Capítulo 10. A Loba

Larissa

Ai, que dor terrível é essa  por que não morro logo? Ou será que morri? Grito outra vez e sinto que é pior, a dor é maior, então fico quieta e ouço o barulho que meus ossos fazem ao se quebrar e doem, como doi!

— Eu só posso estar no inferno e o diabo logo vai aparecer… aaaaaiiiiii

— O que ela está murmurando, Kate?

— Acho que ela acha que está no inferno, aquele lugar que os humanos acham que vão, quando morrem.

— Tadinha, pensa que morreu. 

Sinto alguém me tocar com delicadeza no braço e me chamar, tento abrir os olhos, mas so consigo ver por uma fresta e o que vejo me apavora e consigo pular da cama e me colocar, de qualquer maneira  no canto da parede,mas as dores continuam e me sinto maior e desajeitada, mas com medo do diabo.

— SAI! Sai diabo, se afaste…. Aaaaiiiii

O que é isso que está acontecendo comigo.

— Calma, já vai passar, quanto mais você lutar contra, mais demora e dói.

— S A A A ! Demônio dos infernos Áááááááhhhhh

— O que está acontecendo com ela, Kate? Por quê demora e ela me chama de diabo?

— Não sei a demora, mas você esqueceu que está na forma de lobisomem e ela é humana?

— Oh, esqueci. Que estupido!

Não consegui ver mais nada, pois algo incrível aconteceu, as dores pararam e não tinha mais um corpi humano, era um animal de quatro patas, peludo e com focinho. Olhei para meus braços e eram pernas brancas. 

— " O que aconteceu comigo, o que sou eu, por quê virei um bicho? "

Minha voz não sai, ao invés disso, eu rosno. 

— Nossa, ela se transformou direto, é uma loba branca Alfa. Linda, minha fêmea. Oi, loba linda!

Ele está passando a mão pelo meu corpo de loba, é tão bom, não é mais o diabo, é o Frederico, de onde ele apareceu e por que disse que sou sua. 

" Porque nós somos, sua tonta "

" Hum? Quem tá falando? "

” Sou eu, a loba que ele chamou de linda. Ele também é lindo."

" Ai! Só me faltava essa."

— Ei, minha companheira, seu pai está aqui, quer, vê-lo? Fique de pé e vê se consegue andar.

Desci, eu não, a loba e ficamos de pé, ele seguiu na frente e vi que estávamos em um grande galpão, e haviam outros, não sei o que são, parecem lobisomens, mas isso não existe, ou existe?

— Olha aqui sua filha, Dimas, passou direto e completou a transformação, é uma linda loba branca.

— Filha, é você aí? 

Eu gani como um cachorrinho, minha loba…

— " Ahhhh, não quero ser loba, quero ser humana!"

Doeu tudo novamente, mas fou menos e mais rápido, voltei ao corpo humanos, só que totalmente nua.

— Ááááááá!!!

— Mas que coisa  pare de gritar, Lari. — pediu seu pai, que tinha ouvido todos os seus gritos.

Frederico e todos ali, estavam nus e ela se encolheu, agachada no chão.

—áaa Eu morri, tô no inferno, por que estou neste lugar?

1á explicar.

— Explica, então.

— Eu e meu povo, somos sobrenaturais, nos transformamos em homens, lobos e a mistura dos dois, que é o lobisomem. Você foi atacada, estava morrendo e eu te transformei. Com uma mordida, passei meus hormônios para você e você se transformou em uma de nós. O mesmo aconteceu com o seu pai.

— Então, agora posso me transformar em lobo ou lobisomem? Como faço isso?

— É só pensar em como quer ser e será. Depende da sua vontade, só na lua cheia, é que não conseguimos controlar, a transformação é involuntária.

Eu entendi, mas está difícil de aceitar. Olhei para o meu pai, vi o imenso lobisomem em que ele se transformou e fiquei tem uma medrosa em viver desta forma. Avisaram que iríamos enfrentar essas criaturas, viemos a mata para caçá-los, agora que sou uma deles enviarão caçadores para caçarem a mim.

Olhei todo o barracão para ver se tinha alguma saída, mas não havia nada em que eu pudesse passar. A porta de entrada era dupla e estava fechada com corrente pesada e cadeado. Comecei a me desesperar por me ver em uma situação, que eu não podia controlar. 

Chorei.

Todos estavam e parecia natural, então me levantei e voltei para o local onde estava, deitei na cama com o rosto para a parede e fiquei quietinha. É muita coisa para processar e eu estou muito cansada, queria dormir para esquecer mas me sentia fraca.

— Lari, eu sou a enfermeira Kate, seu pai disse que precisa comer.

Sem parar de chorar, me virei para ela e vi que ela trazia um pote com algum alimento quente. Sentei na cama e ela me deu a cuia, era uma sopa de legumes, com muita carne. Aquele alimento simples, me deu bastante sustância e consegui deitar e dormir, no dia seguinte tentaria entender melhor ou quem sabe, tudo aquilo, não passava de um pesadelo.

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