O sol passando entre as árvores fazia minha pele brilhar, só
então me dei conta de que ainda estava sem camisa e passar pelas árvores
baixas, deixaria minha corpo completamente arranhado, pulei a cerca do pasto
assim que cheguei a propriedade.
Já era possível ver o carro do xerife na frente da casa e
meus companheiros rodeando meu pai que peitava o inimigo.
- Hei\, que está havendo.
- O xerife aqui – meu pai responder sem tirar os olhos do
homem – acha que pode vir na nossa casa e nos acusar de assassinato.
- Quando eu descobrir que foram vocês\, não vai ser pela lei
que vou pegá-los – Howard disse entre dentes.
- Ao que parece – Philip disse – o sobrinho dele foi achado
morto em algum buraco.
- Assassinado\, com cheiro de lobo até nos ossos – completou
o xerife.
- E veio até aqui por um palpite. Sabe quantos lycan existem
na região?
- Que conhecem a profecia e estão desesperados pelo medo de
morrer? Só vocês – Brown estava furioso, apoiando a mão na arma no coldre como
se fosse sacar a qualquer momento.
O alfa estava controlado, não tinha tirado suas garras ou
caninos, era isso que ele queria, que o xerife e cada um daquela família viesse
atrás de nós. Separados eles eram fracos.
- Venha com um mandato e te deixo vasculhar a casa toda\, até
lá, saia da minha propriedade.
- Está bem\, se é assim que você quer\, talvez as fêmeas sejam
mais gentis.
Nenhum de nós respondeu, embora a vontade fosse mata-lo ali
mesmo, não podíamos demonstrar medo.
O xerife deu as costas confiante demais, voltando para a
viatura.
- Por que não volta na próxima semana? Na lua cheia? Aí
falamos de homem pra fera.
Ele não me respondeu, entrou no carro e partiu, sabíamos
para onde ele iria.
- Eu vou pra lá.
- Não\, Philip – meu pai o impediu – é isso que ele quer\, um
confronto.
- Minha mulher e filhos estão na pensão.
- Sei disso\, os filhos do Ryan também\, mas temos que confiar
nelas. Sabem se cuidar – o alfa virou para o caçula do bando – Timmy? Avise
elas.
No nosso bando, os homens e as mulheres ficavam separados,
era perigoso para elas, ainda mais em noite de lua cheia. Mas elas cuidavam das
crianças e mantinham uma pensão na cidade. Um lugar que quase não atraia
hospedes e era mantido pela pecuária.
Eu sentia a tensão que meu pai estava e dei graças a Deus
por ele ser capaz de se controlar.
- O que fazemos agora\, pai?
- Vamos esperar\, ele não tem nada contra nós\, além da
convicção. Nosso recado foi dado, queremos respostas, queremos a criança, ou
eles nos dão ou pegamos todos os filhos deles.
- Vai matar um por um?
- Acho que não vou precisar\, se sequestrarmos a mais nova\, a
menina, eles sabem do que somos capazes agora, vão ter que nos entregar o
oráculo.
- Se ele existir.
- Eu sei que ele existe. O oráculo\, a criança nascida na lua
de sangue, eu sinto ela.
Eu acreditava nele e esperava que um dia eu soubesse das
coisas como ele sabia. Com tanta certeza e assertividade.
- Falei com a Matre\, ela disse que dá conta – Timmy apareceu
na soleira.
- Ele vai ficar louco rapidinho – o alfa murmurou.
Algumas vezes achava meu pai tão maléfico quanto o xerife,
na infância isso me dava medo, mas me acostumei com o tempo. Ele era assim,
forte e extremista.
- E quanto a Collins? – ele me perguntou a fim de mudar de
assunto.
- Está quase aceitando a carne\, depois falo sobre as outras
coisas, ela não sabe nada sobre os Lycan ou caçadores.
- Assim é melhor\, vai acreditar no que disser. Se lembre que
precisamos da loja dela.
- Sim\, senhor.
Eu tinha perguntas para ele, sobre Melinda, a mãe de Martha
principalmente. Mas se eu queria respostas, precisava perguntar a outra pessoa.
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Atualizado até capítulo 80
Comments
Maria Izabel
provavelmente e
2023-09-21
1
Adeline Ribeiro
pelo que to vendo a martha e essa criança que eles tanto falam
2023-03-29
0