Frederico
A lua está linda, redonda e subindo ao céu. A festa já começou e quando a lua chegar no topo acima da clareira, as crianças já terão sido levadas e os guardas estarão vigiando as fronteiras, com ordens para matar. Então iniciará a transformação.
Mas Almir tem suas dúvidas sobre o ataque e não quer matança.
— Eu também não quero matança, mas não podemos deixar que eles saiam falando por aí, sobre nossa existência.
— É um dia tão especial para nós e aquele Alfa de merda quer estragar tudo. Devíamos ir até lá e pegar as fêmeas dele.
— Pare de falar besteira, ele está iniciando uma guerra contra nós, todo cuidado é pouco. Vamos comer.
Fomos até os espetos de carne assando, cortamos lascas e comemos com fartura. As fêmeas se exibiam dançando ao redor da fogueira, enquanto os músicos tocavam. Almir foi dançar com elas e me chamou, mas não quis ir. Tina apareceu, com um vestido longo, de corpete e dançando sensualmente, como uma cigana, se mostrando para mim, mas me virei e saí dali.
Andei pelo meio da floresta, seguindo a trilha da cachoeira, subi até o Início da queda d'água e fiquei observando a lua subir. Até que senti o cheiro de Tina.
— Nem se aproxime, vá embora, Tina.
Ela se apresentou em minha frente.
— Eu só vou me afastar se você me disser que encontrou sua companheira.
— Encontrei minha companheira, satisfeita?
— É mentira, tá falando só pra me afastar.
— E não é o suficiente? Não percebe que está fazendo um papel baixo e traindo seu verdadeiro companheiro?
— Eu sempre achei que seria sua Luna.
— Pois achou errado, a minha Luna é bem diferente de você, e educada e guerreira, doce e pura, não fica se jogando nos machos como você e se a lua me agraciar, hoje ela vem até mim.
Ouvi o uivo do meu irmão, me alertando que já era o momento e esta praga está me atrapalhando.
— Se você fosse minha luna mesmo, não me atrapalharia em meu serviço e sim, me ajudaria, mostrando que a hora chegou e a lua já está alta. Saia do meu caminho, não vou avisar novamente.
Olhei para a lua e uivei alto, deixando meu lobisomem sair, quando terminei minha transformação, Tina não estava mais ali, mas a droga do cheiro dela, ficou. Fui para outro monte e fiquei observando o movimento de minha Alcateia. A visão lupina é muito boa e consigo ver a uma grande distância e é assim que capto movimentos estranhos a leste da floresta.
Uivo alto avisando e ouço vários outros, me respondendo, pulo de onde estou, me transformando em meu lobo e corro para onde vejo a figura do grande caçador, com quem falei. Vou direto nele e quando pulei para morder sua jugular, senti uma flecha passar por minha orelha e alguém gritar, avisando o caçador.
Mas era tarde, eu já estava arrancando a artéria de seu pescoço. Ele caiu e subi em seu peito, deixando meu rosto humano sombrear o do lobo:
— Eu avisei.
Seus olhos arregalaram e ele morreu, tendo como sua última visão, a minha face junto a do lobo. Em volta, ouvia os gritos e a distância, vi Karl, oculto atrás de uma árvore, de olho no pai de Lari. Fui andando pelas sombras e infelizmente não deu tempo de evitar a traição.
Karl lançou uma faca, no meio das costas de Dimas e o homem tombou. Corri para socorrê-lo, depois de ver Karl fugir. Ele sangrava muito. Voltei à forma humana, tirei a faca e lambi a ferida. Assim que fechou, virei ele de frente e vi que estava muito fraco e só havia uma solução para ele, então perguntei:
— Quer a vida ou a morte.
— Você! Vida, sempre a vida.
Então o mordi, liberando minha toxina licantrópica. Estava feito, com a lua cheia no alto, logo ele vai se transformará.
Uma brisa passou e senti o cheiro do sangue de minha companheira, alguma coisa estava errada, era muito sangue.
Larguei o corpo de Dimas no chão e deixei Wolf correr em direção ao cheiro e vi quando Almir mordeu a perna de Lari e tirou um pedaço, rosnei para que parasse, mas ela conseguiu atirar uma faca, que tirou de sua roupa, acertando o lado direito do ombro dele.
Notei que haviam várias facas espalhadas pelo corpo dele e ele se preparou para atacá-la na jugular, pulei, batendo na lateral de seu corpo e o derrubando longe. Me pus de pé rapidamente, na forma de meu imenso lobisomem e rugi como um leão:
— M I N H A A A A!
Todos a nossa volta ouviram e me virei para pegá-la, pois havia desfalecido e seu estado era muito grave, não resistiria, ajoelhei ao seu lado, peguei-a com cuidado em meu colo e uivei para a lua.
— Desculpe, irmão, eu não sabia…
— Claro que não sabia… ela não resistirá, está morrendo.
— Morda-a, pode haver uma chance.
— Não sei, já mordi um esta noite.
— Morda logo, anda! Se eu pudesse, já teria mordido. — disse ele irritado.
Olhei para ela, afastei a roupa de seu pescoço com um rasgão e senti o cheiro dela querendo sumir e o da morte se aproximando, então a mordi na junção do ombro com o pescoço e depois, mordi seu seio. Rasguei a perna de sua calça e mordi sua coxa. Passei meu "veneno" para ela e agora só restava esperar.
— Pegaram todos? — perguntei aos que estavam observando, parados.
— Não, um adulto e um casal, escaparam.
— Vão atrás, se o casal tiver filhos, tragam vivos todos eles, mas o adulto, matem. É um traidor de seu povo e virá atrás de minha companheira. Vão!
— E aquele homem, Alfa?
— Eu o mordi, leve pata o barracão. Almir, tire logo essas facas, tá gostando de ficar com elas?
— Não, mas elas estão impedindo do sangue escorrer.
— Peça a um dos homens para te ajudar, vou levar ela para o barracão, será uma longa noite.
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Atualizado até capítulo 61
Comments
Regiane Pimenta
Meu Deus do céu desse jeito ela vai morrer
2024-05-01
2
Maria Medeiros
isto sim uma história que vem com as fotos parabéns autora você é nota 100:;000000 mil. 🌼🌺💮🌸🍓💐🌼🌺💮🌸🍓💐🌼🌺💮🌸🍓💐🌷🌹🌷🌹🌷🌹🌷🌹🌷🌹🌷🌹🌷🌹🐺🐺🐺🐺🐺🐺🐺🐺🐺🐺🐺🐺
2024-05-01
0
Joselia Freitas
Que emocionante adorei parabéns 👏👏❤️💋🌹🌺💕🐺🐺
2024-04-20
0