ele já era O CARA quando fazia artes, agora no curso novo ele é o maior dos maiores, o novo líder dos Ômega a maior e mais conceituada fraternidade de Harvard, o mundo espera muito dele, o porque eu não tenho ideia, acho que é uma junção de fatores.
Bombonzão, Azedinho e Lobo são a elite, os mais populares da faculdade e eles são nossos, totalmente entregues as vontades das nerds desajeitadas.
O nosso grupo de três, eu, Selene e Eros virou um grupo de cinco antes que eu percebesse, nós éramos o grupo elite de intocáveis de Harvard, duas meninas desengonçadas com três deuses vindos do Olimpo.
Como eu e a minha amiga nos tornamos celebridades do campus? Não tenho ideia.
Com toda a certeza não ficamos populares por termos uma personalidade marcante, Selene se pudesse entraria totalmente para dentro das suas roupas a cada olhar direcionado a ela e eu parecia ter sempre cadarços desamarrados, a minha coordenação motora nunca foi a melhor do mundo e eu provavelmente vi o chão de Harvard mais de perto que a maioria dos alunos, já que costumava cair bastante.
Nós não éramos meninas feias, mas nem de longe as mais lindas, acho que talvez nós duas fôssemos um pouco mal vestidas também, eu tinha uma queda por cores néon, coisas com bichinhos e Sol por moletom gigante e camisas que caberiam dois do seu irmão.
Sabe, a questão do aparelho móvel em mim e dos óculos gigantes da minha amiga, não faziam de nós as mais sensuais do mundo também, nossos cabelos gigantescos e lindos passavam presos em coques desarrumados, os olhos azuis perfeitos dela ficavam estranhos através das lentes do óculos e Selene tem um corpo de dar inveja, mas usando suas roupas grandes era impossíveis perceber isso.
Enfim, para mim minha amiga nunca deixou de ser menos bonita por isso e eu lá tinha minhas particularidades também, sempre fui muito baixinha e magra, mas tenho mais curvas que a maioria das garotas, não me faltaram seios mesmo sendo nova e meu quadril largo ressaltava ainda mais meu bumbum empinado e farto, como eu disse, não posso reclamar, mas nem de longe isso era o suficiente para sermos populares.
Que maravilha, eram eles, os nossos três Deuses do Olimpo que nos faziam piscar como luz de led nos corredores, chamávamos atenção de mais.
Os meninos pareciam os nossos cães de guarda, era eu e Selene caminhando na frente e três muralhas atrás, dependendo da rota a gente nem precisava se preocupar com o sol, porque os três eram nossas sombras ambulantes, era bom porque ninguém brigava com a gente e afastava os garotos idiotas, mas chamávamos muita atenção com eles, o que nenhuma de nós duas queria ou gostava.
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O aniversário da minha amiga foi incrível, com os preparativos eu e Eros nos aproximamos sem nos dar conta e a nossa amizade foi florescendo naturalmente apartir daí, acho que viramos amigos no momento que eu chamei ele de Azedinho e ele riu, tipo, ele gargalhou mesmo, por perceber que eu fiz sem querer e por ver que já era um apelido bem antigo para mim, não sei dizer quando mudamos de trocar mensagens sobre o conteúdo da faculdade, para bom dia, boa noite, dormiu bem?, Você almoçou?, Precisa de algo? e como foi seu dia?
Nos falávamos todos os dias, nos preocupavamos um com o outro de verdade.
Ele criou uma amizade linda com o meu pai de uma forma que nunca vi, meu pai o chamava de filho e tinha um carinho por ele que não sei medir, as vezes eu chegava em casa e Eros estava lá, sentado olhando jogo com o meu pai ou ajudando com os doces e salgados apesar de ser uma negação em qualquer coisa que tentava fazer.
Ele levava o meu pai em todos os seus jogos e também aos jogos do Buffalo Bills ao qual os dois torciam como doentes.
Com o tempo Eros começou a frequentar a minha casa mais que a própria Selene, não era só por mim, muitas vezes ele ia na nossa casa e eu nem o via por estar trabalhando, Eros sabia onde ficava a chave reserva, levava coisas para comermos juntos, lavava louça e até varria para ajudar e também bajular a minha mãe, simplesmente o folgado foi dando espaço para um garoto sensacional e prestativo.
Ele quebrou um jogo inteiro de copos no processo de aprendizagem, mas Eros nunca desistiu de tentar fazer as coisas por sí mesmo e parecia sentir muito prazer nisso.
O meu pai não podia fazer muitas coisas complicadas como arrumar um cano, trocar a resistência o chuveiro, consertar uma gaveta, matar um rato gigante ou uma barata assassina.
Nessas horas Eros sempre estava lá, meu pai era o mestre que orientava o seu pupilo atrapalhado, Eros tornou-se os braços e pernas do meu pai e foi aí que eu comecei a amá-lo.
De que forma? Não tenho ideia.
Eu comecei a acompanhar os seus jogos com a Selene, nós torcíamos pelos nossos meninos e invadimos o campo algumas vezes para brigar por eles, o nosso lugar na primeira fila do ladinho deles era sempre garantido, eramos as meninas do Harvard Crimson football e tinhamos todos os privilégios até com o treinador, ele acreditava fielmente que nós colocávamos os meninos na linha e errado ele não estáva.
Eu só não ia muito às festas do time e das fraternidades, mas em alguns meses eu e Eros viramos unha e carne, quando eu não podia ir as festas na maioria das vezes ele ficava em casa ou ia para a minha, ficar com o meu pai.
O amor entre nós, cresceu naturalmente, eu o admirava de todas as formas e com o tempo fui deixando isso muito claro, assim como ele demonstrava ser recíproco.
Quando dava, íamos para balada com o nosso grupo, saíamos para beber, os três meninos passavam o rodo nas garotas e eu e Selene sabíamos, mas quando estavam com a gente, eramos como musas sendo veneradas pelos mais gatos, a atenção deles era só nossa, sempre nossa.
Nós cinco íamos para o cinema, barzinhos, jantares entre outras coisas, eu e a minha amiga nos acostumamos a ser as garotas do trio do Olimpo, sim, todos nos chamavam assim e por fim a atenção nos nossos meninos era algo que nós gostávamos muito.
Eu saia algumas vezes sozinha com o Eros, ele me defendeu quando um cara bêbado tentou forçar a barra e outra vez quando uma das suas ficantes brigou comigo por ciúmes.
Todos tinham certeza que eramos um casal, nós nunca nos preocupamos muito com isso, a gente tinha um limite bem estabelecido, nunca precisamos conversar sobre, eramos melhores amigos, metades da laranja, mas amigos e ponto.
Eu particularmente evitava ao máximo contato físico em público, mas ele fingia ser meu namorado para dispensar alguns idiotas e eu fazia o mesmo por ele quando as meninas queriam algo a mais, a fama de casal meio que pegou com o tempo.
Eros levava o meu pai para as consultas e a minha mãe ao mercado, quando tomava porre curava a ressaca na minha casa, eu, minha mãe e meu pai cuidávamos dele como se fosse alguém da nossa família e, na verdade, ele era.
Nós dividiamos até a minha cama, estar com ele era natural, estar sem ele era como ter um pedaço faltando e assim Eros Arvenitis se tornou tão essencial para mim quanto o ar que respiro.
Estava tudo indo bem de mais, seu Nicolau começou a me dar trabalhos cada vez mais importantes, frequentei algumas reuniões e por fim eu já sabia mais sobre a agenda dele que a própria secretária, eu simplesmente coloquei a cara a tapa e foquei no trabalho como uma louca e em pouco tempo eu tinha total confiança dele e de todos os diretores.
Tudo foi entrando nos trilhos, mas eu fiquei totalmente sobrecarregada.
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Atualizado até capítulo 78
Comments
Marly Matias
Estou gostando muito da história.
2024-07-24
1
Angela De sa
gostei 👍 👍
2023-10-03
1
Maria Izabel
torcendo muito para Eros e Cate 😍🌺💓❤️
2023-08-23
2