Bianca,
O que será que o Heitor tem contra o meu pai? Por que ele aceitou assim tão facilmente tudo isso?
São perguntas que eu não sei responder; são coisas que ainda estão embaralhadas, mas eu vou descobrir.
Aí vem a caninana da Ingrid, aquela desgraçada. Ela me drogou na boate, e com certeza o cara abusou de mim.
Poucas coisas vêm à minha cabeça daquela noite na boate, mas eu lembro de ver o rosto dele enquanto ele me estuprava.
Maldita!!!
Vou fazer de tudo para que ela seja a primeira da minha lista.
Só não entendo como, no sonho, eu fui parar na casa do Henry, sendo que na vida real ele não estava lá.
Preciso de um psicólogo, talvez ele consiga me ajudar com essas últimas coisas que minha cabeça não se lembra.
Vejo o dia amanhecendo, e eu já não aguento mais ficar nessa cama. Tento erguer meu corpo e consigo me sentar.
Coloco meus pés para fora da cama e mexo eles para cima e para baixo.
Não posso perder muito tempo aqui... Eu nem sei onde estou.
Meus pés tocam o chão, e sinto que estou fora da cama. É uma das melhores sensações, pois não sei há quanto tempo meu corpo está somente na horizontal.
Com um pouco de esforço, eu me levanto e, por conta das faixas que colocaram novamente no meu corpo, fico parecendo uma múmia.
Devagar, eu chego até a janela e, ao olhar para fora, só vejo matagal, nada que indique onde eu realmente estou.
Me apoiando na parede, vou caminhando até a porta e giro a maçaneta.
Estou em uma espécie de quarto nos fundos; vejo uma área de lazer enorme e o fundo da mansão.
Saio do quarto e vou caminhando até a porta dos fundos da casa.
Escuto alguém falando em sussurro e fico ali tentando entender do que falam, mas só escuto chiados, nada compreensível.
Abro a porta, e a Dulce me olha assustada.
— Menina, pelo amor de Deus, você é pior que uma adolescente em teimosias; tem que ficar de repouso.
— É ela? — a outra empregada diz, com um tom de deboche, doida para rir da minha cara.
Duas meninas entram na cozinha, e quando me veem, começam a gritar desesperadas.
— Ah, múmia! Ahhhhhh.
Eu me assusto com os gritos delas, e a Dulce tenta acalmá-las, mas elas não param de chamar pelo pai.
E ele já vem às pressas, e o pior de tudo é que eu não posso correr; só posso me entregar à minha hora da morte.
— PAREM DE GRITAR, MENINAS.
As duas olham para ele assustadas, e minhas pernas até tremem.
— O que está fazendo aqui, senhorita? Volte para o seu quarto agora mesmo.
— Não, eu preciso falar com você.
— Tudo bem, era só ter apertado o botão, que a Dulce ia lá; não precisava vir até aqui.
— Não vou poder fazer nada em cima daquela cama. Eu quero a... — olho para as meninas, são duas adolescentes de mais ou menos 12 ou 13 anos, e paro de falar.
Ele revira os olhos e manda as meninas irem para a mesa, e diz para a Dulce levar o lanche delas.
Ele vem até mim e para bem à minha frente.
— Vejo que você é teimosa, e eu estou começando a te igualar à minha filha.
Então é filha dele. Ele é casado... Como... Eu preciso sair daqui, isso me incomoda, mas não há nada que eu possa fazer.
Ele se abaixa e me pega no colo.
— Vai me levar de volta para o exílio?
Ele olha para mim assustado.
— Não, lá não é exílio; lá é uma ala hospitalar. Mas já que não se sente bem lá, vou te levar para um dos quartos de hóspedes.
Ele se vira e vai me levando mais para dentro da casa.
Passamos pelas meninas que ficam olhando a cena.
Ele é tão forte, a vontade é grande de alertá-lo em meus braços.
Ele me leva até um dos quartos e me deita na cama.
— Posso te perguntar uma coisa? — ele confirma com a cabeça — Onde nós estamos?
Arregalo os meus olhos quando ele diz que estamos na Bolívia. Pergunto para ele por que ele me trouxe para cá, mas ele não me responde. Diz que no momento certo, eu saberei de tudo, mas que eu não preciso me preocupar; que ele vai me capacitar, vai me ensinar e me treinar, para que eu me vingue de todo mal que me fizeram.
— Como sabe tanto sobre mim? Como sabia onde me encontrar? E por quê?
— Perguntas demais; quero que você descanse...
— Eu já estou descansada. Agora eu só preciso saber das coisas. Eu não confio em você, tá certo? Você me tirou daquele lugar, me ajudou com a reconstrução do meu corpo, mas eu preciso saber o porquê disso tudo.
Ele respira fundo e se levanta da cama.
— Por favor, me conta. Eu tenho esse direito.
— Eu sei que tem, mas ainda não é o momento. Logo a Dulce vai trazer uns alimentos para você se alimentar.
— Quero outra coisa. Preciso de um psicólogo para me ajudar com a questão das coisas que ainda estão atormentadas na minha cabeça.
Ele só balança a cabeça confirmando e diz que trará o melhor. Vira as costas e sai do quarto, me deixa sozinha ali.
Bom, pelo menos por enquanto, até a filha... Ou as filhas dele entrarem no quarto e começarem a me encher de perguntas.
Meu nome, de onde eu sou, de onde eu venho, quem são meus pais e várias perguntas que me fazem sentir que estou em uma entrevista de emprego.
Devagar, vou contando as coisas para elas. Claro, menos as da minha tortura. Descubro que a loirinha é filha do Henry, a outra é sua sobrinha.
Estava indo até bem, até que em certo momento ela vem me ameaçar.
— Só fica longe do meu pai. Posso te ter como amiga, mas não como minha mãe.
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Atualizado até capítulo 101
Comments
Imaculada Nova Messias
só não quero que seja ingrata e mal educada com o henry 😎 bianca 🤔 que só faz te ajudar é proteger si não fosse ele você ESTARIA morta picada e queimada pelo que aqueles filho do demo👿 falou então agradeça na hora certa vai saber de tudo bianca 🥰
2025-02-22
2
Imaculada Nova Messias
calma aí loirinha que ainda não chegou essa face mas quando chegar você vai amar ter a bianca como sua mamãe fica calma tá 🤭🤣🤣🤣🤣🤣🤣
2025-02-22
1
Patricia Leite Rodrigues
Eu acho que ela consegue prever o futuro e ficou vivendo sem conseguir saber se era real ou não
2025-02-18
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