Meu estado de inércia fora modificado, após meu corpo tomar uma decisão quase que em automático. Uma dúvida rondava em minha mente, a falta de contato com a TellStar fora muito estranha; então descido retornar sozinho a estação de rádio.
Foram várias tentativas frustradas, a corporação estava totalmente offline, o que me deixou ainda mais preocupado e pensativo, alguma coisa com certeza estava acontecendo, quer dizer, como é possível uma corporação inteira estar Offline? Tais dúvidas e medos prenderam minha atenção, me mantive focado em tais assuntos por muito tempo, sem perceber a presença de Gliatru se aproximando.
— Está se escondendo de mim? — Ele sussurra em meu ouvido.
— Merda! Que susto.
— Desculpa. Nós vamos fingir que não aconteceu nada? — Diz se agachando para me olhar.
— Não, agora não ta! Acho que aconteceu alguma coisa.
— Como assim, você está bem? — Seu semblante havia mudado
— Sim, não é comigo. Acho que aconteceu alguma coisa na terra, todas as redes de comunicação estão offline, até mesmo a rede de comunicação privada da TellStar.
— Isso é mesmo estranho, mas aposto que está tudo bem, eles vão responder, apenas de um tempo a eles — Gliatru comenta me abraçando.
— Não sei não, acho que temos que voltar — Suspirei pesado.
— O QUE? NÃO!
Por mais que eu o entendesse, e todos os átomos que compõem meu corpo implorassem o contrário, alguma coisa martelava em minha mente, um pensamento insistia em roubar minha atenção, como um — Aconteceu alguma coisa muito grave, volte imediatamente Igor! E com esse pensamento, me mantive sem ouvir mais uma palavra, do que o Gnoriano em minha frente dizia.
— EI, EI! — Ele grita chamando minha atenção.
— Desculpa, o que você disse?
— Você não pode ir, entendeu, eles vão responder, eles vão! Só não vá
Sua boca se movia, mas o som que saía, era incompreensível.
— Espera! O que? O que você disse?
— Só que vai dar tudo certo, não precisa ser tão drástico.
— Acho que está certo, vamos esperar mais um pouco. Mas você sabe que vamos ter que ir embora um dia não é?
— Não! Eu ignoro esse fato. — Sorri
— Sem graça — Sorrio de volta.
Seu sorriso meigo, fazia seus olhos brancos brilharem. Ele desliza sua mão direita sobre a minha, levantando logo em seguida, entrelaça nossas mãos, me puxando até seus braços, em um repentino abraço, caloroso e aconchegante.
— Obrigada! — Sussurro em seus braços.
— Tudo bem, só está preocupado com seu planeta, eu entendo!
Seus braços em volta do meu corpo, traziam a sensação mais incrível de que tudo estava bem. Sua respiração quente, suas mãos ásperas. Um misto de sensações que logo deu lugar a uma epifania. Uma ideia subitamente maluca passara pela minha cabeça.
— Preciso falar com o Gleorio. — Corro em direção a saída
— O que? Espera — Corre em minha direção.
— VEM LOGO!
Voltamos o mais rápido possível até o salão branco. Eu estava eufórico, não conseguia ficar parado, como eu não pensei nisso antes. Gleorio estava a atender um Gnoriano com ferimentos nas pernas.
— Calma! Vai ter um ataque. — Gliatru tentava me acalmar
— Não dá! Ansiedade. — Seus pedidos de calma só me faziam ficar mais ansioso.
Alguns minuto a depois e Gleorio finalmente estava livre.
— Gleorio! — chamo me aproximando dele.
— Ah! Vocês se resolveram?
— Você contou para ele? — Gliatru diz Bravo e envergonhado.
— Ele é seu irmão, e não é hora para isso. Eu tive uma ideia — ignoro o comentário anterior — Gleorio, o que você acharia, se existisse uma inteligência artificial auto consciente e superpoderosa, que ajudasse a lutar e vencer guerras?
— Isso seria incrível, você é muito inteligentes! Mas aonde você quer chegar com isso?
— Por ser quase "onipotente" a inteligência, saberia como salvar a vida, sem entrar em guerra!
— Claro! Podendo achar formas de acabar com certo ALGUÉM, sem termos que iniciar uma guerra, ou até mesmo matar ele — Gleorio diz a sorrir.
— Espera, espera, espera. Nós estamos falando do que mesmo? — Gliatru parecia confuso.
— Ta! mas como iremos fazer algo tão poderoso assim? — Gliatru fora ignorado.
— Eu to aqui sabia?
— Bom, hipoteticamente, nos podemos usar, a Lil, ela já está pronta. Podemos pegar os seus arquivos, e encontrar uma maneira de melhorá-la, para que ela fique superpoderosa, do jeito que queremos. Mas tem um porém, os arquivos dela, ficam em uma parte do banco de dados da TellStar, que eu não tenho acesso.
— Isso é horrível! Mas nós ainda vamos criar ela, não vamos? — Pergunta como se a sua alma implorasse por um sim.
— Com certeza! — Digo com um largo sorriso — Vamos tentar focar só na parte da preservação da vida, sim?
Gleorio sempre se animava quando o assunto era criar algo novo, e sem mais delongas, nós corremos, partimos para oficina de criação do Gnoriano.
— "Ah! podem ir sem mim, eu estou bem, obrigada por pergunta. Tchau! — Diz Gliatru sarcástico.
Tal lugar não ficava tão longe do salão branco, mas ainda sim, um tanto escondido. Parecia com um armazém industrial superdesenvolvido, preto e roxo, com uma mesa Grande em L, cobrindo duas paredes, um computador transparente, com três telas junta. Armários e ferramentas espalhadas por todos os lados, e apenas duas portas, uma de entrada e saída, e outra quase camuflada pelo ambiente, cuja fechadura era um scanner da palma da mão.
— O que tem ali? — Aponto para porta escondida.
— Nada! — Diz repentinamente — Nada mesmo, prometa-me que não vai chegar perto dessa porta?
— Ta bom! — Estranhei — Eu prometo.
— Confio em você!
Que merda! Como eu vou me concentrar agora?
— Eu tive uma ideia, podemos achar um jeito de invadimos a rede provada da TellStar, sem precisar do acesso.
— Tem certeza? Hakear a corporação onde trabalha, não vai-te dar problemas?
— Tudo bem, se eles não me respondem, eu roubo a assistente virtual deles — Ambos sorrimos
— Então ta bem.
— Espera! Como eu pude me esquecer disso! — Diz eufórico
— Do quê?
— Vivian! Só ela tem acesso a rede de dados privada da TellStar.
— Legal, e onde ela está?
— Vamos chamá-la!
Sair dessa sala, fora apenas uma desculpa para tirar aquela porta da minha cabeça, o que será que tem de tão importante ali? Subimos no Sag e fomos a procura de Vivian. Voamos em direção a floresta, com esperanças dela ter voltado ao lugar. Não demoro muio, e lá estavam eles, aproveitando a "folga" idiota deles, enquanto eu tinha que trabalhar.
— Vivian! Preciso de você urgente. — Comento me aproximando.
— Sim comandante, mas para que?
— Eu tive um plano, mas para executá-lo, preciso de acesso a rede de dados privada da TellStar.
— ACESSO À REDE PRIVADA? — Todos levantam as cabeças repentinamente como suricates.
— Sim, preciso dos arquivos da Lil — Respondi suavemente
— DOS ARQUIVOS DA LIL? — Falam em simultâneo.
— Que? Parem com isso! — Balanço a cabeça em negação — É, os arquivos, para hoje se for possível.
— O senhor está bem? Brigou com namorado de novo? — Vivian pergunta.
— AGORA! — Falo apontando para o Sag.
— Sim senhor! — Todos respondem.
— Não, só a Vivian.
Reclamações são ouvidas.
— Ah! Qual é comandante? Deixa a gente ver também — Emilly choraminga
— Não, vocês não queriam folga? Então, estão de folga.
Deixamos os dois choramingando pelos cantos, e voamos de volta ao apartamento da Vivian, onde ela pegou seu onitrans e seguimos para acessar a rede, na estação estação de rádio.
— Comandante o que pretende fazer?— Sua expressão parecia preocupada.
— Nada de mais — Sorrio para tentar confortá-la.
Graças ao fato de que a rede de dados privada tem sua conexão própria, e não funciona no mesmo servidor dos outros níveis, nós podemos ter acesso a ela, mesmo a corporação estando offline. E isso é incrível.
Trabalhar nos níveis privados da TellStar não é para qualquer um, por exemplo, eu trabalho no nível A, o mais básico, e só posso subir para os outros níveis acompanhado de alguém do mesmo. Já a parte privada, trabalham, os seguranças, a equipe de comunicação, desenvolvedores de software e a equipe que cuida da rede de dados. Só eles tem acesso a toda corporação, menos ao que nós chamamos de Olimpo, onde trabalham os chefões.
Rapidamente chegamos no local indicado, lá estavamos mais uma vez. E Vivian não perdeu tempo, fora logo conectando seu Onitrans.
— Lil, liberar acesso privado.
— Acessando rede. Por favor aproxime seu cartão de acesso ao escaner indicado na tela.
Acesso permitido
— Bem-vinda senhorita Scott.
Mais que depressa Vivian copiou todo a os arquivos correspondentes a Lil, que nao eram poucos, para o seu Onitrans. Devo confessar que acessar a rede privada sem permissão, é emocionante, pelo menos para mim, Vivian tem essa permissão.
Com tudo feito, aproveitamos para ver se havia alguma informação, do motivo pelo qual estão offline, e não havia nada, todos os dados importantes haviam sido deletados, como se tivessem saído as pressas e quisessem esconder algo. A cada minuto que passava, mais eu achava que deveríamos voltar.
— Isso é tão estranho — Ela comenta — Eles levaram tudo. Por quê?
— Isso é realmente muito estranho, acho que deveríamos volta.
— O QUE? — Ambos perguntam juntos.
— Mas comandante...
— Eu entendo que estão preocupados com o planeta de vocês, mas vocês não podem ir, agora não — Gleorio tenta.
— Vocês viram claramente, eles excluíram tudo, ninguém sabe que estamos aqui, a missão foi cancelada, e esqueceram de nos avisar.
— Acho que está certo comandando, chegou a hora de voltarmos — Vivian concorda finalmente
— Espera, espera, vamos conversar melhor sobre isso, tenho certeza que vamos achar uma solução. Vamos nos reunir e falar sobre, o que acham?
— Ta, tudo bem — Todos concordam.
Nós separamos para buscar a todos, a reunião que decidiria nosso destino logo começaria, eu estava em pânico, não quero deixar esse planeta, não quero deixar Gliatru, mas os sinais são claros, aconteceu alguma coisa na terra, e é nosso dever ir checar.
Parece que a missão Y acabou mais cedo que o esperado...
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Atualizado até capítulo 23
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