Capítulo 11

Tá!! Aonde isso vai parar? Nunca fugi de algo em toda minha vida, e agora estou fugindo de uma mulher! Uma mulher cara? Não estou fugindo por medo dela, mas por medo de mim mesmo, do modo como eu a quero e a desejo, é dos meus sentimentos impróprios que estou tentando fugir, que estou tentando manter encobertos.

— Não posso levá-la comigo, Renata, de jeito maneira. — alisei minha têmpora, enquanto eu andava pra lá e para cá no pequeno espaço, falei baixinho para não acordar meu sobrinho que ainda dormia. — Me desculpe por falar assim, mas essa ideia está fora de cogitação. — concluí.

— Senhor Armstrong. — disse Renata se colocando sobre seus pés. — Eu insisto. Eu quero ajudá-la a ela e a você, já que você vai precisar de uma babá, e ela também não tem nenhuma família aqui, o único que a ajudava, era o senhor Andrei. — disse ela tristemente.

Eu não sei de que forma Renata poderia estar me ajudando, porque eu ficando perto daquela mulher, que parecia ter nascido no meio das roseiras mais cheirosas, daqui a menos de dois meses, seria preciso me enfiar em um manicômio. Você quer fugir de algo, mas as pessoas insistem em te empurrar pra cima daquilo que você quer distância. E acredite, estar longe de Katrina seria uma grande terapia, uma grande não, a melhor das terapias.

Soltei um longo suspiro, eu estava me sentindo frustrado, mais do que isso. Eu me sentia como uma criança, que quer um brinquedo, mas não pode tê-lo, está em meu alcance, mas não posso.

— Tudo bem Renata, farei como quiser. — Por fim eu respondi, não tinha como eu fugir de toda essa situação.

— Obrigado. — agradeceu. — Afinal, me diga como está seu pai? Tem falado com ele por esses dias?

— Não muito bem Renata, o coração dele já estava fraco, e com mais a notícia do meu irmão desaparecido, tudo piorou. — concluí. — Embora ele tente manter as aparências, de que tudo está bem, no fundo não é assim, foi um golpe muito duro pra ele. Mas eu acredito, que ele vendo o neto, ele esquecerá um pouco essa tristeza.

— Sim, claro. — mostrou-me um sorriso mínimo. — E Arthur? tem dormido tranquilamente?

— Tem sim, Katrina tem ficado com ele a noite inteira, e ele tem se mantido tranquilo.

— Que ótimo. Bom, vou me retirar, preciso cuidar de algumas coisas na cozinha, nos falamos depois. — Renata pegou a bandeja e saiu.

No instante em que Renata saiu do quarto, comecei a arrumar minhas malas, as de Arthur já estavam organizadas, e agora só falta falar para Katrina, para que ela arrume as dela também.

— Com sua licença senhor Armstrong. — disse Renata retornando ao quarto. — Esqueci de lhe avisar, que Rômulo não comprou suas passagens, porque o piloto da família, achou por bem que o jatinho particular, leve vocês, e sem mencionar, que do lado de fora do portão, há algumas pessoas da imprensa, sabem que você está aqui. — disse ela preocupada.

— Tudo bem Renata, não se preocupe, faremos dessa forma, sem problemas. Faça um favor pra mim, e peça para Katrina arrumar as malas, não quero mais nenhum tipo de atraso, sim?

— Certo senhor.

— Malas? — Pergunta Katrina, adentrando o quarto. — Para onde vou? — perguntou curiosa.

— Querida. — Renata pega em suas mãos. — Você acompanhará o senhor Armstrong, pra ajudá-lo a cuidar de Arthur, já que o pequeno é muito apegado consigo. — disse ela calmamente. — Nos preocupamos com você meu amor, e Arthur precisa de você e de seus cuidados.

Observei Katrina, que rolava um anel em seus dedos, parecia um pouco nervosa, e eu pude concluir, que ela também não queria ficar próximo a mim. Acho que assim como eu, Katrina só queria esquecer o que houve, e queria seguir seu caminho como deveria ser.

Katrina olhou em minha direção, com aqueles olhinhos tão brilhantes e graúdos.

— Tudo bem Renata, vou arrumar minhas malas, e já volto.

Eu continuei ali arrumando tudo, o chofer veio ao meu encontro, e levou todas as malas pro jatinho particular. Arthur já estava acordado, sentado na cama, enquanto Renata lhe vestia, e colocava seus sapatos.

— Estou pronta. — disse Katrina entrando no quarto.

A observei, estava linda, vestida em um vestido na cor vermelho, que deixava suas curvas perfeitas visíveis no vestido, uma fenda na perna esquerda, mostrava perfeitamente, aquelas pernas bem torneadas, seus lábios generosos estavam pintados de batom pêssego. Por um momento, eu desejei tirar aquele batom de seus lábios, só com um belo beijo, como aquele que demos horas atrás.

Se Katrina não se vestisse assim, com roupas tão provocativas, eu mesmo pensaria que ela estava se vestindo assim somente para me provocar, e acabar de uma vez com a pouca sanidade que me restava.

— Katina... Katina.... — O choro de Arthur me fez voltar para o mundo real, de onde eu não deveria ter saído.

Katrina passa por mim, o perfume feminino invade minha narina, me fazendo lembrar do momento épico que tivemos.

— Oi meu pequeno campeão. — disse carinhosamente a Arthur, aninhando-o em seu colo.

— Vamos logo, já estamos bem atrasados. — convidei eles.

Assim que chegamos do lado de fora, Katrina entrou logo no jatinho com Arthur em seus braços, escolheu um poltrona próximo a janela e sentou-se, ajeitando Arthur em suas pernas, enquanto o distraía com um brinquedo qualquer. Eu escolhi uma poltrona ao lado da dela, o jatinho não demorou muito a sair, já estávamos sobrevoando de volta para a França.

Desde que saímos da mansão, Katrina não me dirigiu uma palavra, e nem eu a ela, mesmo que a vontade fosse muita, mas não cai na tentação.

— Quelo ir para o chão Katina. — disse Arthur, esperneando no colo de Katrina, a mulher o segura firme no lugar, enquanto conversa com ele cautelosamente.

— Você não pode brincar aqui Arthur, espere para que cheguemos na casa de seu tio, e aí sim, eu solto você. — falou me olhando, e em segundos Arthur aquietou-se, voltando a brincar com seu brinquedo, seus olhinhos inocentes me olham, e depois ele dá atenção ao seu brinquedo."

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