O xerife abaixou e apanhou o cachorro do chão sem muito
cuidado.
- Ele está machucado.
- É\, mas não tem sangue\, deve ser interno.
Ao contrário do que eu pensei, ele não colocou o cão no
banco de trás de seu carro, ao invés disso, o deixou no acostamento para que
morresse.
- Vai abandoná-lo?
- A menos que saiba como resolver uma hemorragia interna sem
uma sala de cirurgia e um veterinário, - e caminhando para o outro lado da
estrada – é o seu carro, imagino.
- Sim – não conseguia parar de olhar para o cão.
- Jesse disse que se machucou?
- Sim\, bati com a cabeça no volante\, mas já melhorou.
- Tem um médico na cidade\, St. Road 35.
O xerife não parecia nada preocupado comigo e muito menos
com o cachorro. Ele entrou no carro e o ligou, o motor respondeu sem problema,
desviei enquanto ele dava ré e colocava o veiculo de volta.
- Veio a passeio\, Srta?
- Collins. Não\, eu vou dirigir a r Rotisserie Mamma Terra.
- O negócio do Joseph? Bem\, nesse caso seja bem vinda\, vou guia-la
até lá. A propósito, sou o Xerife Haword Brown – ele estendeu a mão e eu
apertei brevemente.
Naquela altura, eu já não o achava mais tão atraente, olhei
para trás mais uma vez, o cão ainda respirava, sem emitir som. Esperei até o
xerife entrar na viatura, corri até o acostamento e peguei o cão no colo, o
levando para dentro do meu carro.
- Calma amiguinho\, vou dar um jeito de ajudar você.
Enquanto seguia o xerife Brown para dentro da cidade,
comecei a pesquisar no google por veterinários na região. Mas tudo era muito
longe e afastado.
Antes de pegarmos a via que levava para o centro, passamos
por uma placa muito velha em uma pequena entrada que dizia “Pecuária Montgomery”.
O xerife avançou por algumas ruas até parar em frente a uma
vitrine e buzinar. Respondi com um toque curto, ele seguiu e virou a esquina.
Virei o carro na mesma hora e aumentando a velocidade de um
jeito perigoso pela segunda vez no dia, voltei pelo caminho que fizemos. A
pequena entrada era difícil com o carro que eu estava, mas consegui chegar a
uma porteira.
Saí do carro e tentei abrir o fecho simples, as mãos
tremendo não deixavam.
- Hei – alguém gritou da entrada do celeiro – o que quer
aqui?
- É uma pecuária\, vocês têm veterinário?
Ele se aproximou, passos largos devido aos seus quase dois
metros de altura, os cabelos escuros e longos caindo em torno do rosto barbado,
era assustador. O homem me olhou de cima a baixo e deu um sorriso de canto.
- O atendimento é para você mesma?
- Eu atropelei um cachorro – respondi indignada – pode ajudar
ou não?
- Ryan? – o homem olhou para trás\, da casa saía outro\, um
pouco mais novo que esse e com um semblante mais calmo, apesar da diferença de
estatura, o grandalhão abaixou a cabeça para ele.
- Ela procura um veterinário.
- Atropelei um cachorro\, ele está sofrendo.
Ele abriu a porteira, voltei para o carro e dirigi até a
entrada da casa. Quando saí o mais novo já se aproximava correndo com rapidez.
Abri a porta de trás e ele se inclinou sobre o cão.
- Pode ajudar?
- E aí\, amigo? Não olhou para os dois lados? – ele sorriu
acariciando a cabeça do cão – ele não está nada bem, mas acho que consigo
salvá-lo.
Ele pegou o animal no colo, com cuidado excessivo e o levou
para dentro, eu não sabia se devia entrar, esperar ali ou ir embora, afinal, o
cachorro não era meu. Mas ao ver Ryan subindo de volta á casa, decidi entrar de
uma vez.
O interior era vazio e pacato, como uma cabana que só é
visitada nas férias. Passei pela sala pequena, seguindo os sons até um cômodo
ao fundo. Parecia um consultório médico improvisado.
- Pode pegar as gazes atrás de você – ele apontou para a
parede.
Fiz o que pediu e me concentrei em acariciar o animal atrás
da orelha.
- Você vai ficar bem.
- Depois de uma cirurgia e algumas horas de descanso estará
como novo.
Ele debruçou sobre o cachorro e aplicou uma injeção com
líquido transparente, logo o cão foi fechando os olhos até dormir calmamente.
- Obrigada.
- Não agradeça ainda\, não sei se posso salvá-lo.
- Você disse que podia.
- Não queria assustá-lo\, agora\, pode esperar lá fora? Sei
que Ryan parece assustador, mas é mais inofensivo que esse cachorro. Se
precisar de mim, só me chamar, sou o Tyler.
- Martha.
Ele continuou me encarando, então percebi que era a minha
hora de deixar o lugar, a forma que ele falou que não queria assustar o
cachorro pareceu tão respeitosa. Entrei no carro e deitei o banco, me sentindo
exausta.
Fechei os olhos e logo as mesmas imagens na alucinação de
mais cedo, voltaram a me atormentar, acordei assustada e devo ter dormido por muito
tempo, porque quando acordei o sol já estava se pondo.
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Atualizado até capítulo 80
Comments
Sueli Parajara Bento
será que esse cachorro é lobo
2024-01-17
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