Capítulo 13

Estava eu e Katrina na área da frente, Arthur já havia dormido, estava exausto da viagem e de tanto brincar, dormiu logo. Estive em companhia de Katrina, enquanto observamos a lua e as estrelas naquela noite bonita, eu aproveitei para conhecê-la mas, e saber o que fez da vida, durante esse tempo todo. Nós dois éramos amigos de escola, mas ela não era tão próxima a mim, como era próxima de meu irmão Andrei.

Um assunto leva a outro, tanto que depois que eu soube, tudo que lhe aconteceu, falamos sobre a outra babá de Arthur; "Laura". Katrina me falou que ela quis cuidar de Arthur na noite, em que eu pedi a ela, que fosse sempre a babá de Arthur, e Laura incomodada com isso, quis tirar Katrina de fora. Para falar a verdade, eu também me senti um monstro, porque depois que eu tive uma queda inapropriada por Katrina, eu desejei a todo custo, tirá-la do meu caminho também. Então, quem sou eu, pra falar alguma coisa de Laura.

Mas com tudo, Katrina não mostrou surpresa. E isso me fez pensar, que ela conhecia muito bem, as habilidades erradas de Laura, e que talvez, Laura já havia lhe feito algo de ruim, eu é que não conhecia Laura tão bem, como julguei conhecer.

— Eu sinto muito, Katrina, por tudo que você passou, e claro, pelo que Laura também te fez passar. Eu achei que ela fosse uma pessoa apropriada, para cuidar de Arthur, mas vi que não, quando o garoto começou a chorar nos braços dela, e chamava por você, eu pensei que era só por aquele momento. — falei, a observando.

— Que bom que você sente. — respondeu tristemente. — É muita generosidade de sua parte.

— Generosidade é você me ajudar, quem largaria a vida que tinha, pra vir me ajudar a cuidar de meu sobrinho?

— Não diga assim, porque sei que muitas queriam vir. — Katrina riu.

— Viriam por mim, porque queriam algo comigo, e não pelo meu sobrinho, não pra me ajudar com ele. — concluí. — Eu não mereço a sua boa fé, mas agradeço, com minhas desculpas, só quero que aceite a minha gratidão. Arthur tem muita sorte de tê-la aqui. — confessei com sinceridade.

Encarei Katrina com cuidado, eu a estudava sutilmente. Seus olhos tão brilhantes e cheios de vida me encaravam agora, suas bochechas estavam levemente coradas. Um sorriso surgiu em meus lábios, assim que notei sua timidez.

Fomos interrompidos, pela luz de casa, que se apagou :

— Droga, não me lembrei de ajeitar a chave da caixa de energia, às vezes ela dispara. — falei.

— Vou ver Arthur. — seu olhar preocupado, encontra o meu.

— Tudo bem, vai lá, vou ajeitar ali rapidinho e já volto.

Katrina assentiu, entrou pra dentro de casa, iluminando tudo com a tela do celular dela, e eu fui ajeitar a caixa de distribuição. Passei alguns segundos para ajeitar, e após terminar, retornei, e a luz já havia voltado, tudo estava claro novamente.

Adentrei a casa, subi as escadas indo para os quartos, senti um impacto forte contra meu corpo, segurei a cintura fina com as duas mãos.

— Perdão, Daniel, eu não o vi. — falou abaixando a cabeça.

— Não peça perdão, Katrina. — falei erguendo seu queixo, a fazendo me olhar.

Meu corpo estremeceu por senti-la tão próxima, seu corpo estava encostado no meu, estávamos colados um no outro. Me lembrei do gosto de seus beijos, do modo voraz com que ela me beijou naquele dia, e só pela forma como ela me olhou, tenho certeza que também lembrou-se da mesma coisa.

— Como está Arthur? — perguntei quebrando aquele gelo entre nós dois, e me afastei, tomando uma posição ereta e séria.

— Está tranquilo, dormindo como um anjinho. — Avisou. — Me sinto tranquila por ele se sentir mais contente. — disse, ajeitando uma mecha do cabelo atrás da orelha.

— Também me sinto assim, é uma sensação de dever cumprido. Bom, então vamos descansar também, já está tarde.

— Sim, boa noite, Daniel. — falou subindo escadas.

— Boa noite. — sussurrei. — Caminhei diretamente para meu escritório particular. Enquanto eu trabalhava em meu notebook, esperando o sono chegar, eu recebi uma ligação.

— Boa noite filho, já chegou de viagem. — perguntou papai.

— Boa noite pai, cheguei de viagem algumas horas atrás, estou na minha casa de campo.

— Arthur veio com você? Ele está bem? Tem alguma notícia do seu irmão?

— Não se preocupe, tudo está sob controle, não quero que tenha novamente outro ataque cardíaco. — respondi. — Amanhã entrarei em contato com a equipe de buscas, e lhe falarei alguma coisa, e sobre Arthur, ele está comigo, está bem. Precisa ver o quanto seu neto é lindo. — acrescentei para acalmá-lo, e funcionou.

— Fico feliz filho, que bom que vocês estão bem, amanhã estarei aí com vocês. — disse.

— Sim, conto com sua presença. — encerrei a ligação.

Fechei meu notebook, e fui para meu quarto descansar um pouco, tomei um banho gelado para aliviar a tensão, e após me deitei sobre a cama macia, e fitei o teto.

Pensei por um momento em Katrina. Como pode existir uma mulher tão bela? Tão paciente? Eu encontrava conforto na paciência e na generosidade dela. Sei que foi um erro, ter aceitado ela me beijar, mas agora, não é por respeito ao suposto irmão dela, que é meu sócio. Mas por que todas as lembranças daquele beijo, os toques sutis das suas mãos me tocando, fervilham minha mente, dia e noite. Tudo ficou cravado em mim, o modo como me beijava com tanta devoção. Eu sei que ela pensou que eu fosse seu ex, e talvez tenha me beijado por pensar nele, ou talvez ainda o ame muito, mas não vejo por essa parte. As curvas dela, aquelas belas curvas perfeitas, se alinhavam muito bem ao contorno do meu corpo, tudo era perfeito, e se encaixavam perfeitamente bem.

O gosto doce dos beijos dela, me seduziram de alguma forma, me deixando com um desejo incontrolável, de conhecê-la mais do que em um beijo quente, eu queria possuí-la de uma forma, que a deixaria com as pernas bambas. Eu estava quase dormindo com esses pensamentos, mas quando me lembrei novamente de seu ex, e de tudo que ela poderia ter feito com ele, a raiva me despertou, levando meu sono embora.

— Minha, Katrina é toda minha. — sussurrei com ódio.

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