Teu rosto

— Bom dia, senhora Ana — Falou depressa Luana.

— Bom dia senhorita.

— A senhora sabe se o carteiro já chegou? — perguntou a jovem olhando pela janela.

— Ainda não senhorita

— Obrigada senhora Ana, vou esperá-lo lá fora.

— Não irá tomar café?

— Depois — Luana saiu sob o olhar curioso de Ana.

Luana espero por alguns minutos, enquanto rodava de um lado para o outro, então dirigiu-se ao balanço é sentou-se alguns minutos depois, ela estava inerte em seus pensamentos mais insanos, o medo de perder a amiga de vê-la sofrer, era tão horrível, que Luana empurrava os pés no chão cada vez mais forte, o balanço ia é vinha em uma velocidade alta inapropriada para o brinquedo.

Até que ela ouviu uma voz ao longe.

— Senhorita Luana!

— Estou indo — Ela segurou o vestido é correu apressada em direção ao carteiro que estava no meio do jardim com uma bolsa de lado é um sorriso no rosto.

— Bom dia senhorita Luana.

— Bom dia Senhor Joaquim. trouxe alguma carta para mim? — perguntou a preceptora observando as cartas na mão do homem.

Ele apenas sorriu sem graça é balanço a cabeça em negação. O carteiro era um homem alto magro, mas tinha músculos visíveis, cabelos cor mel é olhos azuis um rosto fino, com uma pequena cicatriz no queixo, que a primeira vez que Luana o viu se perguntou o que havia acontecido, mas nunca o perguntou de verdade.

— Não senhorita, apenas para o senhor Gonçalves... pode entregá-las por favor?

— Sim... claro

O homem sorriu é a entregou-lhe as cartas que eram muitas por sinal.

— Obrigado a senhorita é muito gentil

— Eu que agradeço, até

— Até. — o jovem sussurrou observando Luana afastar-se.

Sem amenos perceber que alguém os observava com desconfiança.

Ao chegar na cozinha Luana sentou-se na cadeira de uma vez é arfou.

— Está emburrada?

— Sim, um pouco

— O carteiro não trouxe nada para a senhorita... — Leonor sussurrou segurando o riso.

— Não, Clotilde não me mandou nada...

Leonor aproximou-se é sussurrou próximo ao ouvido de Luana. — Mas pelo menos tu ganhaste um sorriso do carteiro.

Luana levantou-se de um pulo com uma carranca.— Não me venha com essa Leonor

— Mas, ele é uma formosura já visse a cor dos olhos dele?

— Nem reparei, agora me deixe vou entregar as cartas.

Leonor apenas deu um sorrisinho de canto.

Luana girou de uma vez em direção da porta é foi até o escritório de Antônio, é lá bateu na porta devagar.

— Entre!

— Bom dia! — falou Luana.

Antônio apenas arqueou a sobrancelha.

— Deseja algo?

— Só vim entregar-lhe as cartas

— Obrigado, mas esse não é o seu trabalho, é?

— Não, mas o carteiro me pediu pra entregar eu não vi mal

— A senhorita nunca ver, nem mesmo em acordar cedo é esperar o carteiro lá fora... não é? — o patrão dispersou devagar as palavras encarando a preceptora.

— Não senhor, não vejo. — A voz da jovem saiu baixa.

— Pois bem, pode ir, que isso não se repita! — rosnou Antônio olhando para a mesa.

— Com licença.

Luana saiu apressada com o coração acelerado, não esperava esse repreensão do patrão, estava apenas ajudando, mas parece que Antônio não pensava assim.

Mais tarde naquele dia após as aulas com Maria, Leonor ficou encarregada de levar a garota na praça para comprar pipoca é convidou Luana para a fazer companhia então elas foram, com Bento com o cavalheiro.

— Vamos Leonor mais rápido

— Não Maria, por favor não corra

Leonor sussurrou enquanto Maria se afastar-se correndo junto com Bento.

— Vamos Leonor se apresse

— Calma Luana

— Não podemos perdê-los de vista. — Luana segurou a mão da babá é a arrastou.

Leonor arrumou o vestido ao aproximar-se do pipoqueiro, é falou.

— Quatro pipocas por favor.

— E pra já senhorita Leonor.

Por quase meia hora a paz reinou, sem brigas ou birras, Maria sabia que se não se comportasse não teria mais a permissão do pai para sair, então resolveu aproveitar.

Luana estava com suas atenções voltadas para Leonor que trocava olhares com o pipoqueiro é sorria.

— O pipoqueiro?

— O que tem ele?

— Tem olhos bonitos.

— Luana!

— Não se preocupe, estou apenas brincando, ele só tem olhos para a senhorita... — sussurrou a preceptora.

— Tu achas?

— Decerto que sim!

Enquanto Luana sorria viu passar pela praça uma figura conhecida parecia triste, tão triste que cortou o coração de Luana.

A preceptora levantou é foi em direção da amiga.

— Clotilde?

— Luana, minha amiga...

Antes que Clotilde pudesse ir em direção de Luana o homem que estava ao seu lado segurou o seu braço com força.

— Não se mexa!

— Mas papai é Luana

— Pouco me importa.

— Qual o problema senhor Clóvis? — perguntou Luana confusa.

— A senhorita é o problema, não quero mais que mande cartas para minha filha, ela está noiva é não é de bom tom trocar cartas... ainda mais... com sua reputação. — o homem rosnou com desgosto. — Vamos Clotilde!

— Adeus Luana

— Clotilde...— Luana sussurrou olhando a amiga afastar-se.

— Por que o senhor te disse essas coisas? — perguntou Leonor tocando o braço da amiga.

— Não sei, vamos embora por favor...

— Vamos

— Senhorita Luana, segure minha mão eu a ajudo. — Bento se pois disposição estendendo o braço.

— Obrigada Bento

Luana permaneceu silêncio por todo o caminho sob os olhares preocupados das crianças é de Leonor.

Quando chegaram em casa Luana quase pulou da carruagem é correu para o quarto é trancou a porta, sentou-se no chão é chorou até soluçar.

" Eu não acredito... como um pai pode ser tão cruel? o que ele vai fazer com minha amiga? "

No jantar todos permaneciam calados a história já havia se espalhado graças a Leonor é sua boca grande, Ana parecia preocupada já que a preceptora recusou-se a comer é permaneceu trancada no quarto.

Bento estava calado cabisbaixo, o mesmo gostava da preceptora é não gostava de vê-la triste.

No meio da noite Luana sentiu-se mau é resolveu sair para respirar a luz estava acessa é a porta aberta então ela saiu é sentou-se na calçada é olhou a lua é deixou algumas lágrimas caírem, mas as enxugou rapidamente quando ouviu passos atrás de si.

— Está esperando alguém senhorita?

— Não...senhor — sussurrou ela ajustando as luvas azuis.

— E melhor entrar está tarde

— Daqui a pouco.

O homem arfou. — Senhorita Luana entre!

— Céus me deixe respirar um pouco! — Luana exclamou com a voz trêmula.

Quando Antônio estava pronto para retrucar, ele aproximou-se é viu os olhos marejados da preceptora então ele ficou parado sem reação, não sabia o que fazer passou a mão sobre os cabelos é foi em direção a porta, mas parou... respirou fundo é voltou é sentou-se do lado da jovem.

— Não precisa chorar

A preceptora olhou de canto para o patrão.— Desculpe-me... não quis ser rude

— Eu entendo, afinal eu que fui..., mas não quis ofendê-la

— Não ofendeu

— Então por que está a chorar?

— Estou triste, aposto que o senhor já sabe o motivo... sobre o ocorrido na praça

— Ouvi rumores... quem foi que lhe ofendeu?

— O pai da minha amiga, ele não quer que eu a veja é nem escreva

— Por qual o motivo?

— Aquele senhor irá obrigá-la a casar... — A preceptora interrompeu a própria fala, com seu soluço é começou a chorar.

Antônio arregalou os olhos é instantaneamente ofereceu o seu pequeno lenço vermelho para Luana

— Meu Deus... senhorita não chore

— Como pode faz isso com a própria filha... destinará a uma vida de sofrimento por dinheiro... como alguém pode ser tão cruel?

— Senhorita as coisas funcionam dessa forma... os pais escolhem o destino dos filhos, é devemos obedecer

— Não é justo!

— O mundo não é, acredite sua amiga ficará melhor casada do que solteira.

— Mas...

— Não chore por algo que não pode resolver

— Mas não por isso que choramos... por coisa que não podemos resolver, eu não consigo nem imaginar que Clotilde que vai ter uma vida tão miserável quanto... quanto a minha. — Luana cobriu o rosto com as duas mãos trêmulas.

— A senhorita não é miserável — afirmou Antônio convicção.

— Eu não tenho nada, nem ninguém se isso não é ser miserável o que é? — a preceptora perguntou olhando para o rosto preocupado de Antônio, assim uma lágrima solitária percorreu o rosto dela, Antônio hesitante levou a mão até o rosto da preceptora é a enxugou é em seguida sussurrou.

— A senhorita tem a mim, qualquer coisa que precisar pode contar comigo... Eu...

O mundo parou, quando o olhar de Antônio passeou pelo rosto de Luana ele observou cada detalhe daquele rosto já vermelho pelas lágrimas, mas mesmo assim continuava bela, os seus lábios vermelhos trêmulos, seus olhos castanhos brilhavam até quando ela estava triste... Por um momento ele desejou poder arrancar a tristeza de dentro da preceptora, de qualquer maneira.

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Comments

Rey Pillar

Rey Pillar

Ah o amor 💘

2023-12-03

2

Marta Mendes

Marta Mendes

O coração do patrão tá balanceado por Luana🤩

2023-06-01

3

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