Capítulo 17

— Aí, Daniel. — A voz dela tremeu. Sem hesitação, Katrina segurou minhas mãos nas suas mãos frias e trêmulas, e me abraçou. — Sinto muito, Daniel, sinto muito. — disse com tristeza. Afundei meu rosto em seus cabelos e me senti amparado por aquela mulher, seu perfume de flores suaves invadiu minhas narinas.

— Eu tinha esperança de que eles voltariam com vida, e saber de tudo isso me destruiu, Katrina. Estou devastado, perdi meu irmão.

— É doloroso, eu sei, mas ele está em um lugar melhor. — Me consolou. Katrina apertou minhas mãos, como se somente com seu toque pudesse absorver minha dor.

Eu não sou mais um CEO poderoso, que mandava em meus funcionários por trás de uma mesa em uma ampla sala de escritório, mas um homem qualquer, que tem sentimentos e que agora está sofrendo pela perda de um irmão.

Nesse instante, minha testa estava colada na dela, pude sentir suas mãos macias nas minhas, acariciando-as, seus toques me faziam muito bem. Suas mãos foram subindo aos poucos, como se ela tivesse receio de fazer o que queria fazer, e então eu pude sentir as suas mãos tocar meu rosto, e acariciar minha pele com o dedo polegar, meu coração palpitava no peito, a cada investida sua.

— Não quero sentir essa dor, Katrina, é muita pra mim. — sussurrei depois de um tempo.

— Eu sei. — Ela sussurrou de volta e continuou acariciando meu rosto. — Infelizmente ele não está mais entre nós, mas está em seu coração. — senti suas mãos espalmadas em meu peitoral, e aquilo foi o suficiente para me fazer estremecer.

Enquanto eu falava sobre todas as coisas que vivi com meu irmão, Katrina derramou lágrimas e mais lágrimas. Katrina se agarrou comigo, afundando seu rosto em meu peito. Não me importei de que suas lágrimas molhassem toda minha camisa. Apenas a envolvi em meus braços, com mais força.

Eu não queria dar essa notícia ao meu pai, mas eu tive que falar. E como era esperado, ele desabou em lágrimas. E eu, estou muito preocupado com ele, não estou lá para ajudar no momento, e mesmo que eu o console pelo telefone, não iria adiantar.

Me afastei de Katrina, sequei suas lágrimas, e a encarei por breves segundos.

— Como faremos para contar essa notícia tão triste para Arthur? — Indaguei a ela.

— Espere. — Katrina sugeriu. — Ele não pode saber agora, vamos esperar que ele veja o avô, e juntos podemos conversar com ele.

— Talvez assim, seja menos doloroso. — comentei passando as mãos em meus cabelos. — Fechei os olhos por alguns segundos, aquela decisão pesou em minha cabeça. Como posso contar isso ao meu sobrinho? Me corta o coração em saber que ele vai sofrer de tristeza.

— Melhor que tenhamos tempo para planejar, Daniel. Não podemos jogar essa bomba nele de uma vez.

— Você é sábia. — falei pegando suas mãos, e depositei um beijo ali. Ergui seu queixo, fazendo ela me olhar nos olhos. — Obrigado. — eu agradeci, enquanto acariciava seu rosto com meu dedo polegar, limpando o resquício de lágrimas que ainda passeavam por suas bochechas macias. — Eu lhe admiro muito, Katrina, é uma mulher incrível.

— Imagina, ninguém merece estar sozinho em um momento como esse. — falou erguendo suas mãos, e envolveu meu punho com seus dedos.

— Você tem muitas qualidades perigosas e tentadoras, até demais. — falei. Continuei aquele momento de carícia em seu rosto com meu dedo polegar.

— Por quê?

— Alguém pode te machucar. Pessoas que são tão fáceis de demonstrar sentimentos, acabam se machucando sem querer. — confessei.

Katrina mostrou-se pensativa diante do meu comentário. E mordiscou os lábios inferiores, como se pensasse em alguma coisa. Vendo-a mordiscar os lábios daquela forma, meu desejo voltou com força total.

— Porém, mais perigoso do que isso, é nós dois estarmos em uma sala, sozinhos. — falei tendo a atenção dela em mim.

— Estamos sozinhos, você vai tirar vantagem? — perguntou.

— Sim, eu vou. — Inclinei a cabeça, e juntei meus lábios aos dela, explorei sua boca com minha língua, fazendo Katrina arfar. — Você me atormenta, quando morde seus lábios, me faz desejar você mais do que já desejo. — comentei tomando novamente seus lábios em um beijo quente, sem dar a ela, opção de falar alguma coisa.

O calor do desejo foi começando, conforme as sensações foram iniciadas. Passei meus braços ao redor de sua cintura, prendendo-a mais ao meu corpo. Katrina prendeu seus braços ao redor do meu pescoço, ficando na ponta do pé.

— Porra, que mulher gostosa!— sussurrei.

Com os dedos, apertei o bico de seus seios por cima da blusa, e seus mamilos enrijeceram em resposta, conforme o desejo nos devora por dentro. Eu não me importaria, se me arrependesse depois, eu só queria senti-la, e matar meu desejo, minha fome por ela. Apoiei Katrina, colocando minhas mãos em suas costas, e depois minhas mãos desceram para suas nádegas, a segurei com firmeza, erguendo-a do chão. Katrina prendeu suas pernas ao redor de minha cintura, enquanto eu explorava a curva de seu pescoço, com beijos leves.

Meu celular vibrou no bolso da calça, me tirando do mundo mágico em que eu vivia. Coloquei Katrina no chão, meti a mão no bolso e peguei o aparelho.

— Vou ver como está Arthur. — Katrina saiu dali praticamente correndo. Acredito que tenha ficado com vergonha pelo momento que sempre acontece, mas surge algo para atrapalhar.

Atendi o celular, que tocava insistentemente. Era papai, queria saber como estava indo tudo para sepultar meu irmão e a esposa. Expliquei tudo a ele, como eu havia organizado o cortejo, mas ele chorava, mais do que falava e ouvia. Aquilo me cortava o coração.

... Dois dias depois...🖤...

Os dias que se seguiram foram os piores da minha vida. Esperar pelo corpo do meu irmão, e saber que a família de minha cunhada também estava esperando pelo corpo dela, era doloroso. Dentro desses dois dias, meus planos foram mudados, a pedido do papai. Ele não achou certo que enterrássemos meu irmão longe da esposa, então concordou para que todos viessem ao Brasil, e assim eu fiz, como ele ordenou.

Desde o ocorrido, meu telefone não parou um só instante de tocar, mas eu não atendi ninguém, não tinha cabeça para isso. Eu estava ajudando Katrina com Arthur, em tudo que eu podia, para evitar que ele soubesse dessa tristeza, por enquanto.

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Comments

Maria Sena

Maria Sena

Nossa autora, esse capítulo foi muito triste, mas pelo menos o momento da tragédia fez com que o Daniel percebesse que precisa muito da Katrina. Tomara que o espírito de indecisão não incorpore nele de novo. Ele tá parecendo ioiô.

2025-03-17

1

Luisa Nascimento

Luisa Nascimento

Coitado do Arthur, órfão de pai e mãe de uma só vez.

2025-04-07

1

Marcia Patette

Marcia Patette

Nossa que tristeza, espero que agora eles se unem e fiquem juntod

2025-04-11

0

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