cap 20

Aqui estão as correções no texto:

Henry.

Depois que ela dorme, saio vagarosamente e começo a colocar o meu plano em ação. Vou entrar em contato com o pai dela pela segunda vez, vamos ver se chegamos a um acordo.

Vou às pressas para o meu escritório, pego meu celular e ligo para ele.

— Olá, Senhor Silva. Espero que dessa vez você não desligue o telefone na minha cara. Quero saber se você vai buscar sua filhinha ou não.

— Vou mandar rastrear seu telefone, pois sei que você está me passando um trote. Minha filha está em viagem de lua de mel com o marido dela.

Agora eu não entendi mais nada. Como assim ela está em lua de mel com o cara, sendo que ela está aqui?

Ou ele está com uma amante e fez ela imitar a voz da Bianca, fingindo ser ela, e ele acreditou.

Mas tenho as provas aqui comigo de quando a Bianca estava chegando aqui na minha casa.

Fiz questão de tirar várias fotos, tanto antes como agora, ela toda enfaixada. Caso isso ocorresse e ele dissesse que era mentira.

Quando digo a ele que vou mandar as fotos de como ela está agora, ele diz que não vai cair nessa conversa, que é tudo mentira, e que estou dizendo isso só para bagunçar sua mente.

Ou ele está desacreditando de mim, ou ele não está nem aí para a filha dele. Isso para mim não é tão bom, já que eu a quero a todo custo.

Mas se eu convencer a Bianca de que o pai dela está envolvido em tudo isso, ela mesma vai trazê-lo para mim. Isso será maravilhoso.

Fico um pouco no escritório até ouvir as meninas gritando com medo, anunciando uma múmia dentro da minha casa.

Posso até imaginar o que seja, e espero que eu esteja errado. A teimosia dela não pode ser tão grande a ponto de ela já estar perambulando pela casa.

E me deparo com ela parada, e as meninas gritando, apontando para ela, que está com uma cara assustada.

A cena é até cômica, engraçada de se ver.

Mando elas pararem de gritar e irem para a mesa. Me aproximo da múmia e, antes de levá-la de novo para o quarto hospitalar, ela já me pergunta se vai voltar para o exílio.

Não é exatamente esse tipo de hospitalidade que eu quero dar a ela. Então me viro e a levo para um dos quartos de hóspedes.

A cena estava romântica, mas então ela começa a fazer perguntas que ainda não quero responder. Eu quero que ela se recupere bem para que juntos possamos destruir todos aqueles que nos fizeram mal.

Depois de tantas perguntas dela, para não ficar irritado, eu saio do seu quarto e me deparo com as meninas, que já começam a me encher de perguntas também.

Arrgh, isso irrita. Parece que estou em um teste de questionário.

— Quem é ela, pai?

— É sua namorada, tio?

— Não, ela não é minha namorada. Ela é só uma moça que estou ajudando.

— E por que ela está no quarto de hóspedes?

Coço minha cabeça. Não gosto de mentir para Isadora, mas pelo visto não tenho escolha.

Digo a ela que a encontrei na rua, toda machucada e precisando de ajuda. Por isso ela está aqui, e no quarto de hóspedes porque é mais cômodo para ela.

Elas já me perguntaram quando ela vai embora.

Se depender de mim, nunca. Mas digo que assim que ela melhorar, irá para sua casa no Brasil.

E já nervoso com tantas perguntas, mais uma vez eu saio dali e vou para o meu escritório.

Uma mensagem chega ao meu celular, uma ameaça na verdade.

Nela diz que se eu não levar Bianca de volta para São Paulo em 24 horas, minha filha sofrerá as consequências.

Sorrio com essa mensagem, respondo curto e grosso.

"Venha"

Podem vir, bando de otários. Estou preparado para tudo, principalmente para uma inovação desse miserável.

Ele pode até entrar aqui, só não garanto que ele saia.

Chamo meus homens e mando dez para São Paulo. Quero que se dividam e comecem a seguir o pai, o marido, o cunhado e a amiga da Bianca.

Quero o passo a passo de todos eles. Quando ela estiver totalmente recuperada e pronta, possamos, juntos, acabar com esse ninho de cobras.

Eu sou paciente, sei esperar o momento certo. Só quero que eles sobrevivam até lá. A ordem é não tocar neles, mas, se possível, se infiltrar, fazer amizade e até trabalhar, se possível, na empresa.

Preciso deles por perto, e até de quantas vezes vão ao banheiro.

Resolvo que vou mudar a tática. Não quero mais que ele venha buscá-la. Vou unir minha vingança com a dela.

Tenho alguns amigos jornalistas que fariam qualquer coisa por uma foto única minha.

Então ligo para um deles e mando que venha até minha casa.

Uma hora depois, ele chega com a equipe, e eu começo a explicar meu plano. Ele diz que é arriscado e pode até custar o emprego dele.

— Não se preocupe com o emprego. Se surgir o efeito que eu quero, compro onde você trabalha e te dou de presente.

Ele se alegra e concorda com meu plano.

Entrego a ele todas as fotos que tenho de Bianca, exceto a que ela já está enfaixada. Quero causar uma grande comoção. Ou não, vamos ver quantas pessoas choram a morte dela.

Peço para ele publicar essa notícia de hoje para amanhã. Preciso de rapidez. Ele já me pede uma foto sorrindo. Meu sorriso ninguém tem em nenhuma revista.

Dou um sorriso leve, e ele pede um sorriso Colgate.

— Já está abusando. Isso é o máximo que terá. Agora vá, publique a morte da Bianca Silva.

Ele confirma com a cabeça, vai embora e eu aguardo o show começar.

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