O capitão da guarda e seus soldados caminhavam à frente. Eles estavam fazendo percurso de cerca de 15 metros até a entrada da cidade. O sangue de Anastasia corria gelado sobre seu corpo, sua cabeça pensando em inúmeras formas de evitar o fim. Porque esse seria o fim. Ela morreria. Anastasia gostaria de acreditar que tudo era de fato um sonho, e a garota simplesmente acordaria. Mas ela já havia passado do tempo de pensar que era um sonho, isso era mais real que o seu estranho gosto por comidas com frango.
— Eu não quero ir. Eu não tenho poderes, acreditem em mim, eu saberia disso. — Anastasia tentou um último apelo.
— Você não saberia. — Atlas respondeu com muita convicção.
Loiro idiota, ela queria empurra-lo para que ele se afogasse nas águas agitadas ao redor da ponte.
— Eu tenho certeza que saberia sobre algo relacionado ao meu corpo. — Seu tom saiu grosseiro, embora Anastasia não gostasse de ser grosseira com as pessoas, as vezes era difícil ignorar a estupidez deles.
— Poderes são difíceis de controlar, levam tempo e treino para desperta-los. E pela força da Psychi, ela exige muito mais do que os outros. É um poder dado pelos deuses, Anastasia. — James explicou.
— Mais uma prova de que eu não tenho essa coisa, os deuses nunca gostaram de mim. Eles estão sempre sabotando minha vida. — E isso não era mentira, o o fato de ela estar aqui já comprovava isso.
— Quando você conheceu Gustav, o que você sentiu? — Atlas perguntou.
Cecily lançou um olhar para os guardas que estavam alguns passos à frente, alheios a conversa, e então focou em Atlas seu olhar mal humorado.
— Conversamos sobre não citar o nome dele. — O tom da princesa era ranzinza.
— Ele nem estão ouvindo. — Atlas disse despreocupado.
— Senti uma aura escura. — Anastasia respondeu. — Havia uma sensação no ambiente de que ele era um homem mau e eu deveria correr. De alguma forma ele me lembrou o oceano, assim como James. Mas enquanto James parecia calmo como uma onda que sempre volta ao mesmo lugar, Gustav era inconstante e violento como o oceano inteiro durante uma tempestade.
Cecily murmurou algo que Anastasia não conseguiu ouvir.
— Isso não é apenas você sendo observadora, Anastasia. A Psychi permite que você se conecte com o mundo espiritual, devido a isso você é capaz de sentir a aura das pessoas, seu caráter. Uma habilidade muito útil — Atlas observou. — Pense um pouco mais, tenho certeza que você se lembrará de outros momentos que pode sentir a aura de uma pessoa, ou até mesmo lugar.
Anastasia parou para pensar, e ele estava certo. Na escola isso ocorria muito, um dos motivos da garota nunca ser boa em fazer amizades e odiar a escola. Era um lugar pesado, ela sentia o egoísmo, o medo, a vergonha, a tristeza, tudo. Anastasia nunca gostou de valentões porque a forma como eles faziam os atacados se sentir deixavam a garota doente, era um vazio tão profundo. Ela pensou que só não gostasse de conflitos.
Em casa, ela nunca sentiu nada em relação a mãe, era como uma tábua vazia, por isso seu relacionamento nunca foi bom, a garota sentia que nada era relevante o suficiente para ela. Já o pai era como a luz do sol, estar perto dele, conversar com ele, tudo isso a fazia se sentir aquecida, amada. Vendo que ela estava cavando seus pensamentos, Atlas lançou um olhar presunçoso de “Eu disse.” Novamente, Anastasia sentiu vontade de arremessa-lo no oceano.
— Isso ainda não prova nada. E mesmo se provasse, é esse o grande poder que os deuses me deram? No meio de pessoas que destroem almas alheias e controlam as sombras, o meu é prever o caráter das pessoas. Ta vendo? Eu disse que eles não gostam de mim, mesmo quando tentam ajudar não fazem muito.
Uma risada escapou de Atlas e James, e Anastasia virou o rosto em direção ao som da risada do último, como uma mariposa atraída pelo fogo. Era injusto que tudo no homem fosse atraente, até sua risada o fazia soar como um adônis grego.
Eles atravessaram a estrutura que formava a entrada da cidade, e olhando para cima a garota notou que havia sim um portão, ele só estava erguido, parecia algo bem óbvio e ela se sentia estupida por não pensar nisso desde o começo.
O grande palácio podia ser visto, no topo da cidade. Anastasia tinha certeza de que o castelo ser em uma colina alta apontando para o céu era uma tentativa de fazer parecer o Olimpo, o reino dos deuses gregos no céu. Bem, parecia tão bonito quanto o Olimpo daqui. E a cidade ao redor era tão bonita quanto. Várias construções elegantes, que agora Anastasia notou que havia arquitetura grega e não inglesa. As casas apontavam em diferentes níveis da cidade, com pequenos morros separando elas.
— Antigamente, costumava haver água em meio a esses espaços. — Cecily apontou para os morros. — Era uma ilha, uma cidade no oceano. Depois dos conflitos, toda a água secou, e agora só existe água ao redor da cidade. — Havia amargura na voz de Cecily.
Eles subiram em uma carruagem porque uma princesa não podia simplesmente andar a pé pela cidade, palavras do chefe da guarda real, e a beleza de tudo isso quase fez com que Anastasia esquecesse do destino que a esperava. Quase.
Extras.
Essa é a entrada da cidade, para vocês entenderem. Exceto que não há água nessa ponte que leva até o portão, apenas o concreto mesmo,
Aqui é dentro da cidade. Diferente da foto, ao redor da cidade tem as grandes montanhas que eu citei. Como cecily falou, não tem mais água, no lugar há os bosques, florestas não tão extensas.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 37
Comments