Narrador:
Desde o surgimento dos lobisomens, eles vêm aprimorando seu desenvolvimento humano, por pura questão de sobrevivência. Muitas justificativas para o surgimento deles foram imaginadas, mas para os espécimes atuais, era uma prioridade manter as tradições e o segredo de sua existência. Por isso mantinham o barracão.
Só o Alfa, o mais forte da Alcateia, possue o gene que produz a proteína licantropa em quantidade suficiente e podem transformar um humano.
Eles levam para o barracão e prendem com correntes fortes e ferrolhos, todos os filhotes dos acasalados, quando chegam na idade de transformação e os educam a se comportarem como um ser racional.
É difícil Frederico transformar alguém, mas desta vez, foi uma emergência ou perderia sua companheira e o pai dela. Os dois foram levados para o local e lá, já haviam vários transformados, uivando e grunhindo, tentando se soltar e seus mentores o acalmando.
Cada lobisomem, em se tratando de relacionamento, prevalece o chamado do lobo, mais que do humano. Só têm uma fêmea com a qual combinam e procriam, formando sua família, que cresce e forma a Alcateia. A Alcateia de Frederico foi constituida a centenas de ano, por seu avô, o primeiro Alfa. Ele tinha um irmão, que um dia se separou e foi formar sua propria Alcateia.
Ambas cresceram, mas a Alcateia de seu tio avô, se adaptou a costumes humanos muito ruins, movidos por ganância e poder. Cairon é o neto do tio avô de Frederico e Almir. A ganância dos humanos corrompeu seus costumes lupinos e queria as terras da Alcateia de seus primos, para um grande empreendimento.
O único jeito de conseguir isso, é exterminando todos e requerendo as terras por herança. Mas ele não jogava limpo e contratou os caçadores, esquecendo da força dos lobisomens, já que sua Alcateia estava tão humanizada, que já não treinavam ou se transformavam mais.
A Alcateia de Cairon não respeitou as regras do acasalamento e se uniram aos humanos, recorrendo a medicamentos de fertilidade, procriaram seres bem mais fracos que sua natureza lupina.
Mas agora, estavam prestes a ver a diferença e talvez criassem um problema ainda maior para todos os espécimes, pois o segredo poderia vir à tona e na maioria das vezes, o ser humano não reconhecendo o que está a sua frente atira primeiro e pergunta depois.
Frederico
Cheguei ao barracão, no local mais profundo e escuro da floresta e fui ao local que pedi que reservassem para minha companheira. Deitei-a na cama rústica, forrada com palha e verifiquei seus ferimentos.
— Aqui a caixa de socorro. Como ela está? — perguntou Almir, de pé atrás de mim, que estou agachado ao lado dela.
— O sangramento parou, mas não está cicatrizando. E você, como está?
— Bem, quase todos os cortes fecharam.
Peguei a caixa, abri e peguei algodão e antisséptico. Iniciei a limpar as feridas causadas por Almir. Ela estava bem rasgada.
— Ela te deu uma surra, heim, irmão? Minha fêmea é uma guerreira.
— Sim, ela é braba, luta como uma verdadeira lobisomem.
— Só que é humana. Onde está Kate? — lembrei a ele e perguntei sobre a enfermeira.
— Está vindo, estava cuidando dos feridos. Mas por quê não contou a ninguém sobre ter encontrado sua companheira?
— Fala sério, Almir. Contar pra todo mundo que encontrei a minha companheira e que ela além de humana, é também uma caçadora.
— Podia ter contado pelo menos para mim, aí eu não teria atacado ela como ataquei.
— Agora, a culpa é minha por você quase ter matado ela?
— Já vi que hoje não dá pra conversar com você.
— Cheguei, Alfa. Me disseram que encontrou sua companheira e Almir quase a matou. É verdade?
— Vem ver você mesma.
Saí da frente e deixei ela passar para examinar Lari.
— Uau, Almir, que estrago. Como ela não morreu, ainda?
— Eu a mordi…
— Isso explica tudo. Mas mesmo assim, os ferimentos não estão curando ainda. Vou pô-la no soro, talvez ajude.
Ela inseriu o soro e injetou no soro, um fortificante com proteínas. Depois iniciou uma suturação nos cortes e enfaixou a perna. Isso levou muito tempo e os gritos das transformações, diminuiu e eu preciso ir até lá, dar as boas vindas aos novos lobisomens.
— Agora precisamos esperar. — disse Kate.
— Ótimo, vou ver os novatos.
— Vá, eu fico aqui com ela.
— Se a transformação começar, prenda ela, por favor, ela é minha companheira e você sabe o que isso significa.
— Sim, vá tranquilo.
Eu saí e fui até os novatos. Passei em frente os nichos que separavam cada um e tínhamos dois machos e uma fêmea. A fêmea estava inquieta e perguntei a ela:
— O que foi?
— MEU M E U
— Quem é o seu companheiro?
Ela farejou o ar e apontou na direção de onde estava Lari, mas lá estavam também kate e Almir.
— Macho ou fêmea?
— Macho
Não precisei nem chamar, pois Almir chegou farejando o ar e olhou para a lobisomem, que repetiu:
— MEU!
— Minha? Uma pirralha é minha companheira?
Ela olhou para ele com raiva e pude reconhecer quem era e prendi o riso. Aquela pestinha, perseguia Almir chutando sua canela, desde pequena.
— Então, Almir, é ou não é?
— É, tá bom, é MINHA sim. — falou, gritando com a menina.
Ela rosnou para ele e se virou, lhe dando as costas e se encolhendo no canto de seu nicho e ficou lá encolhida.
— Você vai cortar um dobrado com sua fêmea, ela é forte e temperamental e agora que você mostrou seu desagrado, se prepare…
Ouvi um grito medonho e fui ver o responsável pelo grito. Dimas iniciou sua transformação.
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Atualizado até capítulo 61
Comments
Regiane Pimenta
Tá escolhendo demais devia tá feliz isso sim
2024-05-01
3
Maria Medeiros
nossa que linda história só espero que ela não rejeite o Fred por ele ter transformado ela 🌼🌺💮🌸🍓💐🌷🌹🌼🌺💮🌸🍓💐🌷🌹🌼🌺💮🌸🍓💐🌷🌹🌼🌺💮🌸🍓💐🌷🌹🐺🐺🐺🐺🐺🐺🐺🐺🐺🐺🐺🐺🐺
2024-05-01
1
Joselia Freitas
Está maravilhoso parabéns autora 👏👏👏❤️💋🌹🌺💕
2024-04-20
0