CAPÍTULO 2

À medida que o dia avançava, mergulhei profundamente em minha nova rotina de trabalho. Fui recebida com cortesia por todos os funcionários, o que me surpreendeu positivamente. A atmosfera profissional era agradável e, aos poucos, comecei a me sentir parte da equipe.

Descobri que tinha um escritório exclusivo para mim, algo que me deixou surpresa e satisfeita. Era um espaço aconchegante, não muito grande, mas perfeitamente projetado para atender minhas necessidades e manter minha privacidade. Os arquivos e documentos estavam organizados meticulosamente, facilitando meu trabalho e permitindo que eu me concentrasse nas tarefas que me aguardavam.

Enquanto os ponteiros do relógio avançavam rapidamente, observei pela ampla janela em minha sala o sol se pondo no horizonte. Os raios de luz suaves pintavam o ambiente com uma beleza serena, trazendo um sentimento de calma e satisfação.

Mesmo depois de todos os funcionários terem ido embora, eu permaneci ali, mergulhada em minhas responsabilidades e na empolgação de estar iniciando essa nova etapa. Estar disposta a cumprir algumas horas extras em meu primeiro dia de trabalho demonstrava minha dedicação e entusiasmo em fazer a diferença na empresa.

Finalmente, desliguei o computador à minha frente, respirei fundo e me levantei da cadeira, esticando meus braços. A sensação de dever cumprido e a perspectiva de tudo o que ainda estava por vir me enchiam de energia. Olhei mais uma vez para o ambiente tranquilo e iluminado, sentindo-me grata por fazer parte daquele cenário.

Enquanto deixava minha sala, caminhando pelos corredores vazios, uma mistura de satisfação e entusiasmo tomava conta de mim. O primeiro dia tinha sido desafiador, porém recompensador.

Entrei no elevador e apertei o botão do meu destino, observando as portas se fecharem lentamente à minha frente. Era um momento de tranquilidade e solidão, pois não havia mais ninguém ali além de mim. A sensação de estar envolta por aquele pequeno espaço era quase reconfortante, um refúgio momentâneo do burburinho do escritório.

Uma mão segurou a porta, impedindo-a de fechar completamente. Surpresa, olhei para o lado e vi Henry parado ali, com um olhar sério, porém curioso. Seus olhos penetrantes encontraram os meus e uma sensação elétrica percorreu meu corpo.

— Posso me juntar a você? — perguntou com um tom de voz firme, mas suave.

Sorri levemente, surpresa com a sua abordagem inesperada.

— Claro, Henry. Fique à vontade — respondi, dando um passo para o lado para lhe dar espaço para entrar no elevador.

Enquanto as portas se fechavam, senti uma tensão palpável no ar. O silêncio se instalou entre nós, mas havia uma energia carregada de curiosidade e interesse mútuo. O som suave da música de fundo ecoava no espaço confinado, tornando o momento ainda mais envolvente.

Nossos olhares se encontravam ocasionalmente, revelando uma mistura de mistério e fascinação mútua. Havia muito que eu queria dizer, mas as palavras pareciam trancadas na minha garganta. A presença de Henry ao meu lado era avassaladora, e eu não podia negar a atração que existia entre nós.

— Parece que nossos caminhos se cruzaram novamente — comentei de forma descontraída, tentando ocultar a faísca de curiosidade que brilhava em meus olhos. — Foi um dia bastante movimentado, não é mesmo?

Enquanto o elevador se movia, trocamos um breve olhar, cheio de significado. Havia algo entre nós, uma energia indescritível que não podia ser ignorada. Eu estava intrigada com a presença dele e com a dinâmica que começava a se estabelecer entre nós.

Com um leve sorriso nos lábios, aguardei o momento em que o elevador chegaria ao meu destino. A curiosidade e a sensação de mistério que envolviam aquele homem eram irresistíveis. Eu estava determinada a desvendar as camadas ocultas do herdeiro poderoso, mesmo que isso significasse adentrar em um território desconhecido.

Enquanto me preparava para deixar o ambiente do elevador e seguir meu caminho, uma força repentina agarrou firmemente meu braço. Um arrepio percorreu minha espinha, fazendo-me tremer involuntariamente. Meu corpo ficou tenso, e minha respiração se tornou mais rápida.

Surpresa com o repentino toque de Henry, meu coração acelerou, e um turbilhão de pensamentos invadiu minha mente. Eu me virei para encará-lo, encontrando seu olhar intenso e indecifrável. Aquela mão firme em meu braço transmitia uma sensação de autoridade e controle.

— Desculpe, Eve — ele murmurou, com uma expressão momentaneamente desarmada.

— Não sei o que me deu. Eu... Eu só queria... — hesitou, suas palavras se perdendo no ar.

Mantive minha postura, ainda um pouco desconcertada com a situação. Por um breve instante, nossos olhares se encontraram, e pude ver uma mistura de emoções nos olhos dele: surpresa, desejo e um toque de vulnerabilidade.

— Não se preocupe, Henry — respondi com uma voz calma e controlada. — Acredito que todos temos nossos momentos de impulso.

Ele soltou meu braço suavemente, como se reconhecendo sua ação impulsiva. As portas do elevador começaram a se fechar novamente, e a cena ficou para trás, presa naquele breve instante de conexão.

— Vejo você amanhã — ele disse, sua voz carregada de uma tensão mal disfarçada.

Assenti com a cabeça, oferecendo um sorriso sutil antes de o elevador nos separar completamente. Enquanto o pequeno espaço se tornava cada vez menor, meus pensamentos vagavam por aquela interação, intrigada com o que poderia significar para o nosso futuro.

O encontro inesperado no elevador deixou uma faísca de curiosidade e interesse, algo que eu não podia ignorar. Aquele momento fugaz, embora confuso, alimentava minha determinação em descobrir mais sobre o homem por trás da fachada imponente e descobrir se havia uma ligação verdadeira além das aparências.

Enquanto seguia em frente, minha mente se encheu de expectativa e uma inegável sensação de que aquele encontro poderia mudar o curso dos acontecimentos. O futuro se desdobrava diante de mim, e eu estava disposta a desvendar os segredos que o destino reservava.

Ao sair completamente da empresa, fui recebida por um espetáculo de luzes e cores que enfeitavam a paisagem noturna. Os prédios imponentes e as ruas movimentadas ganhavam uma aura mágica sob a luz das estrelas e dos postes de iluminação.

A cidade brilhava diante dos meus olhos, revelando sua beleza noturna em todo o seu esplendor. Os letreiros luminosos piscavam, convidando-me a explorar o que aquela metrópole vibrante tinha a oferecer. As pessoas passavam apressadas, imersas em seus próprios mundos, enquanto eu me permitia um momento de contemplação.

A brisa suave acariciava meu rosto, trazendo consigo uma sensação de liberdade e renovação. As estrelas cintilavam no céu escuro, como pontos de esperança e sonhos a serem alcançados. Era um cenário inspirador, que despertava em mim uma profunda sensação de gratidão por estar ali, vivendo aquele momento único.

Enquanto caminhava pelas ruas iluminadas, percebia que a cidade à noite revelava uma faceta diferente, uma aura de mistério e encanto. Os reflexos dos prédios espelhados dançavam na superfície dos carros que passavam, criando um espetáculo visual hipnotizante.

Em meio a essa sinfonia de luzes e movimento, senti-me parte de algo maior. Era como se a cidade pulsasse com uma energia vibrante e cativante, envolvendo-me em seu abraço acolhedor. Eu me sentia viva, consciente de que a noite guardava segredos e possibilidades infinitas.

Alguns minutos se passaram até que finalmente avistei um táxi se aproximando. Com um gesto rápido, levantei os braços na ponta da calçada, sinalizando para o motorista. Ele prontamente parou o veículo e abriu a porta para que eu entrasse.

Cumprimentei o senhor de idade com um sorriso amável, e adentrei o banco traseiro do táxi, acomodando-me confortavelmente e fechando a porta.

— Por favor, siga em direção à Rua Estrada Real das Esmeraldas. É onde meu apartamento está localizado. — solicitei gentilmente.

Enquanto o táxi seguia em direção ao meu destino, deixei-me envolver pela calma e pela paz que aquela pequena jornada proporcionava. Era reconfortante saber que, mesmo em meio à agitação da cidade, sempre existem momentos de tranquilidade e conexão consigo mesma.

Ao chegar ao meu destino, paguei a corrida com gratidão e desejei ao senhor uma noite agradável. Saí do carro com um sentimento de satisfação pelo meu primeiro dia.

Enquanto caminhava com confiança pelos corredores elegantes do prédio, sentia o olhar atento dos seguranças que guardavam a entrada. Com meu crachá de identificação em mãos, passei por eles com um sorriso discreto e um cumprimento educado.

Ao entrar no imponente hall, a sensação de exclusividade envolvia o ambiente. O elevador dourado estava à minha espera, e com um toque suave no botão, as portas se abriram para mim. Adentrei o espaço luxuoso, que refletia o requinte do prédio.

Enquanto o elevador subia lentamente, eu aproveitava o breve momento de tranquilidade. Observava os números iluminados acima da porta, indicando cada andar percorrido. Até que, finalmente, chegou o momento de sair.

As portas se abriram, revelando o corredor impecavelmente decorado do meu andar. O tapete macio sob meus pés, as paredes revestidas de obras de arte e a iluminação suave criavam uma atmosfera acolhedora.

Segui em direção ao meu apartamento, sabendo que atrás daquela porta me esperava um refúgio pessoal, um espaço que refletia a minha personalidade e meu gosto refinado. A chave deslizou na fechadura, abrindo as portas para o meu santuário — quase — particular.

Adentrei meu apartamento, um espaço pequeno, porém repleto de sofisticação e beleza. Cada detalhe era cuidadosamente planejado para criar uma atmosfera acolhedora e luxuosa.

Na sala de estar, o brilho do ouro se destacava nos detalhes decorativos. Uma delicada moldura dourada adornava o espelho na parede, refletindo a luz suave do candelabro no centro do teto. As cortinas de tecido nobre, em tons suaves, traziam elegância ao ambiente.

O sofá era um convite ao relaxamento, com seu estofamento macio e confortável. Almofadas luxuosas, com detalhes em dourado, complementavam o conjunto. Uma mesa de centro, feita com um tampo de vidro espelhado, revelava detalhes esculpidos em ouro, proporcionando um toque de glamour.

A iluminação estrategicamente posicionada criava uma atmosfera aconchegante. Lustres delicados e luminárias de chão, com detalhes em ouro, iluminavam o ambiente de maneira suave e acolhedora.

Na parede, uma estante elegante exibia livros encadernados em couro e objetos de arte cuidadosamente selecionados. Um toque de requinte estava presente em cada detalhe, desde os pequenos enfeites até as molduras dos quadros que adornavam as paredes.

Emma saiu de um dos quartos, com seus cabelos curtos bagunçados e um pijama confortável. Sua aparência era simples e despretensiosa, mas sua presença sempre trazia alegria ao ambiente. Como minha melhor amiga, ela sempre esteve ao meu lado, desde os tempos de colegial.

Apesar de não trabalhar, Emma possuía uma condição privilegiada, graças à fortuna de seus pais. Ela poderia viver uma vida de luxo sem se preocupar com as despesas, mas optou por dividir o apartamento comigo. Nossa amizade era tão forte que ela estava disposta a compartilhar o espaço e as responsabilidades.

Conhecendo todos os detalhes sobre o acidente que tirou a vida dos meus pais e o controle opressivo que meu tio exercia sobre a empresa, Emma sempre foi meu porto seguro. Ela entendia minha luta e estava ao meu lado para enfrentar os desafios que surgiam.

Enquanto nos cumprimentávamos com abraços calorosos, senti um alívio profundo por ter Emma ao meu lado. Sua presença trazia conforto e uma sensação de pertencimento.

— Eve, e então, deu certo a sua estratégia de seduzir o chefe? — indagou com curiosidade.

Com um suspiro, eu expliquei para Emma como tudo aconteceu, enfatizando o momento em que a noiva de Henry apareceu de surpresa e o quão pretensiosa ela parecia ser.

— Emma, você não faz ideia. A noiva dele chegou do nada, toda cheia de si, agindo como se fosse a dona de tudo. Ela estava claramente incomodada com a minha presença e tentou me humilhar. Mas eu não me deixei abalar, mantive minha postura e respondi à altura. Acredite, a batalha está apenas começando. —

Surpresa com a intensidade das minhas palavras, Emma segurou minhas mãos e me abraçou com força. Era reconfortante sentir seu apoio incondicional.

A jovem olhou diretamente em meus olhos e disse com convicção: — Eve, você é absolutamente deslumbrante. Não deixe que a opinião de uma modelo te abale. Você tem uma beleza única e uma presença magnética. Mantenha a cabeça erguida e confie em si mesma. —

Minha risada ecoou pelo apartamento enquanto eu me divertia com a expressão surpresa de Emma. Ela não esperava essa reação tão confiante e audaciosa de minha parte.

— Os homens, minha querida, são todos iguais. Quanto mais investimento financeiro fazem em uma mulher, mais ela se torna inestimável, como uma joia preciosa. Com Henry, tenha certeza de que não será diferente. Ele estará em minhas mãos, como um cachorro obediente à sua dona, seja casado ou não. —

Ela olhou para mim, ainda um pouco perplexa, mas com um brilho de admiração nos olhos. Sabia que eu estava determinada a conquistar o que queria, não importando os obstáculos que surgissem no caminho.

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Comments

eliza arouche

eliza arouche

coloca fotos dos personagens

2023-08-31

0

Maria Rosangela Alves de Oliveira

Maria Rosangela Alves de Oliveira

ainda não me surpreendeu

2023-08-13

0

Iara Drimel

Iara Drimel

Uma história muito reflexiva , um pouco sombria pela maneira de narrar de Eve, porém com muito detalhes minuciosos que atraem a atenção e o interesse de quem lê.

2023-08-01

1

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