CAPÍTULO 18

Dois dias haviam se passado desde que entrei naquela recepção sofisticada. Dessa vez, era horário de almoço, e os funcionários se movimentavam como uma dança turbulenta ao meu redor.

Alguns me cumprimentavam com respeito, enquanto outros evitavam até mesmo fazer contato visual comigo.

As fofocas sobre eu ser amante do Sr. Brixton ainda circulavam pelos corredores, enchendo o ar com murmúrios maldosos.

Ao adentrar o ambiente, vestindo calças jeans pretas que combinavam perfeitamente com um corset branco extremamente justo, e brincos adornados com pequenas pedras de rubi, eu estava diferente do habitual.

Mantinha minha elegância, mas era a primeira vez que não usava um vestido para trabalhar na empresa.

Em minhas mãos, segurava uma carta e outros documentos, que traziam consigo uma missão importante.

Mia, uma das recepcionistas, percebeu minha presença e se aproximou com admiração estampada em seu rosto.

Ela era uma das pessoas que havia se tornado próxima de mim nas últimas semanas, uma espécie de olhos e ouvidos dentro da empresa, sempre pronta para atender aos meus caprichos.

A encarei com ternura, depositando minhas mãos em suas bochechas.

— Acredito que hoje seja nosso último encontro, mia — disse com seriedade, transmitindo minha confiança — Continue sendo essa garota alegre que você foi comigo e logo será recompensada com uma promoção.

Um sorriso se abriu no rosto dela, demonstrando gratidão e felicidade por minhas palavras. Ela fez uma leve reverência como sinal de respeito, reconhecendo a oportunidade que lhe fora oferecida.

Sem olhar para trás, segui em frente, passando por Mia com determinação. Peguei o crachá do meu bolso e, ao inseri-lo na máquina de identificação, o acesso ao elevador foi liberado.

Enquanto as portas do elevador se fechavam, eu sentia a energia pulsante dentro de mim. Estava pronta para enfrentar os desafios que estavam por vir, munida de informações cruciais contidas na carta e nos documentos em minhas mãos.

Era o momento de tomar medidas decisivas e colocar meu plano em ação, eu não olharia para trás.

As portas do elevador se abriram, revelando o andar onde Henry Brixton, o alvo de minha vingança, realizava suas atividades.

Um sorriso sutil brincou em meus lábios enquanto recordava nosso último encontro no banquete do meu tio.

As palavras que ele proferiu naquela noite ressoavam em minha mente, despertando em mim uma mistura de emoções.

Henry havia confessado sentir atração por mim, mas mantinha-se fiel à sua noiva, uma aliança friamente arranjada com base em interesses familiares. Agora, era hora de testar seus verdadeiros sentimentos e usá-los em benefício próprio.

Caminhei pelos corredores com determinação, notando o silêncio e a ausência de funcionários nas cadeiras ao meu redor.

O ambiente estava imerso em uma atmosfera expectante, como se todos estivessem cientes da minha presença e dos meus objetivos.

Parei diante da porta adornada com o sobrenome "Brixton" em uma placa dourada e, sem hesitar, bati suavemente.

— Pode entrar — ecoou a voz masculina de Henry, fazendo meu coração acelerar em antecipação enquanto empurrava a porta.

Adentrei a sala, absorvendo cada detalhe meticulosamente organizado, um reflexo da personalidade daquele homem.

Seus olhos frívolos se encontraram com os meus, mas a expressão distante que vi em seu rosto foi diferente de todas as vezes anteriores, transmitindo uma ausência de simpatia.

Por um instante, uma sensação de dúvida pairou em minha mente, questionando se deveria prosseguir.

Contudo, a determinação tomou conta de mim, afastando qualquer hesitação.

Avancei com agilidade, encontrando-o assentado em uma imponente poltrona de couro.

Com o documento em mãos, estendi-o em sua direção. Seus olhos percorreram as páginas com curiosidade palpável, em busca de respostas.

— O que é isso? — sua voz soou, enquanto suas mãos folheavam o conteúdo com cautela.

— São estratégias que dediquei longas horas para planejar, levando em consideração os interesses do público — respondi, acompanhando minhas palavras com um sorriso astuto que visava conquistá-lo.

A confiança pulsava em minhas veias, consciente de que aquele era o momento propício para manipular suas fraquezas e desejos em meu favor.

Meu objetivo era persuadi-lo, mostrando-lhe um caminho para impulsionar as ações da empresa e obter lucros substanciais.

Ele assentiu com a cabeça, demonstrando aprovação diante do que estava lendo. Uma risada genuína escapou de seus lábios, dissipando a frieza que antes o envolvia. Levantou-se da poltrona e me encarou com um olhar mais ameno.

— Nunca vi nenhum dos meus estrategistas elaborar planos tão completos como este — elogiou, seu tom de voz revelando uma sincera admiração.

Um leve sorriso curvou meus lábios enquanto absorvia o elogio, porém, em meu íntimo, um suspiro de triunfo se acendia secretamente.

No entanto, a atmosfera logo se transformou à medida que introduzi um assunto mais sério.

— Tem outro assunto que gostaria de discutir, Sr. Brixton — anunciei, meu tom de voz carregado de frieza.

O homem engoliu em seco, visivelmente desconcertado pela mudança repentina em minha atitude. Sua expressão vacilou por um momento, antes de se recompor.

Ele colocou os documentos sobre sua mesa de vidro e caminhou em minha direção. Seus olhos revelavam incredulidade, enquanto suas pálpebras tremiam, tentando formar as próximas palavras.

— Por que você está agindo assim, Eve? Parece tão… distante, tão diferente — perguntou, sua voz trêmula, como se temesse a resposta.

A carta de demissão que segurava em minhas mãos foi erguida, atraindo sua atenção. Henry deu um passo para trás, sua expressão denotando surpresa e perplexidade.

Um sorriso brincou em meus lábios. Eu sabia que aquilo o deixaria intrigado, talvez até assustado. Era exatamente o efeito que eu almejava.

— Hoje, vim formalmente apresentar minha carta de demissão — declarei, mantendo a postura firme e determinada.

Henry parecia mais confuso do que o habitual, seus olhos arregalados buscavam desesperadamente compreender a situação, enquanto seus lábios tremiam em uma tentativa angustiada de formar palavras.

Em um ato impulsivo e desesperado, ele se aproximou de mim, seus braços me envolvendo em um abraço forte e possessivo. O aperto em torno de meu corpo era sufocante, suas mãos trêmulas pressionando minha pele. Senti sua respiração ofegante contra minha nuca, arrepios percorrendo minha espinha.

— Eve, por favor, não vá embora. Não me deixe... — sussurrou, seus lábios tremendo e as palavras mal conseguindo escapar de sua boca.

A verdade era que aquele homem não poderia resistir a mim, não importava o quanto tentasse.

Eu era a encarnação de sua fraqueza, seu desejo proibido. E nesse momento, enquanto ele se dava conta de que não podia me perder, a tensão se transformava em uma promessa de lealdade e rendição.

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Comments

Iara Drimel

Iara Drimel

Eve é tão confiante que nada parece lhe abalar. Por que Henry é o alvo de sua vingança? Ela não disse que deixaria ele e seu foco seria em Alice, noiva de Henry?

2023-08-11

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