Bianca
Chego em casa e não olho para ninguém. As palavras daquele homem martelam na minha mente, como se ele ainda estivesse aqui falando comigo.
Tomo um banho e vou me deitar. Preciso esfriar a minha cabeça, preciso dormir, amanhã estará tudo bem.
Deve ser o nervosismo. Estou a dois dias do meu casamento e entrar um homem estranho que me olha de um jeito diferente me deixou assim.
Fecho os meus olhos e logo caio no sono.
— Vamos cortar a língua dela, vai ser melhor assim, sabia? Será uma coisa a menos para queimar dela.
Estou presa a esse sonho mais uma vez? Eu preciso acordar com urgência, sei que a Ingrid não faria isso comigo.
— Não, eu quero ouvi-la chorar, gritar, mandando a gente parar. Se você cortar a minha dela, ela pode morrer antes. E além do mais, não ouviremos a canção da dor. Agora se aquiete, estamos só esperando o sinal para terminar isso aqui.
Ela sobe em cima da cama e começa a pisar na minha mão. A dor que eu sinto é como se tudo isso fosse real, não parece um sonho, parece que eu realmente estou vivendo isso.
Ela aperta forte e seu salto atravessa a minha mão. Eu grito de dor.
— Pare com isso, Ingrid! Você é a minha melhor amiga, por que está fazendo isso comigo?
— Melhor amiga? Hahahahah, parece que a patricinha se esqueceu do que aconteceu antes de ela vir para cá. Não somos nem mesmo colegas, Bianca. E hoje será o seu fim, e tudo o que é seu será meu.
Ela fala com um sorriso maligno nos lábios e torce o salto, que ainda está cravado na minha mão, me fazendo gritar até ficar rouca.
Eu não sei quantas vezes eu ajudei a Ingrid na vida. Várias vezes, as meninas do colégio implicavam com ela, e eu a trouxe para o meu lado, para que ninguém nunca mais mexesse com ela. E como eu era a querida da escola, todos começaram a respeitá-la também.
No dia em que pegaram ela com um menino no banheiro da escola, fazendo uma sacanagem lá, tiraram várias fotos. Eu fiz todos recolherem tudo, juntamos tudo e queimamos no fundo da escola. Deixei claro que esse assunto não voltaria a se repetir, que estaria encerrado ali.
Não entendo, não consigo me lembrar do que aconteceu antes de chegar até aqui. E gostaria de saber para poder pedir desculpas a ela, se eu fiz alguma coisa.
Mas nem ela me fala, e nem eu lembro.
Ela se abaixa, olhando nos meus olhos com um olhar de fúria, de ódio. E eu sinto que fiz algo errado com ela.
Ela sorri e me dá um murro no meu nariz...
Acordo novamente em desespero.
Eu preciso conversar com ela, saber o que eu fiz para estar sonhando com essas coisas.
Depois da minha higiene, ligo para ela e marco de tomarmos café juntas. Ela confirma e marcamos na lanchonete aqui do centro de São Paulo mesmo.
Eu chego primeiro, depois de uns cinco minutos ela chega, com o pescoço marcado de uma chupada.
— Eita, que a noite foi boa, hein?
— Pior que foi, foi incrível, e acho que estou apaixonada.
— Quem é? Eu conheço?
— Claro que não, foi... Um homem de uma balada que eu conheci.
— Uau! Mas eu te chamei aqui para a gente conversar. Faz tempo que não fazemos isso assim, só nós duas.
Ela sorri e pega a xícara, colocando na boca. Começo a perguntar para ela o que ela acha da nossa amizade e ela responde que nunca encontrou uma amiga igual a mim. E que até mesmo morreria por mim se fosse preciso.
Vejo que esses sonhos então são tudo balela, coisa da minha cabeça mesmo.
Saímos de lá, indo direto para a empresa.
E todos aqui estão em festa. Meu pai acabou de receber a ligação. Foi promovido a juiz e ele está tão alegre.
Vou correndo ao encontro dele e o abraço, felicitando-o. Já a Ingrid, nem chega perto dele, mas dá os parabéns de longe.
Depois da comemoração, cada um vai para sua sala. Até porque o trabalho não dá pausa.
Pego um caso de uma mulher que se divorciou do marido e ele não quer pagar a pensão das crianças. Esse caso não é meu e sim da Ingrid.
Me levanto, indo até a sala dela. Quando eu abro a porta, o Heitor está lá.
Nem na minha sala ele foi me cumprimentar. Mas por que ele veio para cá?
— Oi, amor. Eu já ia passar lá para falar com você, só vim verificar um caso com a Ingrid que era urgente.
— Tudo bem. Ingrid, caiu na minha mesa um seu processo de divórcio.
Entrego para ela e ela sorri, pegando da minha mão.
Eu e o Heitor saímos da sala e vamos para a minha.
— Amanhã serei a sua esposa.
— Sim, amanhã rsrs.
Ele me beija, acariciando meu corpo por cima da roupa enquanto eu seguro em seu pescoço.
Ele me levanta, me colocando em cima da minha mesa, aproximando os nossos corpos.
Mas a porta se abre e a Ingrid entra.
— Desculpa, eu só queria dizer que parece que é o seu cliente Heitor, que está querendo dar o fora de pagar a pensão.
— Já conversei com o senhor Marrone, ele diz que só vai pagar a pensão depois do exame de DNA.
— Sim, mas na hora que ele estava com ela na cama, não pensou em DNA. Agora quer só para não pagar?
Heitor parece ficar irritado e fala para ela sair em um tom ríspido. Diz que conversarão com o cliente dele depois.
Ele sorri para mim e diz que amanhã me tornará a mulher dele para sempre. E ninguém poderá nos separar.
Tão fofo ele. Eu o amo tanto, mesmo que às vezes ele seja bom e mau ao mesmo tempo.
Não vejo minha vida sem ele. Ele é tudo que eu tenho de mais precioso na vida.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 101
Comments
Imaculada Nova Messias
pelo visto não si usa bater antes de entrar na sala de ninguém né bianca por ser uma empresa séria essa é uma regra essencial independente do grau de amizade ou parentesco 🤔😡
2025-02-21
2
Josi Gomes
ODEIO OUVIR ESSAS MULHERES, FALANDO QUE NÃO SABE VIVER SEM O HOMEM OU O HOMEM, NÃO SABE VIVER SEM A MULHER, QUE MENTIRA
2025-01-04
1
Imaculada Nova Messias
humm urgente é heitor 🤢 cafajeste era você o homem com a falsa fingida invejosa da Ingrid 🐍 tadinha da bianca 😤 tem que acordar
2025-02-21
0