Larissa
Quando consegui dormir naquela noite, já era outro dia e clareava e um idiota batia na porta, me fazendo sentir uma marreta batendo em minha cabeça. Sem abrir os olhos, respondi:
— O que é?
— Vai dormir o dia inteiro, é? Levanta!
Era o idiota do Karl. Não bastasse ter perturbado minha noite de sono, ainda veio me acordar logo depois de eu conseguir dormir.
— IDIOTA!
— Anda logo, Lari, vamos começar a reunião!
SOC!
— Eu não falei pra você parar de perturbar minha filha!
— Eu só estava cumprindo a ordem do meu pai, que mandou chamar todos para a reunião. — deve estar esfregando o rosto, o soco do meu pai é forte.
— Você sabe muito bem que a menina não dormiu bem a noite, por sua causa, custava ter respeitado o sono dela.
— Tem pai que é cego…
SOC!
— Me respeite, rapaz, não sou teu amiguinho.
— O que está acontecendo aqui? — é a voz do chefe.
— Nada não pai…
— Então, o fato de você estar assediando e perturbando minha filha, não é nada? Estou segurando minha filha, Rubem, mas se algo acontecer a ela essa noite por que esse estupido não deixou ela descansar, eu mato ele.
Nunca pensei que meu pai fosse me defender assim. Ouvi seus passos saindo e Rubem falando:
— Já te disse para deixar Larissa em paz, o que se passa nessa sua cabeça?
— Eu gosto dela, pai. Ela foi beijada por um cara na boate e apareceu com uma mordida no pescoço.
— E daí, quem ela beija ou a deixa morder, é problema dela. Põe a cabeça no lugar, rapaz. Agora vamos.
Essa foi no olho.
Corri e me arrumei correndo, passei na cozinha e peguei uma caneca de café e um sanduíche de presunto. Cheguei na reunião, comendo e estava começando. Senti o olhar de todos sobre mim.
— O que foi, gente?
— Sua cara tá horrível, Lari. — disse uma das mulheres e olhei direto para o Karl.
Ele virou a cara, que cretino. Olhei para o meu pai e percebi sua preocupação. Sorri, querendo dizer que estava tudo bem, mas não adiantou. O chefe continuou a reunião e mostrou onde colocariam as armadilhas durante a tarde e atacaremos à noite. Fixei bem os locais no mapa, para não esquecer.
Sou a melhor do grupo em ler mapas e identificar lugares. A equipe confia em mim, talvez por esse motivo, ao terminar a reunião, ele me mandou ir dormir e eu obedeci, fielmente. Dormi assim que deitei a cabeça no travesseiro e sonhei:
" Estou correndo na floresta, atrás de um animal muito grande, parecia um gorila. Acertei uma flecha em seu flanco esquerdo, mas ele quebrou a flecha e a arrancou ainda correndo, me apoiei em uma árvore, foquei e atirei, acertei o ombro direito e ele parou, não tirou a flecha, se virou para mim e não é um gorila, é um lobisomem. O susto me paralisou, dando a ele, tempo de pular sobre mim."
Acordei assustada e percebi que dormi durante o restante da manhã. Fui ao banheiro, me aliviei e joguei água no rosto, despertando do sonho, não, do pesadelo. Talvez seja por causa do assunto do primeiro dia, sobre lobisomens. Saí do quarto e encontrei meu pai na cozinha.
— Oi, pai, o que faz aqui?
— Protegendo a sua comida, senta que vou pôr no microondas.
Sentei e logo ele colocou a montanha na minha frente. Eu sorri, pois sei que como igual a um trabalhador braçal. Comecei a comer, tentando ir devagar, mas a fome é grande.
— Coma tranquila, os outros já saíram para colocar as armadilhas.
— Não queria atrapalhar, pai.
— Rubem sabe que o culpado por você estar assim, é o filho dele.
— As vezes penso que Karl é pancada da cabeça. Será que eu nunca vou ter sossego com ele?
Continuei comendo, gulosamente.
— É por isso que estou pensando em nos separarmos da equipe. Tenho uma proposta de um zoológico e podemos até morar lá, se quisermos.
— Tipo um guarda florestal?
— Sim. É particular e os animais ficam soltos. Só os mais perigosos são cercados.
— Que legal, vou gostar disso
Karl
Enquanto pai e filha conversavam, despreocupados, cheguei e ouvi a conversa atrás da parede da sala de jantar, fiquei preocupado com o que ouvi. Inventei uma desculpa para voltar para casa e ver se Lari estava bem e peguei-os nessa conversa doida.
Me afastei sem que notassem, peguei qualquer coisa e voltei para a floresta. Não contei para meu pai, mas essa noite daria um jeito de impedir essa ida dos dois para longe. Lari é minha, só minha. Desde que ela era uma garotinha, que eu gosto dela. Protegi e ensinei-a a se defender.
Quando entrou na adolescência, ajudei nos estudos e comecei seu treinamento para caçar e quando chegou a idade de namorar, fui eu quem dei o seu primeiro beijo. Não vou deixar outro ficar com ela. Esta noite, vigiarei seus passos para protegê-la e quebrarei seu pai, se for necessário.
Não me juntei aos outros, novamente, peguei as armadilhas que cabiam a mim e montei, nem percebi se estavam no lugar certo, de tão cheia que estava a minha cabeça, terminei e voltei para casa, tomei um banho e deitei na rede da varanda, esperando a hora de dar o bote.
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Atualizado até capítulo 61
Comments
Elenita Ferreira
Ele nem percebeu onde colocou as armadilhas,🙄🙄😲😲 só falta o pai dela cair numa delas 😡😡🤔🤔🤔😕
2025-03-15
1
Expedita Oliveira
Eita, agora o 🪲🪲🪲🪲🪲🪲🪲🪲🪲🪲🪲🪲🪲🪲🪲🪲🪲🪲🪲🪲🪲🪲🪲pega e a 🐍🐍🐍🐍🐍🐍🐍🐍🐍🐍🐍🐍🐍🐍🐍🚬🚬🚬🚬🚬🚬🚬🚬🚬
2025-04-15
0
Suzana Araujo da silva pereira
sera que ele vai matar o pai dela
2025-01-29
2