Capítulo 03

— Olha, senhor Armstrong, não pode simplesmente chegar acordando o Arthur. Foi uma luta tê-lo feito dormir, já que passou noites acordado, perguntando pelos pais. — disse calmamente. — Ele passou dias sem comer, sem dormir direito, estava totalmente perdido. — concluí.

Prestei atenção em Arthur, que queria a todo custo sair dos braços de Daniel Armstrong. Sob meu olhar, ele o colocou no chão, enquanto Arthur explorava o quarto em busca de seus brinquedos.

— Ok, ok... Não precisamos discutir por isso. — disse sério, enquanto me olhava.

— Pra mim, já deu. Não quero mais discutir com você, Daniel Armstrong, ainda mais na frente de seu sobrinho.

Estávamos discutindo, até que Arthur começou a chorar. Corremos até ele, que havia caído sentado no chão. Fui pega desprevenida pelo movimento súbito, e fui incapaz de me esquivar de Daniel. No momento em que nos abaixamos para pegar Arthur no chão, nossas cabeças bateram uma na outra. O homem parecia ter cabeça feita de pedra, porque nem sequer fez cara feia. Já eu, minha vista ficou logo turva e perdi o equilíbrio. Porém, mãos potentes circularam pela minha cintura. Lentamente, a tontura foi passando. Arthur estava nos braços de Armstrong agora,  e eu também estava. Senti minhas pernas fraquejarem.

— Você está bem, Katrina? — perguntou o homem me olhando. — Vou chamar um médico. — acrescentou.

— Tou quase melhorando. — falei, sentindo mais um pouco daquele corpo musculoso, colado ao meu. Arthur aproveitou que eu estava tão perto deles, e deitou sua cabecinha em meu ombro. Peguei ele em meus braços e o acalentei, pois choramingava.

— Me dê ele aqui, vamos verificar sua cabeça. — pediu ele preocupado, enquanto tirava Arthur dos meus braços.

Com ajuda de Armstrong, me sentei em um pequeno sofá que havia no canto do quarto. Renata adentrou o quarto e pegou Arthur dos braços de Daniel.

— Sua cabeça ainda dói bastante? — perguntou, me olhando com aquelas órbitas azuis.

— Só estou com uma pequena ardência. — falei. Me senti irritada por ter perdido a segurança daqueles braços fortes.

— Ficará bem, o Doutor deve estar a caminho.

Me sinto desorientada. Minha têmpora dói como um inferno, mas tentei segurar aquela dor. Alguns segundos mais tarde, o Doutor Ferrari, médico da família, adentrou o quarto, com um sorriso calmo, cumprimentando a todos.

Com cuidado, me examinou e me fez algumas perguntas:

— Você perdeu a consciência? — perguntou o Doutor, lançando a luz nos meus olhos esquerdos.

— Não, Doutor. — Tentei manter meu foco no Doutor, mas era impossível quando se tem um homem tão lindo como Daniel Armstrong em minha frente. O homem alto, de pele quase morena, me deixava desconcertada. Ainda mais quando ele observava o que o Doutor estava fazendo e mordiscava os lábios avermelhados, da cor de um tomate.

— Mas quase perdeu. — Daniel comentou, me fazendo lembrar dos seus braços fortes ao redor de minha cintura. Também me fez sentir novamente o cheiro de seu perfume típico, de homem cafajeste e sedutor. Ao me lembrar disso, minha cabeça começou a latejar no local da batida.

Ainda no momento em que eu estava sendo examinada, minha memória me faz lembrar de Andrei Armstrong. Conheço essa família há muitos anos. Tínhamos uma amizade de infância. Quando Andrei casou-se com sua esposa e ela descobriu que estava esperando um filho, rapidamente Andrei me contratou porque sabia que eu adoro crianças. Eu tinha esse amor por pequenos desde quando cuidava de meus irmãos. Minha mãe saía para beber e usar drogas, e eu, como a irmã mais velha de todos eles, sempre cuidei de cada um. Até o dia em que o conselho tutelar levou meus irmãos embora. Hoje não sei quem são. Eu só escapei porque naquela época consegui fugir para a casa de uma amiga, e fui levando minha vida adiante. Foi aí então que Andrei me contratou, e desde então trabalho e moro com eles.

Andrei, diferente de Daniel, é um homem muito sedutor, carinhoso e amoroso. Sempre dava atenção a Arthur quando estava em casa, e quando estava na empresa, sempre ligava para a mansão para saber como estava a esposa e perguntava o que ela queria, se queria sair, ou o que queria ganhar de presente. Era sempre assim. Já Daniel, é mais sério, gosta de ser sempre o centro das atenções. Dos dois, eu sempre achei Andrei mais simpático e cuidadoso.

Recordo-me quando éramos crianças e eu me machucava na brincadeira, Andrei me pegava em seus braços, me colocava em uma das calçadas e cuidava dos meus ferimentos, e Daniel nem se importava. Sempre foi assim! Hoje vejo que mudou bastante, ou estou enganada.

— A senhorita teve uma concussão leve. — Disse o Doutor. — E deve estar cansada. Recomendo que descanse um pouco.

— Ela descansa na viagem. — comentou Daniel, me fazendo olhar para ele com cara de espanto. Me senti tensa ao ouvir o que ele acabara de falar.

— Sei que está com pressa em retornar para a França, senhor Armstrong, mas acho que deveria esperar mais alguns dias. Arthur tem estado agitado demais por não ter os pais perto, e estando longe, seria muito difícil para ele. Creio que estando aqui, onde os pais lhe deram amor, seria um conforto a mais pra ele. — explicou o Doutor.

Aqueles olhos azuis me encaravam com desaprovação. Daniel me olhava como se eu fosse culpada pelo que o médico pensava, mas aquele olhar intimidador não me fez abaixar a cabeça. Continuei a encará-lo.

— Arthur tem dormido pouco, tem comido pouco, quase sempre tem chorado e tem ficado estressado. Nossa equipe tem feito um trabalho duro para manter seu sobrinho bem. Uma equipe de psicólogos tem conversado com ele, e claro, Katrina tem ajudado bastante. Não acredito que ele consiga viajar por dias. — concluiu.

— Daniel, aqui tem muitos quartos. Você pode se instalar em um desses, descansar um pouco. Amanhã pela manhã, vocês verão como Arthur amanhece, e qualquer coisa, partem sem nenhum problema. — comentou Renata, atraindo a atenção de todos para si. — Além disso, hoje à noite, avisaram que há riscos de uma forte chuva, o que pode dificultar o trânsito. Então, por que se arriscar, né?

— Tudo bem, ficarei essa noite. — disse Daniel. — Mas quero que Arthur fique comigo.

— Sem problema. — todos concordaram, inclusive eu.

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Comments

Maria Sena

Maria Sena

Esses homens durões, cheio se marra são os mais calientes na hora do rala e rola. São mutchatchos fogoso. UUUIIIIIII PAPAI!!! Já ansiosa por um possível hot dos dois. 🔥 🔥 🔥 😋😋😋

2025-03-17

0

Gislaine Duarte

Gislaine Duarte

o q tem de lindo tem de ogro 🤭

2025-03-13

0

maria

maria

vai com calma garotão

2025-02-10

1

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