Bianca
Eu balanço a cabeça enquanto ela diz que eu não estou aqui, e ela confirma, afirmando que não me viu.
Entramos no carro dela e vamos até uma lanchonete para tomar café.
Ela poderia ter me deixado entrar no apartamento dela, né?
Ela me pergunta o que aconteceu, e eu vou contando tudo. De vez em quando, o celular dela toca com uma mensagem, ela responde e diz que é uma cliente.
Estou até desconfiada disso de ser cliente, por que não revela logo o nome?
Depois de terminarmos o café, saímos da lanchonete e me deparo com o Heitor.
Nós olhamos um para o outro sem jeito.
— Bia, podemos conversar?
— Pra quê? Nossa conversa agora será apenas sobre o divórcio.
— Você poderia nos dar licença, Ingrid?
— Depois eu ligo para você, Bia.
Ela sai e me deixa sozinha com ele, mas ela continua olhando para nós dois até entrar em seu carro.
Eu o encaro, e ele segura minha mão, começando com uma série de desculpas que só aumentam minha raiva.
— Bia, por favor, me perdoa. Já entreguei os documentos para o cliente, não vou mais trabalhar com ele.
— Deixa de ser ingênuo. Ouvi tudo o que você disse. Você está me usando para chegar à presidência, mas se deu mal. Pode tentar me ameaçar como quiser, Heitor, mas você não vai conseguir a presidência da empresa do meu pai. O divórcio já está a caminho.
— Você entendeu tudo errado, Bianca...
— Não entendi, e espero que você fique bem longe de mim.
Eu o empurro e saio andando, estendendo a mão para um táxi que está passando, e vou para a empresa.
Me permito chorar dentro do táxi, não aguento essa situação. O taxista me oferece um lenço, e quando olho para ele, percebo que é o mesmo homem que tem me observado todo esse tempo.
— Isso não pode ser sério, certo?
— Claro que é sério. Estou sempre nos lugares onde você mais precisa de mim, querida.
— E como você sabe quando eu preciso?
Ele fica em silêncio, e começo a ficar ainda mais assustada com ele; ele parece quase um bruxo.
Ele começa a seguir um caminho que não conheço, e o medo toma conta de mim.
— Aonde você está me levando? — falo com a voz trêmula de medo.
— Calma, querida. Não vou fazer nada com você. Só quero te mostrar algo.
Ele estaciona em frente a um galpão enorme, sai do carro, dá a volta e abre a porta do meu lado, estendendo a mão para mim.
Eu hesito, mas apesar do medo, sinto que posso confiar nele.
Caminhamos por uma trilha até chegarmos a uma porta. Quando ele abre, dou alguns passos para trás, este é o lugar dos meus pesadelos.
Por que ele me trouxe aqui?
Olho para ele e saio correndo dali.
No meio do mato, acabo tropeçando numa poça, e quando tento me levantar, ele me ergue, me deixando de pé.
— Fique longe dele, por favor! Por que me trouxe para esse lugar? Como sabe disso?
— Eu te trouxe aqui para que você veja o que farão com você. É aqui que eles vão te levar e te transformar em outra pessoa, se você não tomar uma atitude rápida para evitar.
Esse cara deve estar louco.
Estou suja de lama, caminho até o carro e ele pede para eu esperar.
— Quero que saiba que estou sempre de olho em você. Sempre que precisar, vou te ajudar. Serei seu porto seguro, a única pessoa em quem poderá confiar, só em mim.
Ele realmente não parece estar bem...
— Eu não quero entrar lá dentro. Posso ir embora, por favor?
— Você pode fazer o que quiser, querida. Então, vamos.
Voltamos para o carro, ele entra e indica que eu me sente na frente, mas como é um táxi, vou atrás, porque esse sujeito já demonstrou que não é confiável.
Ele liga o carro e me leva de volta para a empresa. Antes de eu sair, ele me avisa.
— Não confie em todas as pessoas em quem acha que deve confiar. Nem todas retribuem da mesma forma a amizade que você oferece. Não se entregue totalmente assim, a decepção será menor.
— Pode me explicar o que você quer dizer? Às vezes você fala coisas que não entendo.
— No momento certo, você entenderá. Apenas tome cuidado com as pessoas, está bem?
Agradeço a ele, mesmo sem entender, e saio do carro, confusa com esse encontro.
Entro na empresa, e todos me encaram, como se eu estivesse mal vestida ou com algo no rosto.
Vou direto para a sala do meu pai, onde está o Heitor, meu pai e a Ingrid.
— Onde estava, Bianca? Acordei e você não estava na cama.
Olho para Ingrid, esperando que ela conte que eu estava fora da casa dela de madrugada, mas ela está concentrada em alguns papéis e não diz nada.
Depois de tudo o que aconteceu, fui até a casa da Ingrid, mas ela não atendeu a porta, e acabei dormindo na rua.
— Bianca, filha, isso não é coisa que uma mulher casada faça. Você poderia ter sido sequestrada, sabia?
— Fui ao responsável. E olha a hora que chega na empresa, você se diz a presidente, mas nem consegue chegar na hora certa.
— Responsabilidade? Você não tem responsabilidade com o seu casamento, qual moral tem para falar comigo sobre responsabilidade?
Ele fica quieto, e meu pai o encara, perguntando o que aconteceu.
— Traição, pai. Descobri porque o Heitor se casou comigo, e foi bom eu ter assumido a presidência antes de você passar para ele. O divórcio já está encaminhado.
— Bia, não haverá divórcio, e a presidência permanecerá com Heitor.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 101
Comments
Imaculada Nova Messias
confiável ou não bianca ele não falou e nem te mostrou mentiras e sim sua realidade futuramente 🤔 você resolve si acredita confia ou não é sua escolha 😞
2025-02-21
1
Imaculada Nova Messias
até o papai de bianca é um vendido 🤦🏽♀️ juiz de merda 😡 TUDO pela MORAL e os bons costumes 🤣🤣🤣🤣🤣 oia bianca o que o moço estranho te disse ?????🤔
2025-02-21
0
Imaculada Nova Messias
misericórdia bianca o que é esse homem seu anjo da Guarda ou coisa parecida ou já passou por situações semelhantes com essa Ingrid o Heitor o irmão ????? 😳🤔
2025-02-21
1