Apenas um desabafo

Andávamos em meio a escuridão, procurando o lugar perfeito para tirar amostras do solo.

— Comandante, será que os patos vieram de Gnoria? — John pergunta.

— Quer parar com isso.

— Só to descontraindo um pouco comandante — Sorria.

Assim que ele disse, me viro em sua direção e mostro meus dentes.

— Satisfeito? — Sorri.

— Agora estou! O senhor está sempre tão sério desde que... — Não completa a frase

— Tudo bem John, pode falar.

— Desde que seu pai morreu — Ele para e pensa. — O senhor só tem vinte e quatro anos, e sou eu que tenho que te chamar de senhor. Seu pai ficaria muito orgulhoso.

— Você acha mesmo? Acha que ele ficaria orgulhoso do que estamos fazendo agora?

— Com certeza! Eu não o conhecia, mas tenho certeza que sim.

— É! Ele era um ótimo pai! —Concordei.

— Porquê não me fala dele? Se o senhor quiser é claro.

— Ele era incrível — Todos me olhavam — Nos mudamos para Nova York, depois que minha mãe morreu, para "recomeçar", eu tinha dez anos na época, fomos para lá, porquê era onde ficava a sede da TellStar, e mesmo ele querendo ir a outro lugar, ele escolheu Nova York por mim; as coisas correram bem no começo, e por causa disso, ele quis viajar, e me deixou escolher para onde, como uma recompensa por temos conseguido recomeçar — Falo pegando uma foto da minha carteira

— Nós fomos ao Japão, e foram os melhores dias da minha vida. E durante o resto dos anos, tudo ficou bem, ele me ajudou muito, encontrou um bom emprego e pagou meu estudos, me ajudou a estudar também; tudo para que eu tivesse as mesmas chances de entrar na TellStar, que era meu emprego dos sonhos, que os outros candidatos. E quando eu mostrei meu ID e disse que tinha passado, ele ficou tão feliz, nós festejamos e comemos pizza aquela noite — Meus olhos lacrimejaram — Logo depois , ele ficou doente, tinha tonturas, e desmaiava com frequência, eu disse a ele pra ir ao hospital, eu disse — Falo chorando — Mas ele era orgulhosos de mais, e dizia que não era nada, e que não queria perder nenhum detalhe da minha vida. Mas não era verdade, ele mentiu para mim — Paro lempando minhas lágrimas — Já era tarde de mais...quando descobriram, o câncer cerebral já estava em estágio terminal — Caí em prantos — Ele morreu um mês depois... Ele mal me reconhecia... no velório... ninguém foi ao velório dele... porquê era uma cidade nova, não conhecíamos ninguém — John me abraça.

— Está tudo bem moleque! Bota para fora.

— Ele me deixou sozinho, naquela cidade estranha — Choro em seus braços — Já fazem dois anos, dois, e eu ainda não consigo entrar naquela casa... as coisas dele... elas ainda estão lá... estão lá. Eu não consigo entrar. Foi minha culpa, ninguém foi ao enterro dele, porquê ele estava sempre comigo, e não tinha tempo para se cuidar, ou fazer um amigo. Foi minha culpa...

— Não! Não foi sua culpa, seu pai ficava com você, porquê te amava, so por obrigação, ele fez tudo por você, e agora estaria muito orgulhoso. Ta tudo bem, tire isso da cabeça, não foi culpa sua.

— Tudo bem comandante, quando voltarmos a terra, se o senhor quiser, iremos com você, até sua casa — Emilly diz.

Essa era a primeira vez que eu falava de meu pai, desde que ele morreu, a dois anos atrás, tempos que agora são só lembranças, sentimentos que só o tempo levará. Meu pai e eu, assim como todos nós, somos apenas marionetes conduzidas pelo viu do destino, que nos leva como folhas ao vento onde ele desejar. E mesmo que meu coração arda na dor de não ter mais ele comigo, não havia tempo para isso, o destino havia virado a ampulheta, e nosso tempo, escorria como as areia, iniciando a contagem regressiva para o fim.

— Vamos, vamos começar de uma vez! — Falo secando minhas lágrimas.

Nos afastamos dos hexágonos apenas um pouco, Emilly que era a cientista começava seu trabalho, com seu Onitrans, ela verificava o solo, enquanto Vivian e John faziam a nossa segurança, e eu? Esse é o lado bom de ser comandante, você comanda, e além do mais, eu não sirvo para nada se você não tiver algo eletrônico para eu consertar.

Havia muito a ser feito, impedir a TellStar de encontrar este planeta, impedir os Mulionianos de acabarem com esse planeta, como eu havia dito antes, Gnoria estava na corda bamba, e graças a nós, estava mais do que nunca.

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