Capítulo 13

Sua cabeça iria explodir a qualquer momento, era tudo tão difícil de assimilar, ela se sentia lendo um livro em um idioma que não conhecia com uma letra ilegível. Se eles realmente inventaram tudo isso, estavam se esforçando bastante.

— Existe uma profecia. — Atlas disse. — Ela diz que devido aos pecados dos moradores de Atlantis, não apenas o reino, mas o planeta inteiro irá afundar no fundo do oceano.

Anastasia já viu esse filme antes, ela sabia o final disso.

— Sim, bem. Vocês estão um pouco atrasados, isso já aconteceu.

— A história que você conhece não é como você pensa. Foi um conflito de interesses entre Hera e Poseidon e a velha inundou a capital de Atlantis. O rei conseguiu reconstruir a cidade do 0 com muito esforço.

— Acho que essa é a coisa sobre cidades no meio do oceano, em? — Anastasia disse.

Cecily a encarou ameaçadoramente, ok, sem piadas.

— Nessa profecia também diz que existe uma salvadora, uma de nós em outra dimensão que é capaz de salvar Atlantis. Ou destruir o universo inteiro.

Tudo que Anastasia conseguiu fazer foi piscar.

— Você não faz ideia de quantos pergaminhos empoeirados eu li ou quantas noites passei em claro, até encontrar você. Conseguimos nos infiltrar nos seus sonhos, enviar cenários de Atlantis e chamar sua atenção, acordar seu espírito para a trazer até Atlantis.

— Você encontrou a pessoa errada, Atlas. Eu não seria capaz de salvar nem a mim mesma. — Anastasia estava sendo muito sincera.

— Você é capaz de mais do que imagina, Anastasia. — Gustav respondeu.

— E você não se parece com o tipo de cara que tenta salvar o mundo. — Annie retrucou.

— Que bom. Essa nunca foi a minha intenção.

— Gustav foi pago pra ajudar, o canalha conhece ótimas artimanhas. Ele conseguiu o cristal que nos permitiu entrar em seus sonhos. — Atlas disse. — Precisamos de você, Anastasia. Sei que é injusto colocar você nessa posição, mas se existe uma chance de preservar essa terra…

— Eu não faço ideia de como ajudar vocês. — Anastasia o interrompeu.

— Talvez tudo que você precise fazer é uma palestra no centro da cidade. Convencer o coração dos moradores a deixarem de ser egoistas. — Gustav sugeriu.

— Não sou boa com palavras. — Anastasia disse.

— Quem sabe ameaçar a vida deles e todos que eles amam? — Gustav parecia animado com a ideia — Se bem que pra isso não precisamos de você, já temos o rei.

— Que bobagem. O rei é um bom homem. — James interviu.

Cecily fez uma careta e Gustav revirou os olhos.

— Um tolo puxa saco, isso que você é. Aguarde até ele se cansar de você, o grande guerreiro dele e o exilar quando você não for mais útil. — A voz de Gustav era amarga, o ódio evidente.

— Você ainda guarda rancor, posso ver. — James disse.

Isso arrancou uma risada de Gustav. O garoto se levantou, seu olhar cruzou com o de Cecily uma última vez, tão rápido que Anastasia não teria notado se não estivesse o observando com atenção, e então ele se virou e caminhou até as escadas.

— Estou cansado de visitantes, meu serviço com vocês está concluído. Deem o fora e não apareçam mais na minha porta, tudo que receberão será uma adaga no pescoço.

Com passos pesados, ele desapareceu escada a cima.

O local permaneceu em silêncio por alguns minutos, Anastasia tinha muitas perguntas em sua cabeça para saber o que falar e os outros pareciam tão confusos quanto.

— Ele parece uma dama, constantemente tendo esses chiliques. Não consigo acreditar que o reino inteiro tema essa rainha do drama. — Atlas suspirou.

Um barulho no andar de cima muito semelhante a algo sendo arremessado contra a parede fez com que Anastasia e Atlas pulassem, assustados.

— Sério? — Atlas gritou. — Essa é a sua resposta madura? Arremessar adagas contra a parede?

O barulho se repetiu, dessa vez apenas Anastasia pulou. Atlas parecia resignado demais para isso.

Cecily se levantou e tirou uma poeira imaginária de seu vestido. Então seu olhar se virou para o de Anastasia, pela primeira vez reconhecendo a presença da garota na sala. Isso a deixou nervosa, ela era intimidante demais para ter sua atenção, e ainda por cima era uma princesa! Lembrando que seu pai a ensinou bons modos, Anastasia curvou o corpo e fez uma mesura provavelmente exagerada para Cecily. A garota a encarou por alguns segundos e então se virou, indo em direção a porta.

— Vamos. Devemos apresentar a humana ao rei.

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