cap 6

Bianca

Essa história dele está muito estranha, além do seu modo e comportamento estarem alterados, mostrando que está mentindo. Ele continua dizendo que é isso mesmo.

Para não prolongar a discussão, finjo concordar com ele... Por enquanto.

O táxi chega, e ele dá o endereço da nossa casa, mas eu falo que não, que quero conhecer esse cliente dele, e vou dizer umas boas verdades para ele aprender a não atrapalhar mais a lua de mel de ninguém.

— Você não vai, está louca? Vai me fazer perder o cliente com suas revoltas. Ele já é estressado, aí sim eu perco minha licença.

— Ao menos assim, você não ficará mais sendo escravo dele. Parece que você não tem vida própria, parece que ele que controla você.

Ele se irrita e diz que eu vou para casa, que não é para eu me meter nos assuntos dele, que ele sabe como resolver sozinho os problemas.

A discussão continua, agora dentro de um táxi, com o taxista como testemunha, que de vez em quando olha para mim pelo retrovisor.

— Você pode nos levar para casa, é lá que ela vai ficar, e não teime comigo, Bianca.

— Você também vai então, não me casei para ficar sozinha.

— Não ficará sozinha por uma vida, Bianca. Será somente por uma hora mais ou menos. Não vou demorar.

Ele fala, encerrando a discussão, e o taxista nos leva para casa.

Assim que chegamos, eu desço sem nem olhar para ele e entro na nossa nova casa sozinha, batendo a porta com força pela raiva.

Olho pela janela e vejo o táxi indo embora. Encosto-me na parede e deixo o meu corpo deslizar.

Abraço os meus joelhos e fico ali por um tempo... Um bom tempo, na verdade.

Olho para o relógio e já passou de uma hora, e nada de ele chegar.

Levanto-me e vou para o nosso quarto, sentando-me na cama com as costas apoiadas na cabeceira.

Passam duas, três horas, e nada.

Isso já está me deixando irritada. Pego meu celular e ligo para a Ingrid.

O telefone dela só chama e cai na caixa postal. Nem ela está do meu lado nesse momento.

Tento ligar mais duas vezes, mas ela não atende. Na última vez, percebo que ela desligou o celular.

Sinto-me sozinha agora. Não estava preparada para isso. Achei que o casamento era diferente. Éramos os dois juntinhos sempre.

Até porque moramos na mesma casa e trabalhamos no mesmo lugar. Era para haver companheirismo sempre entre nós dois.

Mas não, estou aqui nessa casa enorme, sem ninguém. Fico pensando se todos os dias serão assim. Até que escuto o barulho de um carro, olho pela janela e é um táxi, e ele sai.

Ajeito-me na cama, fingindo estar dormindo. Quero que ele tenha pelo menos a consciência pesada por me ter deixado tanto tempo sozinha.

Ele entra no quarto e vai direto para o banheiro. O som do chuveiro liga.

Levanto-me e começo a mexer nas coisas dele. Pego o celular, mas está com uma senha nova. Por quê?

Cheiro a roupa dele e tem um perfume adocicado. Ele está me traindo? Não, ele não pode fazer isso comigo.

Ele não me largou aqui sozinha para se divertir com outra.

Quero matá-lo. Algumas lágrimas começam a rolar dos meus olhos e a frustração bate forte no peito.

Sento-me na cama e espero ele sair. Precisamos conversar. Não gosto de deixar nada para depois. Ele terá que me explicar tudo isso.

Ele sai do banheiro e me olha assustado ao me ver acordada e com a sua camisa na mão.

— Eu te acordei? Desculpa, tentei não fazer nenhum barulho.

— Por que não me falou que o tal 'cliente' era uma 'cliente mulher'?

— Porque não é. De onde você tirou essa ideia maluca agora?

— A sua camiseta está com cheiro de perfume feminino, Heitor. Eu conheço o seu perfume. Pode me explicar?

Ele suspira forte e começa a se explicar.

— O perfume que está aí é da esposa do meu cliente. Ela me cumprimentou quando cheguei lá.

— Mas o perfume não está só em um lugar específico. Está praticamente na parte da frente da sua camisa toda. Não tente me fazer de boba, Heitor, porque eu não sou. Se você continuar com isso, vou querer o divórcio. Não nasci para ser traída.

— Você não está sendo, pelo amor de Deus. Nos casamos para a vida toda, Bianca. Não vou me divorciar de você.

— Não durará nem uma semana se você continuar com esse comportamento. Se começar a me trair, saiba que vou entrar no seu jogo, mesmo fugindo dos meus princípios. Te darei o troco em cada traição que você me der.

Ele se aproxima de mim e se agacha na minha frente.

— Eu juro, não estava te traindo. Não faria isso com você. A mulher dele me deu um abraço porque ela é bem receptiva. Mas depois ela saiu e ele e eu conversamos no escritório da casa dele. Isso é tudo.

—Tem certeza, Heitor? Não vou suportar e não vou perdoar uma traição. Acabo tudo com você sem olhar para trás.

— Tenho certeza absoluta, meu amor, Bia. Eu te amo, e você sabe disso. Não te trocaria por mulher nenhuma. Você é tudo para mim.

Parece que sofri à toa. Tirei conclusões precipitadas. Respiro fundo e tento voltar ao que era antes.

Sorrio para ele e ele retribui o sorriso. Ele se levanta e deita na cama, me puxando para deitar junto com ele.

Coloco as mãos sobre seu abdômen e ele me abraça, logo começando a dormir.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***