CAPÍTULO 16

Espiou para se certificar que não esbarrasse com ela no caminho. Como ela não estava nem na sala e nem na cozinha, subiu rapidamente para seu quarto.

Passado alguns minutos, ele pegou o celular e ficou pensando se devia mandar uma mensagem para Beatriz e contar sobre seu encontro com Henry. Começou a digitar e quando concluiu, ficou com o dedo em cima da tecla enviar por alguns segundos.

Não sabia se era a coisa certa a fazer, não sabia se devia fazer aquilo. Enquanto debatia internamente seu dilema, escutou sua mãe chamá-lo.

— Jonas! Cheguei. Filho desça, preciso falar com você.

O rapaz desceu as escadas com um olhar de surpresa, pois não sabia que sua mãe não estava em casa. Então suou frio ao perceber o risco que correu.

Desta vez havia tido sorte, mas se sua mãe tivesse ido até seu quarto teria descoberto sua fuga do castigo. Enquanto agradecia por sua maré de sorte, sua mãe lhe esperava na sala com os braços cruzados e com um olhar de surpresa.

— Jonas, encontrei a Jim no mercado e ficamos conversando. Aí ela me perguntou uma coisa que me deixou boquiaberta. Você sabia que uma menina da sua escola está presa? Parece que ela sequestrou alguém, pode imaginar?

— Sim.

— Sim?! — Seu olhar havia mudado para um mais irritado. — E por que não me disse nada?

— Não achei que era importante.

— Como não era importante? Tinha uma sequestradora na escola, tem noção disso? Estão dizendo até que o Henry está envolvido. Ou isso você também já sabia?

Se dissesse que sabia, teria de dizer sobre o Henry e sobre sua conversa na sala da diretora com os policiais. Seria difícil explicar tudo isso a sua mãe. Então achou por bem mentir.

— E a Aisha não sequestrou ninguém. Bom, pelo menos ninguém sabe ao certo. Há muitos boatos, nada concreto. — Jonas tentou manter-se calmo. — Henry? Não. Faz tempo que não falo com ele.

— Que seja! Algo de errado eles fizeram. Coitado do Henry. Ele era um garoto tão bom. Depois que a mãe dele morreu começou a andar com más companhias. Se perdeu na vida. Viu? E você pegou a moto dele. Imagina a polícia te prender no lugar dele?

— Chega mãe. Isso já é passado.

— É passado agora. Mas espero que esteja bem presente na sua cabeça, para sempre se lembrar do seu castigo. Aprender com os erros é muito importante.

— Eu sei.

— Tenho certeza que você se arrepende. Ficar no quarto sem poder sair exceto para a escola, é duro, porém necessário.

Enquanto sua mãe fazia seu monólogo moral e cívico, sem sequer imaginar que seu filho havia fugido do castigo. Jonas recebeu uma solicitação no celular.

Soltou um sorriso ao ver que Beatriz havia aceitado sua solicitação de amizade na rede social. Então, tentou sair sem ser notado, o que acabou dando errado, pois sua mãe percebeu.

— Onde pensa que vai? Venha me ajudar a pegar as compras no carro.

— Tá bom…

— Estava pensando comigo. Acho que vou até a escola. E se tiver outros jovens envolvidos? Essa Aisha tinha amigos, amigas. E se de repente você começa a andar com eles sem saber. Quando perceber estará igual ao coitado do Henry, enrolado com coisas erradas.

Jonas engoliu seco. Se sua mãe desconfiasse que a garota a qual gostava, era a melhor amiga de Aisha, seria o fim.

Ele sabia que tinha que manter sua mãe calma e longe da escola. Então, na tentativa de conseguir isso ele teve uma ideia

— Mãe! A senhora tem razão.

— Claro que tenho. Me preocupo muito com você.

— Eu sei. Pensando nisso, não acha melhor eu mantê-la informada de tudo? Quero dizer… Assim a senhora não precisa perder seu tempo indo lá. Procuro saber com os alunos, pois a senhora sabe. Nessas horas os alunos sabem muito mais do que professores ou até do que a diretora.

— Bom… Até que faz sentido.

— Faz sim! Imagine. A senhora já conhece o papo didático e político da direção da escola. Irão falar que está tudo sob controle e que tomaram todas as medidas cabíveis. Agora eu como sou aluno, vou acabar ouvindo de alguém algo realmente importante e se isso acontecer, a senhora será a primeira a saber.

— Ótimo! Vejo que você está começando a criar juízo nessa sua cabecinha.

— Estou. — Falou sorrindo. — Nada que um castigo não possa ajudar.

— Eu sabia que ele seria útil. Fico realmente feliz que você tenha entendido a minha perspectiva e a de seu pai.

— Estendi sim.

Após esse teatro todo, Jonas abraçou sua mãe e subiu para seu quarto sem constrangimento algum. Enquanto deitava em sua cama, pensou em como havia ficado bom em mentiras.

Por alguma razão, isso lhe remeteu a Beatriz e na mensagem que estava hesitando em enviar. Tomado pela onda de confiança de minutos atrás, pegou o celular e enviou a mensagem para ela.

Bernardo Pozzi, irmão de Beatriz, está sentado no sofá da sala há dois dias. Desde que terminou o seu romance com uma atendente de uma loja de roupas que ficava no centro da cidade, ele estava estranho.

Era comum sempre que Beatriz voltasse da escola, ouvir brincadeiras de mal gosto sobre seu nariz, o que de certa forma sempre afetava o humor da garota, mesmo tentando esconder do irmão.

Beatriz tinha trauma dele por achar grande demais para seu rosto, achando que a proporção e feições eram horríveis. Apesar da irritação por parte dele, Giovanni sabia que sua irmã era exagerada, mas o fato de pirraça-la era muito engraçado.

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Comments

Thatyyyyy

Thatyyyyy

esse irmão de Beatriz tá parecendo meus irmão implicando comigo quando era muito magra afff

2023-04-13

1

DricaCammarano

DricaCammarano

melhor escritor não existe❣️ que estória foda!

2023-03-19

1

Luciana 🥰

Luciana 🥰

irmãos sempre implicam um com o outro

2023-03-10

1

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Atualizado até capítulo 74

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