As vozes se calaram assim que entrei pela porta da frente na
cabana, meu pai, sentado na cadeira da ponta, como habitual e cercado por três
de meus irmãos.
- Tem alguma coisa para me contar? – sua voz estava cansada\,
mas calma. Meu olhar foi para Ryan e voltou ao meu alfa – Ryan não disse nada,
a garota deixou o cheiro dela por toda a casa. Philip ficou animadinho assim
que passou a porteira.
Os outros riram, quebrando a tensão do ambiente. Normalmente
o alfa nos tratava com punho de ferro, mas ás vezes os negócios iam bem.
Pelo seu bom humor, foi mais um dia sem encontrarem o corpo
do loiro no galpão. Ryan deve ter cavado muito fundo.
- Ela só queria que cuidasse do cachorro.
- É uma Collins?
- Sim senhor.
- Aliada\, então?
- Acho difícil\, ela não sabe nada sobre nós. Acreditou que
as tábuas na janela da rotisseria era para proteger de ursos.
- As mulheres Collins nunca foram muito inteligentes – meu pai
fez a piada sobre si mesmo, com certeza tinha bebido – é filha da Miranda?
- Eu não sei\, pai. Mal falei com ela.
- Tudo bem\, tenho certeza que não vai faltar oportunidade –
ele deu uma grande mordida no bife segurando com o garfo e mesmo com a boca
cheia continuou – Philip, essa noite quero que você exume o corpo.
- Do Brown?
- É\, vamos atrair um pouco de atenção para nós.
- Sim\, alfa.
- Ryan\, preciso que fique aqui nos próximos dias\, caso o
xerife apareça – e olhando fixamente para o rapaz mais novo na frente dele que
devorava o bife como se estivesse vivo – você também Timmy. Sem gracinhas.
- Entendi. Passar o dia todo aqui sem fazer nada produtivo
para talvez o xerife vir.
- Controla a língua\, rapaz.
Timmy era o mais jovem e o mais rebelde, todos estávamos
acostumados, mas Philip adorava repreender.
- Se está reclamando\, vai limpar o pasto.
- Isso é trabalho do Tyler.
- Era\, mas ele tem andado na linha\, além disso\, precisamos vender
mais na cidade – ele olhou para mim e eu já sabia que estava delegando –
ofereça nossos cortes para a garota Collins, com a reabertura da rotisseria, ela
vai precisar.
- Pai\, eu acho que ela não é como o avô.
- Vamos descobrir.
Não tinha como discutir. Meu pai falava do velho Collins
como se ele fosse um aliado, até o chamava assim, mas a verdade era que ele o
usava como fazia com todos que não eram do bando.
O alfa ficou pensativo, a conversa tinha acabado, segui para
o meu quarto e peguei o celular sob ao travesseiro mandando mensagem para
Martha.
Angus era um nome perfeito para ele. Secretamente eu
esperava que ela ficasse com o cachorro, era uma proteção melhor que trincos e tábuas
na janela.
Minutos depois, Ryan entrou no quarto em silêncio e fez
sinal para que eu ficasse quieto, ele se aproximou da cama e sentou no chão.
- Ele soube dela assim que sentiu o cheiro – sussurrou.
- Eu sei\, tá tudo bem. Ele ia descobrir cedo ou tarde.
- Ele já sabe que é filha da Melinda\, mas não disse nada.
- Acha que ele pode querer se aproximar por causa dela?
- Eu não sei\, sabe a idade dela?
- Não\, mas deve ser uns cinco anos mais nova que eu\, não
conversamos muito.
- O alfa pensa\, que se a menina tiver em perigo\, Melinda vai
voltar.
- O que? É impossível. Martha disse que a mãe morreu a dois
anos.
- Então acho bom que ele não saiba\, ou vai se descontrolar.
- E tem achado que ele está mantendo o controle.
- Você é jovem demais para se lembrar\, mas acredite em mim –
os olhos de Ryan ficaram sombrios de repente – pode ficar bem pior do que está.
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Atualizado até capítulo 80
Comments
Maria Izabel
aguardando o desfecho desta história para entender a situação com Martha e sua família ❤️
2023-09-21
1
Dalva Ferreira Rocha
não entendi porque tanta perseguição do alfa contra a família Collins o velho lobo é observado.,🤔🤔🤔🤔🤔🤔🤔🤔
2023-04-13
1