A casa de La Cruz foi instituída por homens cobiçosos e depravados. Doentes da mente e do corpo e agora, o senhor Cruz, dono do lugar, estava furioso. Com um incêndio, perdeu quatro de seus melhores clientes e disseram que estavam com a June. Mas o corpo dela não foi encontrado.
A casa estava fechada, de luto e corria risco de a polícia vir até ele, caso tivesse algum indício de prostituição, pois quem o protegia estava morto. Seu único trunfo, era chantagear os clientes que restaram, pois tinha os dados de todos com registro de com quem estiveram e fotos. Não era burro, nesse tipo de negócio, precisava ser esperto.
Infelizmente, se deixou levar pela fúria e perdeu June, se não tivesse se deixado levar pela raiva, podia ter feito filhas, nela. Ela era nova e duraria uns bons anos de fertilidade. Para se livrar das frustrações, foi até o quarto dos meninos, que ainda bem que eram poucos, e bateu de cinto em todos eles, até arrancar sangue e se cansar.
Saiu do quarto, curvado e deu de cara com aquela que foi o início de tudo, riu das lágrimas da mulher jovem, que parecia uma velha e a empurrou, passando para o seu quarto luxuoso, com tudo de moderno para seu conforto, enquanto seus "funcionarios", dormiam no porão.
Também, em um porão do porão, estava June, mais uma vez, mas agora ela não é mais uma criança indefesa e tem o apoio da terra e do fogo. E era a terra que se manifestava, agora, com todo seu poder, fazendo o chão de terra abaixo do porão, tremelicar tanto, que os ferrolhos saíram e a porta caiu.
— Terra! Você foi maravilhosa, obriagada.
Um leve ondular no chão, mostrou a satisfação da terra. E foi a vez do fogo.
— Venha, fogo, só um pouquinho, para clarear o caminho.
Uma pequena chama de fogo apareceu na palma de sua mão e iluminou o suficiente, para que ela conseguisse chegar a escada e subir ao porão, no andar do calabouço. A chama se esticou, alcançando as tochas e clareando todo o lugar e uma voz se fez ouvir.
— Você conseguiu?
June chegou até onde estava a mulher que falava e ficou penalizada ao vê-la, se identificou com a criatura que um dia ela foi. Olhou tudo e verificou que não havia chave e nem cadeado.
— Porque você não sai daí?
— Estou presa por bruxaria. Sou loba e não bruxa.
— Entendi.
June se afastou para pensar e pensou na terra, que não se manifestou, pensou no fogo e ele tremeu.
— Fogo, fogo, queime o que bloqueia o meu caminho.
Estendeu as mãos e o fogo saiu em labaredas e queimou a porta, com seus prendedores, transformando tudo em ferro derretido. Quando a terra fez o favor de absorver tudo, June passou e pegou a fêmea, colocando-a nas costas e saiu, carregando-a, subiu mais um andar e abriu sua mente para seu pai e pediu que falasse com a feiticeira, relatando como era o local.
Malek viu a imagem e sabia exatamente onde era e saiu rapidamente da clínica e correu em forma lupina até a cabana da feiticeira e uivou antes de chegar, chamando-a e ela saiu com um roupão na mão. Ele voltou à forma humana, vestindo o roupão e narrou tudo à feiticeira.
— Então eles a sequestraram e prenderam no calabouço?
— Sim, ela pediu para você abrir um portal para tirá-la de lá.
— Tem certeza que não é uma armadilha.
— Espere, vou falar com ela de novo.
Malek se ligou a June e ela pediu urgência, pois estava com uma fêmea muito fraca e que precisava de ajuda.
— Sim, é ela e está preocupada, vamos logo.
Merheia abriu o portal e passaram, avistando as duas fêmeas e Malek pegou a fêmea, enquanto Merheia ajudava June. Passaram, saindo na frente da cabana da feiticeira. Ela identificou a bruxaria que foi colocada na fêmea e entrou com ela em outro portal que abriu para seu quarto de trabalho. Fechou o portal, sem deixar pai e filha passarem.
Malek se despediu da filha, para não despertar suspeitas do Alfa, ao não vê-lo na clínica.
— Tome um banho, se alimente e descanse. Preciso que vá ver Rosa, que está muito preocupada com você.
— Obrigada, pai. Diga a ela que vou, assim que eu melhorar.
— Está bem, filha. Se cuide e por favor, não saia mais por aí procurando por nada.
Ela riu e ele deixou seu lobo no controle e se foi. Ela entrou e foi para seu quarto, não queria saber das bruxarias de Merheia, só queria comer e descansar, pois se sentia fraca.
Tomou um banho demorado, limpando a sujeira e o fedor daquele porão imundo. Quando se sentiu satisfeita, saiu, vestiu um vestido e foi à cozinha ver se encontrava comida. A geladeira estava repleta de potes de Rosa, pegou alguns e comeu, gelado mesmo. Quando criança, nem comida tinha e comia o que lhe davam, sem reclamar.
Ao lembrar de sua infância, seu coração ardeu e sentiu que precisava ir lá, livrar sua família, daquele algoz terrível que é o Cruz. Estava decidido, descansar para recuperar suas forças e iria visitar Rosa e aproveitar para acabar com aquela casa e libertar todos que estavam lá, havia preparado algo especial para aquele humano desprezível.
Foi deitar e dormiu, sem escutar ou perceber o que Merheia fazia em seu quarto. Não era fácil desfazer uma bruxaria de sangue. Por prevenção, desconfiando de que foi esse tipo de bruxaria que fizeram com ela, tinha buscado o material necessário para desfazer a bruxaria. Colocou tudo que precisava dentro de um cesto e abriu o portal para o platô onde esteve com June e colocou a fêmea no centro do círculo de pedras.
Acendeu velas de ervas, distribuiu cristais especiais e despejou um líquido que demorou dias fazendo, sobre a fêmea. Invocou os elementos, para que se unissem e revogassem a bruxaria de sangue, recitando os feitiço nas palavras do idioma gaélico antigo. O céu escureceu, raios caíram nas pedras circulares e teias finas, de sangue, se quebraram, queimadas.
Depois de tudo feito e desfeito, uma chuva torrencial caiu e lavou tudo, inclusive a fêmea, que voltou a sua aparência normal.
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Atualizado até capítulo 61
Comments
Joelma Oliveira
a imaginação é algo estupendo! só imagunando ela conversando ca os elementos 🤗
2024-11-10
2
Angela Valentim Amv
Então ela conseguiu salvar a sogra e a feiticeira conseguiu tirar todo o feitiço jóia .
2024-11-09
1
Idenea Ferreira de Sousa
Fico cada dia mais impressionada com a criatividade de vocês, escritores!!!! Como podem criar seres tão místicos, lugares e situações tão mágicas sem nunca as terem vivido!!! Parabéns para todos vcs,autores!!!!!
2024-11-07
5