Os meus livros

Luana acordou indisposta, não queria levantar ou talvez fosse apenas a vergonha da noite passada de ter feito papel de boba ou também por ter patrão em cima do seu corpo.

— Que pensamentos estapafúrdios....— Comentou Luana, com as mãos no rosto.— Mas pensando bem. Como esse bicho veio parar aqui? aquela... mimada! Argh...— A mulher falou pulando da cama.

— Sorria Luana, a senhorita não pode brigar com a criança senão vai para o olho da rua. — Luana sussurrou, com a mão no peito imitando a voz da tia.

...♡♡♡...

Passos lentos é um semblante cansado, o advogado dirigiu-se até a mesa, é olhou pensativo para a xícara a sua frente sem ao menos perceber que tinha companhia.

— Bom dia, senhor Antônio

Antônio levantou o olhar de uma vez é viu, Luana com as mãos cruzadas é um olhar ansioso.

— Bom dia...— disse o homem ainda sonolento. — Deseja algo de mim?

— Sim desejo!

— Ah?.. O que seria? — o advogado perguntou ajustando os talheres da mesa, de forma desengonçada.

— Apenas perguntar se o senhor tem algo para mim? — perguntou a jovem observando os movimentos do homem.

— Algo? — Antônio pensou mil coisas, o que ela poderia desejar dele?.

— Desculpe-me eu acho que o senhor não me compreendeu bem... — Luana desferiu ao perceber a careta que o patrão fez. — Quero dizer, ou melhor perguntar, apenas perguntar… chegou mais uma carta para mim, é isso. — a jovem se viu nervosa, instantaneamente ao olhar para o patrão.

— Hum... Sim, sim — Compreendeu Antônio — Senhorita está no escritório em cima da mesa a senhorita pode pegar se preferir...

— Está bem, obrigada — Luana sorriu é saiu em direção do escritório.

Ela girou a maçaneta devagar é entrou, um lugar elegante, mas rústico com prateleiras com vários livros, uma poltrona uma mesa é uma enorme janela, um tapete propositadamente grande.

— Que lugar bonito, tantos livros... será que o patrão já leu todos? — Luana balanço a cabeça percebendo que estava mudando de assunto. —Deixe-me ver — Luana passou o olhar sobre a mesa cujo havia vários papéis, é seu olhar parou sobre o seu nome. — Aqui está! — exclamou pegando a carta.

— Clotilde... apenas Clotilde.— sussurrou a sentar-se na poltrona do seu lado. — já faz mais de um mês é tia Bárbara não me escreveu uma vez se quer... É eu já a escrevi cinco vezes... — Então ela suspirou, deixando suas costas desligarem pela poltrona.

A jovem ouviu pisadas vindas do corredor é levantou-se desengonçada, depressa ajustou a vestido, quando olhou para a porta tinha alguém a observando.

Aquela voz cautelosa perguntou encarando a porta de madeira.

— Senhorita Luana, encontrou?

— Sim... desculpe-me a demora me distrai... está olhando para o vossos livros — Luana desviou o olhar é apontou para as prateleiras. — são muitos, uma bela coleção.

— Ainda tenho poucos, pretendo aumentá-la. — Falou Antônio com um sorrisinho.

Luana observou curiosa, pela primeira vez o viu sorrindo é sorriu também.

— Poucos senhor? diria que se fossem meus, eu levaria anos para ler tudo isso... quando terminasse estaria velinha.

Antônio ajustou o terno é comentou com um sorriso empolgado.

— Acho que não, eu já li todos é não estou tão velho...

Luana arregalou os olhos, é Antônio a observou de um jeito diferente.

— Pelo luar, o senhor já leu todos?

— Sim, daqui a alguns dias chegarão mais. — Comentou o advogado.

— Incrível!

— Mas a senhorita como preceptora teve ter lido muito, não?

— Sim, todos os livros do internato.

— Isso é muito.

— No começo eu não gostava, mas tinha tempo vago, ocupar a mente é as vezes pode ser libertador... no segundo livro eu estava como uma faminta por conhecimento. — Luana falou de um jeito eufórico, quando ela parou percebeu que Antônio a encarava com um sorrisinho de canto, ela instantaneamente olhou para baixo.

— Acho que falei demais, obrigada senhor Antônio, estou indo.

— Disponha... — Antônio respondeu é passou a mão sobre o bigode, mas continuo. — Senhorita Luana?

— Sim?

— Quando quiser pode pegar um para ler.

— Sério? obrigada. — Luana falou do outro lado do porta. — porque eu virei mais tarde...— Luana confirmou é sorriu.

— Sim, pode vir — Antônio falou evitando olhar para preceptora.

— Com licença.

Mas quando ela fechou a porta o advogado passou as mãos sobre os cabelos é sorriu sozinho, com o sorriso de luana nos pensamentos.

...♡♡♡...

No jardim, aquela manhã o sol estava esplêndido Luana estava sentada na pequena mesa branca do jardim esperando Maria é enquanto isso lia a carta de Clotilde.

Querida Luana, desculpe-me por não visitá-la, papai não quer que eu saia de casa de novo. Hoje o meu pretendente virá jantar conosco... reze por mim, estou com medo, é quase sem esperanças, é para completar sem nenhum tostão.

De sua desesperada amiga Clotilde.

— Pelo luar... O que eu faço?

— O que senhorita Luana?

Aquela vozinha cautelosa quase fez Luana cair da cadeira.

— Nada Bento, sente-se vamos começar a aula.

— Não sei por que meu pai insiste nessas aulas, eu já sei de tudo isso! — sibilou Maria emburrada, sentando-se ao lado do amigo.

— Sabe de tudo? que ótimo, a senhorita poderia me dar umas aulas...— gesticulou a preceptora.

— Deveria mesmo!

— Pois bem, vamos começar...Maria é Bento hoje iremos aprender sobre as plantas

— Plantas? porque elas não fazem nada! — fez uma careta a menina passando a mão no rosto.

— Fazem claro que fazem, precisamos delas para remédios, comidas é até perfumes.

— Dessa eu sabia, minha mãe me ensinou as plantas que se podem fazer chás para dores. — Comentou Bento empolgado.

— Sim, chás são um ótimo exemplo de remédios.

— Que chato! — Maria sibilou escorregando pela cadeira.

Luana apenas revirou os olhos é bento riu.

...♡♡♡...

Aquela noite antes de dormir Luana, pensava em um plano infalível para conseguir ajudar a amiga.

"Ai!, ainda não tenho dinheiro suficiente... para onde poderíamos ir? iremos passar fome, morar na rua, duas moça sozinhas, eu tenho que pensar deve haver uma solução... mas qual?"

No fim Luana dormiu, mas acordou ao nascer do dia com uma queda da cama, porém com uma ideia, que colocaria em prática imediatamente ao falar com o patrão...

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