Almir
Desde a transformação dessa doidinha, que não saí de seu lado. Ela sofreu muito, é novinha, embora nossa maioridade seja 16 anos. Para mim, ela é só uma menina, que vi crescer pegando no meu pé. Assim que começou a andar e correr, só chegava perto de mim, para me socar e chutar.
Ela foi crescendo, entendendo melhor as coisas, mas não mudou. Não podia me ver com uma fêmea, que fazia um escândalo, chingava a fêmea de vadia e a mim de idiota, otário e convencido. A mãe dela ou o pai, não conseguiam controlá-la, por isso, era eu que sofria.
Agora, descobri o por quê de tanta encrenca, somos companheiros e destinados a viver juntos, formar nossa família e ajudar a cuidar da Alcateia, o que ela sentia era ciúme. Sua transformação foi difícil, não entendi por quê ela não parava de chorar. O dia chegou e ela estava tão desgastada, que desmaiou e levei-a para minha cabana na floresta, próxima a casa de Fred.
Dormiu o dia todo e quando acordou e viu onde estava, se levantou e pulou pela janela, correndo pela floresta, se transformou rosnando de dor e continuou correndo, meu lobo não resistiu a caçada e quando a alcançou, a prendeu com sua mordida e consumou o acasalamento.
Ele se manteve sobre ela, copulando até dominá-la. Tentei contê-lo, mas não consegui e já era manhã, quando ele a soltou e voltamos a forma humana. Peguei-a no colo e levei-a à cachoeira, banhando-a na margem da queda d'água. Peguei-a no colo novamente e voltei andando, mas era muito distante, então uivei, pedindo ajuda e logo dois lobos da guarda, apareceram.
Não tive ciúmes ou escrúpulos, coloquei-a sobre um deles, atravessada, pois estou exausto e me transformei novamente, correndo ao lado do lobo que a levava. Chegamos à cabana, agradeci e levei-a para dentro, deitei-a na cama e me deitei ao seu lado, dormindo.
Quando acordei, lembrei que tinha que trabalhar. Ela também acordou, preparei algo para comermos e quando ela sentou-se à mesa, coloquei um prato com um bom bife para ela, perguntando:
— Preciso ir para a boate, trabalhar, você consegue ficar sozinha?
— Será melhor do que ficar com você.
— O que é agora, Ester? Não chega de implicar? Fez isso durante sua vida inteira e agora que somos companheiros, vai continuar?
— Você deixou seu lobo fazer aquilo com minha loba.
— Você conhece nossos costumes e sabe que correr é provocar o lobo, então, por quê correu?
— Não queria ficar perto de você.
Vi que ela sequer olhava para mim, mantinha a cabeça baixa, com os cabelos cobrindo a lateral do rosto. Sentei-me à sua frente e tentei conversar.
— Ester, o que você quer, por quê tem tanta raiva de mim?
— Você nunca me tratou bem, sempre me desprezou, vai me querer agora, só por obrigação e assim, eu não quero.
— Olha só, eu tenho que trabalhar. Te peço que nos dê um tempo, eu prometo que voltarei e conversaremos. Não fuja mais, por favor.
— Está bem, eu espero, mesmo porque, a minha loba foi marcada e não podemos desfazer isso.
— Fique à vontade, a casa é sua também.
Me levantei e saí, deixando ela comendo. Dirigi até a boate, entrei e a primeira coisa que fiz, foi tomar várias doses de whisky, pois quase não afetam os lobisomens.
— Boa noite, Almir. Dia difícil? — perguntou o barman.
— Desde a lua cheia, pra ser exato.
— Disseram que encontrou sua companheira, verdade?
— Sim, mas não foi a maior felicidade de minha vida.
— Ela te rejeitou?
— Desde que nasceu. Minha companheira é a Ester.
— Aquela menininha arteira? Mas ela se tornou uma linda jovem.
— O temperamento dela acaba com a beleza. Mas meu lobo pegou a loba dela e a marcou.
— Espero que você supere esse primeiro momento. Assim que ela se acalmar, vocês ficarão bem, é a força do laço, ela unirá vocês.
— Assim espero, é o que sempre quis, encontrar minha companheira, formar minha família e crescer como uma Alcateia.
— Você conseguirá, vai ver.
— Só não entendo, por quê ela me destratou desde nova, como se me reconhecesse, sendo que só reconhecemos nosso companheiro quando nos transformamos, ela ainda não exalava seu cheiro?
— Isso aí você terá que perguntar pro seu irmão, pois se você não sabe, o que saberei eu?
— Tudo bem, tá na hora, podem abrir.
Fui para o escritório e verifiquei o que houve no dia anterior, pelo visto, tivemos visitas indesejadas, preciso ficar de olho hoje, também, vai que voltam.
Lá pela metade da madrugada, vi Tina se exibindo no poli dance e um homem a observando, ele chegou junto e ela se derreteu toda. Dançaram e beberam juntos no restante da noite, saindo quase ao amanhecer. Gravei bem a imagem, para Frederico ver, pois aquele rosto não me era estranho, mas um outro trio, sim.
Saí do escritório e senti o cheiro dos indivíduos, caçadores. Parece que nosso titio não perdeu tempo, agora viriam com mais sede ainda. Não dá mais para continuar só esperando, precisamos partir para o ataque, de repente, fazer uma visitinha para o meu tio e do jeito que ele é um medroso, deve estar cercado de homens armados, com munição de prata, como um idiota. Bala de prata não mata lobisomem, só enfraquece.
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Atualizado até capítulo 61
Comments
Maria Medeiros
nossa tomara que eles não sequestra ela. porque todos os livros que eu leio sempre tem sequestro tomara que o Fred ganhei está luta e não aconteça nada com eles 💮🌼🌺🌸💮🌼🌸🌼🌺🌸🌼🌸🌺🌼🌸🌼🌺🌸🌼🌺🌸💮🌼🌸🌼🌺🌸💮🌼🌸🌼🌺💮🌼🌸🌼🌸🌺🌸💮🌺🌼
2024-05-01
1
Andressa Silva
😉😉😉😉
2024-03-13
4
Joyce Alves
está súper interesante estoy amando y ahora me encuentro emocionada 😊😊😍
2024-02-05
3