Capítulo 12

— A intenção não era preparar o psicológico frágil e humano dela? — Cecily disse. — Se você ia simplesmente soltar isso não seria preciso planejar tanto.

— Isso foi melhor do que a ideia de Gustav. — Atlas retrucou. — Ele queria simplesmente sequestra-la contra a vontade dela e não dar opção a não ser ajudar.

Anastasia arregalou os olhos, mas que diabos?

— Isso foi exatamente o que eu fiz, Atlas. — Gustav acenou com a mão na frente da testa, muito orgulhoso de seu feito. — A parte de sequestra-la, pelo menos. Ao contrário de vocês, não há nenhum senso falso de moral que me impeça de fazer o trabalho sujo.

— Vocês são doentes. — Anastasia se pronunciou. — Eu não sei que espécie de jogo deturpado é esse, mas eu não irei fazer parte.

— Estou tentando ser cortes aqui, Anastasia. Mas tenha em mente que no momento que essa rota não funcionar, estarei adotando os métodos antigos.

Anastasia varreu o olhar sobre a mesa na procurando por outro copo, desta vez para arremessar no garoto. Os deuses provavelmente estavam ao seu lado pois ela não encontrou nada afiado que ocasionalmente causaria sua própria morte.

Passando a mão pelo rosto sombreado por uma barba por fazer, James respirou fundo como se estivesse pedindo por ajuda divina.

— Ignore as palavras de Gustav. Ele não a sequestrou de fato.

Raiva subiu pela garganta de Anastasia, ele iria bancar o sonso agora?

— Me drogar e mandar seu capanga me arrastar por kilometros até o seu covil contra a minha vontade me parece muito com sequestro.

— E eu peço perdão pelas ações dele. — James lançou um olhar reprovador na direção de Gustav. — E eu prometo que nada de mal irá acontecer a você. Só preciso que você me escute, Anastasia. Com uma mente aberta, por favor.

A garota acenou com a cabeça, o que mais ela podia fazer? E ele parecia convincente o suficiente

— Gustav de fato a arrastou até o seu covil de forma nada cordial, mas ele não a drogou. Você veio a Atlantis por conta própria.

— Você quer dizer com o barco?

— Não. O barco permanece na outra realidade. Você viajou entre realidades e veio até aqui, porque esse é o seu destino. Seu sangue clama por Atlantis, você teria vindo de qualquer forma, com a nossa interferência ou sem. Apenas apressamos o processo.

Anastasia queria permanecer pe no chão, não deixar que sua mente sonhadora a fizesse acreditar em uma piada. Mas Deus, não havia um chance deles estarem certos? Todos os eventos confusos seriam explicados.

— Realidades diferentes, isso sequer é possível?

— Claro que sim. — Atlas respondeu. — Existe inúmeras e a teoria das cordas liga todas elas.

Anastasia conhecia essa teoria, a que ligava todas as dimensões e realidades com filamentos de energia.

— E por que vocês adiantaram o processo? Por que continuo vendo vocês em meus sonhos?

— Há anos atrás, um erro causou uma rasgo nas dimensões. — Atlas começou. — Com esse rasgo foi possível que pessoas da terra viajassem para Atlantis como se tivesse a apenas alguns passos de distância. Isso durou 3 meses, até os Serpens conseguirem restaurar…

— Esses caras não existem. — Gustav o interrompeu.

— Certo, não acredite em ciência, homem de pouca fé.

— Quem são esses? — Anastasia perguntou.

— Essa é uma história pra outra hora. — Atlas acenou com a mão. — De qualquer forma, voltando. Quando os Serpens concertaram o erro, a “viagem entre dimensões” não foi mais possível. E como consequência disso, pessoas de Atlantis ficaram presas na terra e pessoas da terra ficaram presas em Atlantis. Viajar para outra realidade por algum período de tempo é ok, mas não morar em outra realidade. Isso destrói o seu espírito por não pertencer a essa dimensão.

Anastasia arregalou os olhos, Atlas percebeu e soltou uma risadinha.

— Esse não é o seu caso, Anastasia. Você é descendente de algum morador de Atlantis que ficou preso na terra. Você pertence a Atlantis, por isso os sonhos. É a forma que seu espírito encontra de se reconectar a dimensão onde realmente pertence. O fato é que uma pessoa normal não é capaz de ver esses sonhos, um corpo humano não é capaz de ver as experiências do espírito quando eles estão livres. É um dos motivos dos nativos de Atlantis acabarem enlouquecendo na terra, eles apenas vivem sempre sentindo que algo está faltando em sua vida, como se uma peça fundamental tivesse sido esquecida, sua mente cria devaneios e os fazem pensar de forma diferente a humanos naturais da terra, lentamente desgastando seu espírito.

— Papai. — A garota murmurou, o coração doendo por pensar que seu pai estava passando por esse tormento.

Atlas sorriu com simpatia.

— Você vem de uma longa linhagem de descendentes de Atlantis. Por isso os sonhos, mas você é especial Anastasia. Uma humana comum não seria capaz de literalmente viver os sonhos, nem de viajar até Atlantis.

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