Capítulo 14

Pela segunda vez em um curto período de tempo, Anastasia se viu em um barco no meio do oceano. Não era o mesmo barco de sua mãe, não era tão moderno. Mas era elegante, tão elegante. Como aqueles barcos da realeza que você vê nos filmes de época. E fazia sentido, já que ela literalmente viajou ao passado e estava no barco com uma princesa. Anastasia encarou Cecily, ela não era como as princesas que retratavam em contos de fadas, livros ou filmes históricos. Ela era diferente. Claro, ela tinha uma beleza que digna a todos os sonetos que os poetas escreveram sobre princesa. Mas seu rosto era… frio. Não existia toda aquela chama carinhosa, os sorrisos sem motivo e a personalidade boba completamente romantizada e idealizada de uma princesa. Honestamente, ela se parecia mais uma guerreira, uma feiticeira medieval que constantemente se mete em brigas com homens armados e derrota todos eles.

— Em que ano estamos? — Anastasia perguntou quando terminou de vestir a roupa que Cecily a entregou. Elas cheiravam incrivelmente bem, a propósito. Sabão e alguma espécie de rosa que Anastasia não reconheceu. Honestamente, a garota ficou com um pé atrás para vestir essa roupa, com toda a conversa que tem sobre pessoas da era medieval serem porcas.

Ela se encarou no espelho, o reflexo que viu a fazendo se sentir em um filme de época. Ela vestia uma camisola branca com mangas bufantes e um vestido verde por cima que estava preso por laços que lembrava muito um espartilho. O vestido se abria em uma fenda pra baixo da cintura, provavelmente um moda da época entre as camponesas. Anastasia riu, ela estava vestida como uma camponesa, em que mundo ela pensou que isso algum dia aconteceria?

— 1416. — Cecily respondeu sem desviar o olhar do livro em suas mãos.

— Caramba. — Anastasia xingou, arregalando tanto os olhos que eles quase saltaram do rosto. — Isso é tipo, 600 anos de diferença de onde eu vivo. Porra.

Cecily desviou o olhar para Anastasia, escandalizada. A garota fechou o livro e o colocou sob a mesa que tinha ao lado da poltrona onde estava sentada. Seu rosto estava vermelho, quase tão vermelho quanto seus cabelos.

— A língua, Anastasia. Não é correto para uma dama dizer tais palavras.

Eles estavam entre 600 anos de diferença e tudo com que a princesa se importava era com o linguajar?

— 600 anos. — Anastasia repetiu. — 607, mais precisamente.

Cecily negou com a cabeça e se levantou da poltrona.

— Isso não é uma surpresa. Não vemos o tempo como algo tão certo quanto vocês, humano.— O papo de humanos novamente, esse povo de Atlantis se sente tão superior ao resto do mundo.

— Vire-se para mim, humana. Deixe-me ver como você está. — Cecily disse. Anastasia deu uma voltinha em frente de Cecily e abriu os braços, se sentindo uma criança no seu primeiro dia de aula. O olhar de Cecily averiguou a garota de cima e baixo, e Anastasia meio que se sentiu decepcionada por não receber nenhum tapinha na cabeça ou palavras como “ei, ótima lancheira”. — Faça uma trança no cabelo, vai fazer você se parecer mais como uma pessoa de Atlantis.

Anastasia apenas acenou com a cabeça, o que ela podia fazer após receber a ordem de uma princesa? A garota se sentou na mesa e começou a trancar seus cabelo.

— Para sobreviver em Atlantis, ha coisas que você precisa saber e normas que precisa seguir. — Cecily começou.

— O que acontece se eu não as seguir?

— Eventualmente acabara decapitada. — Suas palavras saíram naturais, como se a garota estivesse falando sobre o clima ou perguntando qual tipo de chá Anastasia gostaria de tomar.

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