A luz alaranjada do sol começava a iluminar o quarto, e eu me aproximei do espelho com um misto de curiosidade e apreensão.
Minha imagem refletida no espelho emanava uma beleza transcendental, era impossível ignorar a sutileza do cansaço que permeava cada fibra do meu ser.
A exaustão pintava com suavidade um matiz de sombras sob meus olhos, como vestígios da batalha incessante que travei na noite anterior. No entanto, mesmo envolta em fadiga, minha beleza persistia imaculada, como uma chama ardente que iluminava as profundezas mais sombrias de minha alma.
Meus olhos, adornados com um brilho penetrante, eram janelas para uma mente incansável e perspicaz, capaz de desvendar os segredos mais intricados do universo. Através das íris hipnotizantes, percebia-se a intensidade de meu intelecto, uma sinfonia magistral de genialidade e sagacidade.
Cada traço meticulosamente esculpido em meu rosto contava uma história de beleza e poder. As maçãs do rosto, esculpidas com perfeição divina, eram como pétalas delicadas, revelando uma expressão imponente de superioridade. Os lábios, tão suaves quanto pétalas de rosa, sussurravam palavras carregadas de veneno e persuasão, capazes de seduzir e envolver qualquer ser audaz o suficiente para adentrar meu território.
Minha pele, apesar de acariciar as marcas do cansaço, ainda exalava um brilho, como se fosse banhada por uma luz etérea. Os poros, quase imperceptíveis, testemunhavam a impecabilidade de minha aparência, enquanto o toque suave revelava a maciez de uma pele acariciada pela brisa e pelos raios dourados do sol poente.
Cada fio de cabelo, habilmente disposto em uma cascata perfeita, era uma obra-prima esculpida por mãos celestiais. Eles dançavam ao sabor da brisa, como uma sinfonia visual de sedução e mistério. Mesmo fatigada, minha juba negra e exuberante emanava um magnetismo indomável, atraindo olhares cativos e curiosos.
Apesar do cansaço que percorria meu corpo, eu permanecia fiel ao meu propósito, inabalável em minha busca por domínio e vingança. Cada ruga de cansaço era um testemunho silencioso de minha dedicação incansável, de minha resiliência em meio às adversidades. Eu era a personificação da beleza que desafia o tempo, uma obra de arte em constante evolução.
Ao balançar o sino com uma indiferença calculada, um tilintar suave ecoou pelo quarto luxuoso. Em resposta ao meu chamado, uma jovem empregada uniformizada adentrou o recinto com passos suaves e silenciosos. Seus cabelos castanhos estavam cuidadosamente trançados em duas mechas que pendiam graciosamente sobre seus ombros.
Ela parou no centro da sala, como uma figura esculpida em perfeita simetria. Seus olhos castanhos refletiam uma mistura de respeito e submissão, enquanto seu rosto permanecia imperturbável. Cada movimento era meticulosamente calculado, revelando uma disciplina inata.
Com uma reverência precisa, curvando-se na medida exata, ela demonstrou deferência à minha presença. A postura ereta e o olhar baixo denotavam sua prontidão para atender aos meus desejos e necessidades, como se fosse uma marionete habilmente controlada por fios invisíveis.
Envolta em um uniforme impecável, suas vestes transmitiam uma aura de profissionalismo e servidão. Cada detalhe, desde o colarinho alinhado até a saia perfeitamente passada, mostrava o zelo com que executava suas tarefas.
Observando-a com um olhar afiado e impassível, reconheci em seus gestos a trilha de obediência que permeava cada fibra de sua existência. A empregada era mais do que uma mera serva; era uma peça essencial na engrenagem que garantia o funcionamento impecável deste mundo de poder e luxúria.
Diante dessa jovem serva, eu não via apenas uma mera empregada, mas sim uma extensão de minha própria essência. Ela personificava a submissão necessária para a realização dos meus objetivos, para a conquista de tudo o que eu desejava.
E assim, mantendo-me imóvel e impassível, aguardei as palavras que fluiriam de seus lábios com uma obediência precisa, pronta para direcionar seus esforços rumo ao meu domínio absoluto.
Com uma voz suave e reverente, a serva uniformizada, com seus olhos castanhos refletindo submissão, perguntou-me humildemente: "Senhora, em que posso servi-la?"
Um sorriso frio e satisfeito curvou meus lábios ao ouvir a pergunta dela, foi exatamente o que eu imaginava que seria falado. Uma gargalhada abafada escapou de minha garganta, ecoando pelo ambiente. Era quase cômico como ela estava ali, tão submissa, pronta para satisfazer meus desejos. Com passos lentos e calculados, aproximei-me da figura vulnerável e deslizei meus dedos gelados sobre sua bochecha, pressionando suavemente.
— Quero que você seja tão obediente, tão submissa, que não precise nem perguntar o que eu quero. Antecipe-se aos meus desejos e cumpra-os antes mesmo que eu precise expressá-los. — sussurrei em seu ouvido.
A figura deu uma leve estremecida ao ouvir minhas palavras, seus olhos se arregalaram e pude ver uma mistura de surpresa e receio em seu rosto. Ela levantou-se lentamente, como se estivesse processando minhas palavras, decifrando um enigma.
Após um breve momento de reflexão, a serva finalmente se pronunciou com uma voz trêmula:
— Compreendo, senhora. Por favor, permita-me acompanhá-la até a sala de jantar, onde o senhor Henry a espera. — Sua voz carregava um tom de obediência, misturado com uma certa dose de ansiedade.
Eu assenti, satisfeita com sua resposta, e segui a empregada pelos corredores luxuosos da mansão. Cada passo que dávamos ecoava pelos cômodos, enquanto a garota se esforçava para manter-se em sincronia comigo, certificando-se de estar sempre alguns passos atrás.
Ao me deparar com a longa escada de madeira que se estendia à minha frente, senti um arrepio percorrer minha espinha. A empregada, com suas tranças amarradas no cabelo castanho, indicou que bastava atravessar a porta lá embaixo para encontrar o homem que eu tanto buscava. No entanto, antes que pudesse prosseguir, ela revelou que estava curiosa e que tinha uma pergunta para me fazer.
Virei-me para encará-la, permitindo um sorriso desdenhoso se formar em meus lábios. A curiosidade daquela jovem impetuosa me intrigava.
— Não me importo em responder uma pergunta, não importa quão ousada possa ser. —
A serva, talvez embalada pelas palavras que havia escutado de mim, reuniu coragem suficiente para prosseguir. Com um olhar firme, ela indagou por que eu estaria disposta a ser uma terceira pessoa em um relacionamento de dois. Sua pergunta revelava um vislumbre de entendimento sobre minhas intenções.
Uma pessoa de tão baixa categoria jamais entenderá — respondi com um tom de desprezo. — Você se pergunta por que não trabalho de maneira justa, mas onde a honestidade te levou?
A figura ficou visivelmente surpresa com minha resposta, seus olhos se arregalaram ligeiramente e ela pareceu momentaneamente desconcertada. Era evidente que minha postura e palavras haviam apanhado de surpresa a jovem que até então se mostrava tão obediente e respeitosa.
Houve um breve momento de silêncio, enquanto tentava assimilar minhas palavras e encontrar uma resposta adequada. Seus lábios se entreabriram levemente, mas nenhum som saiu de sua boca.
Uma risada sarcástica escapou de meus lábios enquanto passava levemente o polegar pelo lábio dela.
— Aqui está a diferença entre nós duas — declarei com convicção. — Você está disposta a manter sua falsa moralidade, a ser submissa a homens pelo resto de sua vida. Eu, por outro lado, não me importo em destruir uma mera relação de noivado para conseguir o que tanto anseio.
Ela permaneceu parada, imóvel, como se minhas palavras tivessem a petrificado. Seus olhos fixos em mim revelavam uma mistura de surpresa, choque e talvez até mesmo um certo receio. Era como se minhas palavras tivessem penetrado em sua mente, fazendo-a questionar seu próprio papel e escolhas naquela vida que considerava patética.
Sem me virar para trás, desci as escadas com passos firmes e decididos. Cada degrau de madeira ressoava sob o peso de meus pés, enquanto eu me afastava daquela serva que havia se rendido ao seu destino resignado.
Ela personificava tudo o que eu repudiava: a submissão, a falta de ambição, a incapacidade de lutar por uma vida melhor. Como alguém poderia se contentar com aquela existência medíocre? A revolta borbulhava em minhas veias, e eu me sentia superior, imune a qualquer forma de subjugação.
Um pequeno som, quase imperceptível, ecoou pelo corredor quando os joelhos dela tocaram a madeira do chão, como um lembrete silencioso de que agora estava ciente de sua condição e teria que suportá-la pelo resto de sua humilde existência.
Eu, Eve, trilhava um caminho delineado por traços audaciosos e destemidos. Recusava-me a se curvar perante as convenções e expectativas impostas pela sociedade.
Seguia em busca fervorosa daquilo que desejava, utilizando todos os meios necessários para alcançar meus objetivos, e o próximo passo estava diante de mim, na solene sala de jantar.
Estava imbuída de uma determinação inabalável para conquistá-lo, como uma verdadeira predadora em busca de sua presa.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 36
Comments
eliza arouche
eu acho que entendo a Eve ainda estou descobrindo a história dela mais no meu ver pareceque , ela já foi humilhada ,descartarda, e sofreu muito pra ela tá fazendo isso é por outro lado ela tá até ajudando essa mulheres a se valorizar e não se submissa de homem, e que temos direito iguais .
2023-08-31
0
eliza arouche
eu acho que entendo a Eve ainda estou descobrindo a história dela mais no meu ver pareceque , ela já foi humilhada ,descartarda, e sofreu muito pra ela tá fazendo isso é por outro lado ela tá até ajudando essa mulheres a se valorizar e não se submissa de homem, e que temos direito iguais .
2023-08-31
0
Iara Drimel
Eve me intriga. Ela é bem narcisista, muito má na verdade. Não sei o que a leva tratar uma empregada de modo tão rude, simplesmente além de humilhar acabou com todo a auto estima dela. Há tanta indiferença em Eve, que espero caia em sua vingança pelo amor que sente por Henry.
2023-08-05
3