Tudo isso estava sendo um sonho para uma estudante de história, ela estava vivendo o que estudou inúmeras vezes. Anastasia esperava que a missão de amolecer o coração dos moradores de Atlantis fosse simples e fácil, assim ela conseguiria explorar cada lugar dessa terra mística e conhecer suas culturas. Não havia motivo para surtar ou enlouquecer. Tudo que estava acontecendo era estranho, tipo louco pra caralho, mas ela sempre imaginou que eles não estavam sozinhos no mundo. Seria loucura, o universo é vasto, infinito, e os humanos não estudaram nem 3% dele, é claro que coisas como realidades e dimensões alternativas existem, e o tempo sempre foi algo complexo para humanos entenderem. Como disse Einstein, o tempo é relativo.
Então, Anastasia levaria isso como uma aventura. Uma espécie de férias do mundo real para criar novas experiências. No final, ela voltaria para casa. Para o seu pai e seu emprego dos sonhos em um museu de cidade grande.
— E as ilhas? — Anastasia perguntou.
— Anteriormente, elas era independentes. Povos livres que governavam a si mesmo, mas com a queda do domínio de Poseidon sob Atlantis, o rei começou a conquistar as ilhas próximas.
— Tal qual um colonizador Europeu? — As palavras de Anastasia arrancaram uma risada de Atlas, que olhou de lado para Cecily.
— Devo admitir que você tem coragem, insultar o rei na frente da filha dele. — A voz de Atlas era divertida.
Anastasia engoliu em seco, se ela continuasse assim sua viagem ao redor do mundo para conhecer as diferentes culturas seria cancelada pois mortos não são capazes de viajar. Monarquia e suas regras ridículas, ainda bem que o regime na terra onde ela vivia era em sua maioria Republicana, ela não teria sobrevivido até agora em uma monarquia.
— O rei de Atlantis tomou para si todas as 12 ilhas? — A garota perguntou, ansiosa para mudar de assunto.
— Não, ele não conseguiria tal feito. Apenas 4 pertencem a ele. 3 pertence a Olímpia e as outras 5 a Plutão. Quando chegarmos ao castelo, darei um livro para que você aprenda a cultura dessas ilhas e seus deuses patronos, se você quiser, é claro.
— Eu ado…
— Nao enche a cabeça de Anastasia com seus livros empoeirados, Atlas. — Uma voz brincalhona e calma veio da porta.
Ela se virou para encarar o dono, que estava encostado na porta do quarto, parecendo bastante confortável. Anastasia decidiu ignorar como o coração dela acelerou ao ouvir a voz de James, ou o fato de que ele parecia incrivelmente bonito nessa pose, o fraco sorriso no rosto que quase não era um sorriso fazia a garota sentir um embrulhamento realmente preocupante no estômago.
— O que? O intelecto pode salvar o mundo, sabe? É muito importante que ela compreenda como a cultura e o povo funciona aqui, como a garota poderia salvar alguém que sequer conhece? — Altas parecia insultado.
— Com o poder da amizade? — Anastasia sugeriu, arrancando uma sobrancelha erguida de Cecily e Atlas. Os lábios de James se curvaram ainda mais, deixando o fraco sorriso agora muito evidente, ela se sentiu orgulhosa disso.
— Ela não deveria ter ficado tanto tempo com Gustav, a influência daquele patife pode tê-la transformado em um caso perdido. — Atlas praguejou como uma criança irritada.
Anastasia encarou Atlas com um olhar de “Você me odeia?” Pois isso sim era um insulto, comparar a garota a Gustav.
— Foi apenas algumas horas, Atlas. — Cecily disse, cética.
— Mais do que o suficiente. — Atlas murmurou. — De qualquer forma, não devemos criar um roteiro para a forma como Anastasia chegou até Atlantis? Nem o rei ou o povo irão confiar nela se souberem que Gustav tem dedo nisso.
— De fato. — James concordou, então virou sua atenção para Anastasia. — Conte a história de como a constelação abriu um portal para você até um barco abandonado na costa. Eu, Atlas e Cecily encontramos o barco e decidimos investigar para garantir que não houvesse nada de estranho, e aí a encontramos.
Era preocupante o quão rápido ele inventou uma mentira tão perspicaz, afinal um pouco dessa história era verdade. Tal qual o pai de Anastasia, o garoto foi rápido em manipular a verdade a sua própria vontade.
— Como você sabe sobre a constelação? Eu não citei.
James deu de ombros e apontou para Atlas.
— Ele leu livros. Inevitavelmente, todo o seu conhecimento respinga em mim.
Atlas parecia bastante orgulhoso de si mesmo.
Um barulho como o de uma corneta soou, assustando Anastasia. Que diabos? Ela rezou a todos os deuses que conhecia para que não fosse um aviso de guerra, já que guerras costumavam serem comuns nessa época, ela não sobreviveria a uma guerra, de modo algum.
— Estamos chegando a Capital de Atlantis, Orion. — Anunciou James.
Deus, isso estava realmente acontecendo. Era real, Anastasia iria conhecer a lendária Atlantis, um lugar que inspirou tantos debates e lendas, abrindo um buraco na cabeça dos historiadores que tentavam entender o que de fato aconteceu. A garota se apressou para a porta do quarto para seguir Atlas e Cecily que já tinham se retirado, ansiosa para ter um vislumbre de Atlantis.
James colocou o braço na frente da porta, impedindo sua saída. A garota parou seus passos e levantou o rosto para o encarar. Ela tentou permanecer plena e não deixar sua mente viajar para os pensamentos que estava surtando por estar sozinha com James.
— Não cite Gustav, de forma alguma. Para ninguém, faça conta que não o conhece. — O garoto avisou.
Anastasia acenou com a cabeça, esse não tinha sido um conselho muito útil visto que ela já sabia disso. E de qualquer forma, ela não iria citar Gustav, ela sequer desejava vê-lo novamente.
— Esse é o seu conselho, James? — Ela brincou. — Você deveria me avisar sobre os perigos do reino, ou fazer um alerta em relação ao humor do rei.
— Uma jornada difícil a aguarda, Anastasia. — A voz de James era sombria demais para parecer uma brincadeira. — Não perca a si mesma no caminho.
— Um pouco clichê, mas sim. Isso conta.
Anastasia ficou na ponta dos pés e fez o que desejava fazer desde o sonho que teve; deu um tapinha na cabeça de James. Sorrindo, ela passou por baixo do braço dele saiu do quarto para ser recebida pela vista de Atlantis.
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Atualizado até capítulo 37
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