Capítulo 16. Ele tem Dona

Frederico

Aquele moleque sem noção acabou com meu namoro e agora não dá pra continuar. Dei a mão pata Larissa, levei-a para nosso quarto e falei:

— Tenho que ir trabalhar, a boite abrw daqui a pouco, se arruma e vem comigo. — parei de frente para ela, segurando suas duas mãos, fazendo carinha de cachorro pidão e ela riu.

— Vou adorar ir contigo, bobo.

Ela se aproximou e me beijou, um beijo gostoso e eu adorei.

— Tô amando você assim, carinhosa como no começo. Vem, vamos tomar banho e nos arrumar.

— Tomar banho juntos? — ela arregalou us olhos que me assustou.

— Se você quiser, mas se não, tomo banho no banheiro do corredor.

— Acho que não temos intimidades para isso, ainda.

— Eu entendo, não se preocupe, não me incomodo em nada. Tome seu banho tranquila. Ah! Mandei deixarem vários biscoitos, salgadinhos e barrinhas para você, que estão em um cesto, no quarto.

— Nossa, você cuidou de tudo, obrigado.

— Seu pai me contou sobre a sua necessidade e cabe a mim, como seu companheiro, cuidar bem de você.

— Obrigada.

Deixei ela se arrumando no banheiro do quarto e fui tomar banho no do corredor, acabei esbarrando com Dimas e Kate saindo do quarto e contei a eles que iria para a boate e todos poderiam ir também.

— Como está a cabeça de minha filha?

— Depois que vocês saíram, ela se aquietou e nós namoramos um pouco. Me parece que ela está aceitando bem melhor ou está anulando tudo aquilo da cabeça dela e me vendo somente como Frederico namorado.

— Melhor assim, com o tempo terá que se acostumar, não tem como mudar a realidade. — disse Dimas.

— Então, vou me arrumar melhor, você avisa os outros. — disse Kate ao Dimas e eu fui para o banheiro.

Tomei um bom banho e deixei a água cair sobre a minha cabeça, para lavar até os meus pensamentos. Sei que terei que ter paciência com Minha fêmea, mas ela me deixa louco e meu lobo está doido para acasalar novamente. Terminei o banho, vesti o roupão atoalhado e saí do banheiro, ainda secando os cabelos com uma toalha.

Esbarrei em alguém e quando olhei a pessoa, fiquei aborrecido novamente.

— Ai, Tina, o que você está fazendo aqui? Já não te disse para ir embora.

— Vim te dar uma última chance.

— Será possível? Você não consegue compreender, que agora eu tenho uma companheira e que eu sempre disse que não havia nada entre nós?

— Eu não compreendo isso, pois sempre me dediquei para cuidar da alcateia e mostrar para você que posso ser sua Luna.

— Você vai compreender quando encontrar o seu companheiro e este não sou eu.

— Então, depois não se arrependa.

— Cuidado com o que fala, Tina. Você não está lidando com um moleque, você está falando com o seu Alfa e se você aprontar alguma coisa contra mim e minha Luna ou contra a Alcateia, você se arrependerá amargamente. 

Ela saiu marchando firme, bufando e rosnando. Fiquei imaginando o que é que se passava naquela cabeça, pois ela parecia tomada pela fúria e umaulher assim, podia fazer loucuras. Tratei de entrar rapidamente no quarto, antes que pudesse encontrar com outra pessoa e fui direto para o closet me arrumar.

Encontrei Larissa se vestindo e a imagem dela só de calcinha e sutiã, fez meu amiguinho subir rapidamente. Me virei e saí, esperando que ela terminasse, antes que eu cometesse uma loucura. Sinto que não lavará para esperar por muito tempo, terei que conversar com ela.

— Desculpe, pode ir se vestir. — ela entrou no quarto falando e de repente parou e ficou me olhando.

— O que foi?

— Você está tão lindo, seus cabelos molhados e desgrenhados, dão vontade de enfiar os dedos e ajeitar.

Essa fala dela me tirou do sério e precisei me apertar na toalha.

— Assim você me mata, meu amor. Estou louco por você e preciso me controlar, pois precisamos sair para boite. Vou me arrumar rapidinho, desce e fica lá com seu pai e Kate que já estão esperando.

— Está bem.

Senti que ela parecia meio tristinha com a minha resposta, mas não posso, realmente, tocar nela agora ou perderei o controle. Fui para o closet e peguei a minha roupa preta preferida, sempre me visto assim para ir ao clube, pois o nome dele é black então o dono tem que estar Black.

Desci todo arrumado e encontrei a galera toda lá esperando, havia o casal que tem dois filhos que ficariam dormindo em casa, Joel, Dimas e Kate, e claro que tinha a minha linda Luna, que estava vestida para matar e só agora eu percebi. Me aproximei dela e disse em seu ouvido:

— Você está linda e me dará trabalho afastar os garanhões de você.

— Acho que eu é que terei trabalho em afastar as lobas de você.

Eu sorri satisfeito, pela menção dela às lobas, o que parecia denotar a aceitação dela sobre nosso modo de vida.

Nos dividimos nos carros que eu tenho e o que veio deles e seguimos para a estrada. Meus lobos estavam vigiando cal então eu não estava preocupado com uma possível aparição dele na boate. Me informaram que tudo indicava que ele estava dormindo, já que tinha passado o dia inteiro e parte da noite anterior dentro da floresta.

Chegamos na boate e logo entrei e falei com os funcionários estava tudo organizado como sempre e já haviam vários jovens bebendo e dançando. Duas delas se aproximaram e seguraram em meu braço, se oferecendo. Ouvi um rosnado e não acreditei que pudesse ser de Larissa, mas era. 

— Larguem ele, agora! — disse Larissa, quase rosnando para as mulheres.

Percebi que era sua loba, bem na superfície e quase se mostrando.

— Por quê? Nós chegamos primeiro. — falou uma das jovens humanas, sem se dar conta do perigo.

Para evitar um confronto e que a coisa ficasse séria tirei a mão delas de mim e avisei:

— Não me toquem mais, agora eu tenho dona e é esta mulher brava aqui.

Abracei Larissa pelos ombros e apresentei para as meninas, em voz alta, para que todos ouvissem. Os lobisomens que frequentavam o local, entenderam que ela era a minha Luna e apesar de não estar marcada e eles saberem disso, não tinham o direito de tocá-la.

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